sábado, 25 de dezembro de 2010

Elevação lateral com halteres

Elevação lateral, tronco inclinado

Rosca martelo alternada ( com halteres )

Supino Plano , Exercícios Peitorais

Teste Ergométrico e a Fórmula

Quando a gente pode manter uma determinada atividade por longo tempo, significa termos uma boa capacidade aeróbia que também por métodos diretos e indiretos pode ser medida. Os valores são expressos em Volume Máximo de Oxigênio que um indivíduo consome em um determinado período, VO2 Máximo. O método direto é feito em recinto equipado com cicloergômetro ou esteira ergométrica com espirômetro adaptado que mede o ar inalado e exalado dos pulmões do avaliado. Essa capacidade aeróbia também é importante no dia a dia das pessoas. Dela depende o bom desempenho no trabalho. Ou seja, o sujeito bem condicionado chega em casa menos cansado depois de um dia de trabalho.

Em princípio, o teste ergométrico serve para avaliar o seu real condicionamento cardiovascular, prever uma possível doença arterial coronariana e ainda por métodos diretos e indiretos medir o consumo máximo de oxigênio (VO²).

Basicamente são conhecidos dois tipos de ergômetros: a bicicleta ergométrica e a esteira rolante. Vários estudiosos criaram ao longo dos anos protocolos adequados a cada tipo de pessoa a ser avaliada. Todos começam com exercício de baixa intensidade e progressivamente vai-se aumentando o esforço.

O ergômetro mais comum e mais fidedigno, segundo a maioria dos fisiologistas, é a esteira rolante porque nela o indivíduo movimenta maior massa muscular, usa um tipo de exercício mais comum à população (andar, correr) e atinge-se com mais facilidade uma frequência cardíaca máxima desejada. Na bicicleta ergométrica, com exceção dos ciclistas, há uma grande facilidade de fadiga precoce do quadríceps (músculos da coxa), sem que o testado tenha atingido a frequência cardíaca alvo e tão pouco o VO² máximo.

De um modo geral em qualquer protocolo escolhido a maioria dos avaliadores limitam o teste a 85 % da frequência cardíaca máxima extraída da fórmula 220-Idade. Cooper entre outros médicos ligados à Medicina Esportiva afirma que testes com essa limitação ou submáximos deixam de detectar até 39% das desordens cardíacas reveladas somente numa avaliação máxima de esforço. Na opinião dele, a qual concordo plenamente, todas as pessoas, independente do nível de condicionamento, deveriam ser incentivadas ao teste máximo, e não apenas os atletas. Cooper nos seus relatórios revela que em mais de 70000 testes de desempenho máximo nunca teve um caso de morte em teste de esforço.

Cá entre nós. O que adianta as pessoas serem avaliadas com certas limitações teóricas se no dia a dia vivencia-se situações de máximo esforço cardíaco ou elevação rápida de freqüência cardíaca? Se você mora numa servidão inclinada com uma boa escadaria observe. Algumas pessoas sobem mais depressa que outras, né? Elas mesmas fazem naturalmente suas paradinhas conforme seu grau de condicionamento. E aquela corridinha para pegar o ônibus que está saindo do ponto? Ufa! O "coração vem na boca". O sinal está fechando... Corre, corre, se não esses motoristas mal educados atropelam a gente! E aquele chefe chato? Brigou com o namorado(a)?... E os filhos? Às vezes deixam a gente com o coração na mão...

Vale lembrar entretanto que segundo o Colégio Americano de Medicina Esportiva, os testes ergométricos usando protocolos visando Freqüência Cardíaca Máxima deve ser assistido por médico cardiologista com experiência e equipado para uma possível fibrilação ventricular ou qualquer outra alteração cardíaca de emergência. Muito antes que um imprevisto possa ocorrer outros sinais de desordens cardiovasculares já alertam o médico para a suspensão do teste. Como por exemplo a pressão arterial diastólica (o número menor) subir ou a sistólica (o número maior) chegar a 230 mm Hg (23).

A prescrição mais atualizada de exercícios, deve ser calcada em Freqüêcia Cardíaca Máxima atingida nesses testes ergométricos e não a teórica de 220 - Idade que vem sendo bastante questionada em vários artigos científicos. Essa fórmula deve ser usada na falta de outros dados fisiológicos mais confiáveis. Quem não tem cão...

Outro fato interessante é que a fórmula 220 - Idade tem sido atribuída a Karvonen que tem muitos trabalhos científicos publicados, mas nesse caso específico, a autoria não é dele. O Journal of Exercise Physiology Volume 5 Number 2 May 2002 tráz a história desta fórmula.

Portanto, ao prescrever treinamento é preciso dados mais confiáveis do que simplesmente usar a fórmula 220-Idade.


Fonte:http://www.copacabanarunners.net/

sábado, 18 de dezembro de 2010

Extensão tríceps com haltere

Rosca concentrada com halteres

Tração na barra fixa ( Exercicios costas )

Repulsão entre dois bancos, exercícios sem halteres

Trabalho, família e o exercício físico em sintonia

Tudo que passamos a vida inteira procurando é a felicidade e descobrir quem somos e o que viemos fazer neste mundo. Cada um tenta, a seu modo, descobrir um caminho novo e são muitos não existindo um modelo, um manual, uma regra ou receita para todo mundo seguir. Se assim fosse a vida não seria tão interessante como é. Entretanto, algumas direções já tomadas por outras pessoas servem de guia porque já deu certo, principalmente no quesito convivência social. A busca do autoconhecimento necessariamente passa por tentar viver bem com as pessoas que nos rodeiam, no trabalho, em casa e no laser.

O meu trabalho como profissional de Educação Física é educar o corpo e quando consigo passar isso aos meus clientes eles percebem que educando o corpo também fortalecem o espírito e as emoções por descobrir o quanto são capazes conseguindo tudo que querem. Por isso, nessa edição vamos falar de algumas simples atitudes que podemos ter no dia a dia na busca da felicidade. Não pretendo com isso ser comparado a nenhum mestre oriental, mas quem me conhece sabe que compartilho com essas atitudes por mim escritas bem ao meu estilo de errar e acertar na vida.

1) Não trabalhe demais, nem de menos. Esporadicamente você pode até ficar depois da hora, mas não faça disso um hábito. Seu chefe fica mal acostumado e você estressado. Se você é o chefe, não exija de seus subordinados mais do que eles podem render no trabalho. Todo mundo tem um ponto ótimo e você por ser chefe deve ter esse bom senso. Não esqueça que você um dia já esteve no lugar deles e provavelmente ainda tem seus superiores e/ou a quem deve obediência e prestação de contas do seu trabalho. Se seus subordinados não forem eficientes, você também não é por não explorar o melhor que de cada um. Mandar é diferente de comandar uma equipe. Perceba isso no seu dia a dia.

2) Não faça exercícios demais nem de menos. Faça o suficiente na medida do prazer. O corpo agradece. O corredor sabe o quanto foi difícil começar e depois é muito comum entrar numa fase de euforia e achar que tudo se resume na corrida. A vida não é só exercício. Tem a família e as responsabilidades. Deixe a vida fluir

3) Não pense que a sua atividade física é a melhor do mundo. A melhor é a que cada um gosta de praticar e o importante é praticar. O mesmo prazer que você tem ao sair para a rua para correr sentindo a sensação de liberdade com o vento batendo no rosto e o suor escorrendo pelo corpo, os outros esportistas também sentem ao fazer musculação, voar de asa delta, escalar os paredões mais difíceis, pedalar horas intermináveis, ficar contando ladrilho numa piscina pra lá e pra cá e assim por diante. Qualquer atividade física pode ser o céu ou o inferno. Depende do ângulo que se olhe. A atividade física do outro é tão ruim ou tão boa quanto a sua.

4) Reserve alguns minutos do dia só para você. A hora do exercício, por si só, é sua e você é a pessoa mais importante do planeta. Aproveite esse momento com você. No caso da corrida, na maioria das vezes, a gente corre sozinho e não são raras as vezes que saímos para correr sem muita vontade por estar chateado com alguma coisa e voltamos de bem com a vida e até com as soluções na cabeça. O par de tênis substitui o divã de um psicólogo.

5) Concentre-se no exercício para tirar melhor proveito. Hora do exercício é hora do exercício, o trabalho vem depois. Quando estiver trabalhando pense que o seu trabalho, por mais humilde que seja está servindo a alguém. Portanto, execute-o bem ou procure outra coisa para fazer. Fazer mal feito prejudica o outro e todos nós em algum momento da vida já passamos por experiência de alguém ter feito um serviço porco pra gente. Não faça o mesmo com os outros.

6) Procure o exercício mais adequado ao seu perfil. Não existe exercício proibido e sim pessoas que não podem fazer essa ou aquela atividade. Sempre tem uma para você. Não são raros os casos de bons corredores fundistas que queriam ser jogadores de basquete, futebol e vice e versa. Felizmente em algum momento da vida alguém o descobriu.

7) Mantenha a regularidade transformando num hábito de vida saudável. Faça pouco, sempre e sem exageros. Todo começo é muito difícil e precisa uma boa dose de perseverança para continuar. Todo hábito tem um começo difícil seja bom ou ruim. Já imaginaram como foi difícil um alcoólatra começar a beber aquela coisa amarga que desce queimado a garganta e deixa o cara tonto fazendo um monte de besteira? Entretanto os amigos e a vontade de se manter no grupo o fizeram fazer da bebida um hábito. O cigarro também. Duvido que um fumante tenha gostado do primeiro trago. Portanto, caminhar, correr, se alimentar adequadamente, fazer boas amizades também tem seu preço para virar um hábito.

8) Peça sempre orientação profissional. Fazer errado é melhor não fazer. Você pode se machucar e não são poucas as pessoas que ao tentar ultrapassar os limites se machucam de verdade até abandonando o esporte. Com orientação adequada você não ultrapassa o limite. Empurra-o pra frente que é mais proveitoso.

9) Trabalhe fazendo o que gosta. Ame-o ou deixe-o. Todo mundo sabe quando você não gosta do que faz. Isso não dá para disfarçar e suas chances de crescer, ser reconhecido e/ou ganhar dinheiro são poucas. Mude de profissão quantas vezes for necessário. Ninguém é obrigado acertar na primeira escolha.

10) De vez em quando fique sem fazer nada e aproveite para refletir o que você está fazendo nesse mundo. Todo mundo tem um rumo. Qual é o seu?

11) Coma se tiver fome e não fique se martirizando. Ah! Não posso comer isso! Não posso comer aquilo! Não posso sair da minha dieta! O pecado está no excesso, na gula! Ninguém engorda comendo pouco e de tudo. De um modo geral engorda porque come muito.

12) Durma ou descanse pelo menos 8 horas por dia. Trabalhar muito achando que vai ganhar “mais” dinheiro, promoção ou status social, pode representar perda de Qualidade de Vida. Na terceira idade esse a “mais” pode custar muito caro e as suas promoções ou status não valerão mais nada. Só ficarão com você os poucos amigos. O ser humano é o único que rompe a natureza trabalhando ou fazendo qualquer outra coisa, inclusive esporte além do limite. Chova ou faça sol, os pássaros cantam felizes ao amanhecer e ao anoitecer com qualquer tempo, mas não fazem serão e nem acordam mais tarde. Vão dormir enquanto os bichos da noite ficam acordados emitindo os seus sons e também não ficam depois da hora quando amanhece. Os animais brincam, correm, rolam fazendo exercício que o corpo pede e quando ficam cansados descansam. Não tentam fazer mais do que seus corpos precisam tentando ser mais do que o outro.

13) A vida é de graça. Aproveite-a em quando pode. Pra muita gente o dia não começa.

14) Rompa o cordão umbilical com o passado. Se ele foi bom, o presente pode ser ainda melhor com a experiência adquirida. Use o passado a seu favor sem lamentos. Se você foi um grande atleta acertou muito, teve seus momentos de glória, mas também errou muito. Erros que agora você não comete mais tirando melhor proveito de tudo. Viva o presente.

15) Peça ajuda quando estiver em apuros. Sempre vai encontrar pessoas torcendo contra, mas vai encontrar quem realmente gosta de você. É uma boa oportunidade para “separar o joio do trigo”.

16) Preocupe-se apenas com o que vale à pena. Você economiza pontos preciosos para a velhice. Você quer ser um velho ranzinza e chato ou um velho que todo mundo quer ficar por perto ouvindo as sabedorias e experiência de vida?

17) Mostre a sua cara fazendo o que “der na telha”. É preferível arrepender-se de ter feito do que não ter tentado. Pessoas bem sucedidas na vida são audaciosas, inteligentes e perseverantes. Nem todas as pessoas são dotadas de inteligência, mas audácia e perseverança só dependem da vontade e de modo geral todo corredor tem essas duas qualidades bem desenvolvidas. Já são dois terços do sucesso. A inteligência nesse caso é apenas uma conseqüência.

18) Não seja certinho demais, nem de menos a ponto de se tornar um relaxado. O certinho demais é um chato e o de menos um candidato ao fracasso. A sociedade tem regras a serem cumpridas.

19) Colabore com os colegas de trabalho mesmo que você não goste de alguns deles. A filosofia do “olho por olho, dente por dente” não é boa pra ninguém. Ature e viva bem com todos. Vale à pena. Assim, se eles não te ajudam, também não atrapalham.

20) A felicidade das pessoas ao seu lado depende da sua. Portanto, cuide-se e proteja seus amores.

Nós, seres humanos, por sermos tão racionais, por vezes temos certas dificuldades de compreender e dominar o universo emocional enviando a conta para o físico. Somos um todo. Não adianta sermos o rei da paciência se deixamos de resolver os problemas familiares. Não adianta sermos o rei das soluções familiares se deixamos o trabalho de lado. Não adianta ser um “workabolic” bem sucedido que só pensa no trabalho se a família e o físico ficam sempre em segundo plano. A palavra é equilíbrio. Não adianta pensar só no físico exagerando na intensidade do exercício derramando litros de suor todos os dias, subindo na balança de hora em hora transformando isso tudo numa paranóia. O exercício não é a solução de todos os problemas, mas é uma válvula de escape se praticado com moderação, orientação profissional e bom senso.

Vivemos cercados de influências negativas e positivas. Infelizmente parece que as negativas costumam sobressair razão pela quais as notícias negativas vendem mais e rendem mais audiência à imprensa e aos canais de televisão. Entretanto, as positivas também são contagiantes, mas precisam ser praticadas. Quantos de nós conhecemos pessoas tão de bem com a vida? Observe. Essas pessoas criam ao seu redor uma atmosfera boa e todos querem a sua presença e/ou ficar perto delas. Quando pensamos de forma muito negativa parece que nada dá certo. Experimente um dia sair de casa e não falar com ninguém. Provavelmente você voltará para casa mais derrotado do que quando saiu. Experimente perseguir de forma implacável seus supostos inimigos e/ou seus devedores. Quanto tempo perdido.

Ao contrário, experimente exercitar a positividade saindo de casa cumprimentando as pessoas. Muitas não responderão achando até que você é um idiota, mas se você fizer disso uma prática verá como o universo de pessoas esperando o seu “bom dia” crescerá. Se você cumprimentar uma pessoa e ela não responder quem está com problemas é ela. Experimente ser uma pessoa legal. Se você não ganhar nada com isso pelo menos não perde absolutamente nada e nem gera corrente negativa.

Uma das formas de exercitar a positividade é fazer atividade física. Todos nós temos limitações ao iniciar e sem uma boa dose de perseverança, disciplina, visão de meta entre outras qualidades não superamos os desafios. Com o tempo descobrimos do quanto somos capazes. O sujeito que não andava um quarteirão agora corre. O que nem sabia nadar agora disputa campeonatos. Cada um só chega onde acha que pode chegar. Inclusive eu.

Por:
Luiz Carlos de Moraes CREF/1 RJ 3529

Fonte:
http://www.copacabanarunners.net/trabalho.html

Academia em casa não é tão simples assim...

A grande maioria das pessoas tem hoje mais ocupações diárias, precisam trabalhar e/ou estudar e o tempo disponível para academia tem ficado cada vez mais escasso. A solução seria então disponibilizar um espaço em casa que possa ser transformado numa mini-academia.

Eis a questão. Antes de mais nada é preciso pensar no grau de comprometimento com a atividade para não jogar dinheiro fora transformando os equipamentos em cabides ou entulhos dentro de casa. Nesse caso a questão do caro ou barato é muito relativo. Se gastar muito dinheiro e usar todo dia é barato. Se gastar pouco e não usar é caro.

Passos para montar a sua academia em casa: Em primeiro lugar é preciso comprometimento com a atividade física. É mais fácil desistir em casa do que na academia haja vista a quantidade de esteiras, bicicletas ergométricas equipamentos e acessórios abandonados nas casas.

Qual o espaço disponível? Pode ser desocupado um quarto, uma varanda fechada uma parte da garagem ou uma área qualquer da casa mesmo que tenha que fazer pequenas reformas do tipo derrubar uma parede abrir uma janela e etc. Quem mora em casa grande existem soluções que dá para fazer uma sala em dois ambientes incluindo academia com grau de modernismo com aparelhos que não sejam feios.

O local deve ser arejado e se possível com ventilação natural ou tenha ventilador fazendo circular o ar. Não é uma boa idéia o ar condicionado, só em último caso.

Pense nos espaços mínimos entre os equipamentos considerando o trânsito entre eles e na segurança das pessoas da casa que não usam os aparelhos. Eles não devem ser transtornos no meio do caminho.

A iluminação elétrica deve ser clara, de boa qualidade e não contribuir para o aumento da temperatura ambiente.

As cores claras nas paredes também devem ser predominantes, pois as escuras ou fortes são cansativas. Decore as paredes com quadros de paisagens bonitas e/ou de esporte de sua preferência. Coloque um mural para colar suas fotos. O ambiente da academia deve ser tão acolhedor como qualquer outro do restante da casa. O mesmo prazer que temos ao entrar no quarto principal para dormir ou sentar na sala confortável para assistir TV, jantar ou conversar temos que ter ao entrar em nossa academia particular. Por isso a preocupação com os detalhes deve ser máxima e não se resume simplesmente em comprar uma esteira e/ou equipamento e jogar num canto qualquer. O improviso é um convite à desistência.
Tenha cuidado especial com o piso que seja fácil de limpar e não fique escorregadio com a umidade e/ou suor. O local precisa ser limpo diariamente com produtos sem cheiro.

Para quebrar a monotonia instale uma TV se possível com DVD e assista os de sua preferência. Não esqueça de um bom aparelho de som. Sua academia não é um canto qualquer. Você deve ter prazer em mostrá-la para as visitas.

Não é frescura. O espelho deve ser grande o suficiente para se ver de corpo inteiro como nas academias, começando a 15 cm do chão chegando a mais ou menos 2 m de altura e bem posicionado que além de facilitar a correção dos exercícios de alguma forma massageia o ego. A largura deve ser de acordo com a parede disponível, mas precisa ter um mínimo de 1,5 m. Se puder, aproveite a parede toda de frente para a esteira e/ou os equipamentos.

Quais são as atividades mínimas escolhidas? No caso uma boa esteira do tipo caseira ou semi-profissional, mas que tenha um motor com pelo menos 2 HP e inclinação automática. Menos do que isso é desconfortável e frágil.

Para a musculação a solução mais prática são os chamados aglomerados que reúnem vários exercícios que seguem uma classificação caseira, semi-profissional e profissional. É necessário avaliar quais os exercícios possíveis de fazer, a robustez do equipamento, a ergonomia, a manutenção (checagem de cabos, lubrificação e limpeza), se é ajustável às suas dimensões corporais, os termos de garantia do fabricante e se atende a sua necessidade. Por isso não é recomendável comprar pela Internet porque precisa testar o aparelho na loja. Compare as dimensões do aparelho com o espaço físico disponível na sua academia, as condições de entrega e montagem.

Os exercícios mais interessantes não só para quem pratica uma modalidade esportiva ou mesmo ter uma boa saúde física para executar tarefas funcionais que os aglomerados devem proporcionar são: Extensão e flexão de joelhos; puxadas pela frente e por trás; remadas, supino vertical e/ou voador envolvendo assim os principais grupos musculares. Esses aparelhos variam de R$ 4.000,00 a R$ 6.000,00.

Caso deseje, num espaço de 12 m² ainda cabe uma bicicleta ergométrica ou de spinning. Da mesma forma só compre se for absolutamente necessário e gostar. Os preços variam entre R$ 2.000,00 e R$ 3.000,00. Da mesma forma que a esteira não compre pensando “só” em preço. Compare a robustez, teste-a, observe as engrenagens e tire todas as dúvidas com o vendedor. Questione a garantia.

É necessário pelo menos um colchonete para os exercícios abdominais, os de solo e/ou alongamentos. Aqueles equipamentos redondos para fazer abdominal são dispensáveis porque é mais eficiente fazer esse exercício de forma livre e acrescentar carga (caneleira) nos braços à medida que for melhorando o condicionamento.

Os pares de halteres podem ser de 2, 4, 6, 8 e 10 kg. Para a maioria das pessoas não é necessário usar pesos maiores para os exercícios de bíceps, tríceps e desenvolvimento.

O mesmo vale para os pares de caneleira. Compre de 2, 3, 4 e 10 kg. Isso porque se for necessário fazer exercício com 5 kg usa-se um par de 3 kg junto com o de 2 kg. e assim sucessivamente para 6, 7 e 8 kg.

Agora o mais importante. É preciso saber fazer corretamente os exercícios. Para isso você já deve ter passado um período numa academia ou contratar um Personal Trainer mesmo que seja por um período curto. Ao contrário do que muita gente pensa esses profissionais trabalham de forma muito variada e com preços mais acessíveis. Existe trabalho com visita desde três vezes por semana até uma vez por mês com planilha e dúvidas que podem ser tiradas por telefone e/ou E-Mail. De qualquer forma deve haver um compromisso pessoal para poder evoluir. Vou fazer o que hoje? Essa pergunta tem que ter resposta sempre e treinar de improviso é um grande passo para a desistência. Tudo na vida tem que ser assim. Meta. Quer chegar ONDE? Vai fazer O QUE, QUANDO e COMO?

Resumo das vantagens de uma academia em casa:

1) Disponibilidade de fazer ginástica na hora e dia que desejar.
2) Se ganha o tempo de deslocamento de ida e volta rumo à uma academia.
3) Tem menos ou nenhum estresse.
4) Não tem ninguém olhando, criticando ou esperando doido para você sair logo dali. 5) Evitam-se aqueles comentários desagradáveis que por vezes acontecem em academia principalmente de alunos que se “acham” os entendidos. A toda hora tem um palpite chato.
6) Se montar uma ótima academia e usar sempre, o custo comparado com a mensalidade da academia terá sido diluído em poucos anos. Lembre-se que o tempo de ida e volta para a academia fora de casa também é dinheiro que se deixa de ganhar trabalhando além de ser mais uma fonte de estresse.

Supostas desvantagens:

1) É preciso um grau muito alto de comprometimento ou muita força de vontade para usar.
2) É preciso saber fazer os exercícios e quais são os mais adequados caso a caso traçando metas. O número de pessoas que desistem fazendo em casa é maior que na academia.
3) Pode ser necessário contratar um Personal Trainer ou freqüentar academia mesmo por um período pequeno para aprender a fazer os exercícios corretamente.
4) Se não usar, além dos equipamentos se deteriorarem perde-se muito dinheiro por mais barato que tenha sido e também não é fácil se desfazer de todos eles.
5) Os equipamentos exigem manutenção e lubrificação. É fácil e barato mas tem que fazer.
6) Para dar certo precisa ser disponibilizado espaço adequado. O improviso é um passo para a desistência.

Fonte:http://www.copacabanarunners.net/academia-em-casa.html

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Knee Replacement

Marcos Zalcman - Globo Esporte - 5 junho 2009

Condromalácia e exercício

Condromalacia e exercício geram discussões árduas entre profissionais, de fato existem várias linhas de pensamento e por isso decidi escrever sobre o assunto em resposta ao comentário da Vanessa.

Condromalácia é uma patologia crônicadegenerativa que acomete a patela (antiga rótula), osso localizado na parte anterior do joelho. A estrutura lesionada é a cartilagem que fica na parte posterior desse osso e é responsável pela congruência entre a patela e o fêmur.

A lesão desta cartilagem pode ocorrer por diversos motivos:

Peso corporal;
Força do quadríceps (músculos anteriores da coxa);
Ângulo de flexão;
Ângulo de rotação.
Isso significa que um acidente pode causar a lesão, mas exercícios intensos também. Com a lesão o tecido “morre” e assim há o desgaste da cartilagem que antes servia como uma almofada entre a patela e o fêmur, levando ao atrito entre os ossos.

Pode haver também uma predisposição para o problema por ter a patela desalinhada. Existe uma espécie de trilho (formado pelos côndilos do fêmur) por onde esse osso deve correr no movimento de flexão/extensão do joelho e neste caso a patela se desloca para os lados, geralmente para o lado de fora (lateralização da patela) o que aumenta o atrito entre os ossos. Essa lateralização pode ocorrer por diferença de forças entre os músculos (vasto lateral x vasto medial) ou como na maioria das vezes pelo aumento do ângulo Q (nome dado ao ângulo entre o fêmur e o quadril geralmente maior nas mulheres).

Sendo assim começa a ficar fácil entender porque os exercícios podem causar a condromalácia. Geralmente isso ocorre quando são realizados de forma exagerada, quando ocorre erro na prescrição dos exercícios. E se a pessoa for do sexo feminino e tiver o ângulo Q aumentado, juntou a fome com a vontade de comer!

Sintomas:

Dor (sentado, marcha, em escadas);
Crepitação;
Falseio;
Travamento;
Derrame (aumento na produção de líquido sinovial).
Graus de acometimento:

I : amolecimento da cartilagem
II : fragmentação e fissura da cartilagem em uma área menor ou igual à aproximadamente 1,5 cm (1/2 inch)
III: fragmentação e fissura da cartilagem em uma área maior ou igual à aproximadamente 1,5 cm (1/2 inch)
IV: erosão da cartilagem com exposição do osso subcondral


Como o exercício pode beneficiar?

A principal função do exercício é a estabilização da patela que se dá, principalmente pelo fortalecimento do quadríceps, em especial do músculo vasto medial oblíquo.

A questão onde há desacordo entre os profissionais é sobre o tipo de exercício, pois não existem exercícios específicos para isolar o músculo vasto medial oblíquo e os exercícios que demonstraram um maior recrutamento deste músculo são os em CCF (cadeia cinética fechada – ex.: agachamento) nos seus maiores ângulos, onde há também uma maior força de compressão.

Nos exercícios em CCA (cadeia cinética aberta), ou seja aqueles onde não há contato da extremidade do membro (ex. cadeira extensora) a força do quadríceps é maior nos últimos ângulos de extensão, enquando nos exercícios em CCF, há um aumento nos últimos ângulos de flexão.

Portanto os exercícios mais indicados são:

CCA: em ângulos de 50º à 90º e 0º à 10º

CCF: em ângulos de 0º à 50º

Também é recomendado o alongamento dos isquiotibiais (músculos posteriores da coxa) e gastrocnêmio (panturrilha).

Tratamento:

O exercício sódeve ser usado como parte do tratamento quando houver liberação do médico.

Além disso podem ser usados

Estimulação elétrica;
Calor superficial (infra-vermelho);
Calor profundo (ultra-som/ondascurtas);
A cirurgia é indicada apenas em casos extremos com o objetivo do realinhamento lateral/medial da patela.

Fonte:http://www.fiqueinforma.com/atividades-adaptadas/condromalacia-e-exercicio/

domingo, 5 de dezembro de 2010

Chest Exercises: Bench Press

Personal Fitness : How to Use a Weight Belt for Bent-Over Rows

Agachamento completo: prós e contras

Recentemente, tem havido uma tremendo volume de controvérsia a respeito do agachamento total. De acordo com algumas pessoas, a prática do agachamento total é um caminho praticamente certo para a destruição dos tendões dos joelhos -- e de acordo com outros, o agachamento total é o melhor exercício individual que existe. Então, qual é a verdade sobre o assunto?

Bem, para começar, o que é um agachamento total? Nos círculos do levantamento básico, o agachamento fica limitado a um ponto onde a porção superior das coxas ficam paralelas com o chão; mas para um homem com um volume enorme nas pernas, isto é um agachamento total; de fato, muitos dos basistas mais pesados têm dificuldade em agachar abaixo disso; a porção posterior de suas coxas ficam solidamente comprimidas contra as seus músculos gastrocnêmios muito antes de que eles alcancem uma posição paralela. E isto é exatamente o por que do agachamento paralelo ser incluído como um dos três levantamentos básicos -- em vez do agachamento total. Por outro lado têm havido uma controvérsia interminável entre homens mais leves, homens mais pesados e sobre o quão baixo um agachamento supostamente deve ir.

O levantamento competitivo é um esporte perigoso; e isto é verdade para ambos os estilos de levantamento, o olímpico e o básico, mas por razões diferentes. Para os praticantes de levantamentos rápidos, no caso, o levantamento olímpico, a súbita execução do movimento é provavelmente o fator mais perigoso -- tais movimentos súbitos, realizados com cargas pesadas, impõe tremendas forças G em ambos, músculos e tendões. Ao executar um arranque ou um arremesso com 180 kg, um homem pode expor momentaneamente seus músculos e tendões a uma força que é na realidade dez vezes mais pesada que a carga que está sendo empregada; e tais forças às vezes rompem tendões ou lesionam seriamente os músculos.

Na realização dos levantamentos básicos, o perigo vem de outra fonte; a exposição prolongada a uma força que pode ser até maior que aquela que o esqueleto é capaz de sustentar, não importando a força dos músculos envolvidos. No momento em que escrevo estas linhas, pelo menos alguns indivíduos estarão agachando com mais de 360 kg; e já que a maioria destes homens pesam pelo menos 135 kg, isto significa que eles realmente estão sustentando mais de 495 kg sobre seus pés, e a maior parte disso; direto sobre suas colunas. Na opinião do autor, o esqueleto humano simplesmente não é projetado para sustentar tais cargas durante períodos prolongados de tempo; para qualquer propósito, exceto a competição de levantamento básico, todos os benefícios que podem ser fornecidos pelo agachamento total podem ser obtido sem o uso de mais do que 180 kg, e na maioria dos casos sem usar mais de 135 kg.

Não existe nenhum questionamento sobre a eficiência do agachamento; eles certamente são um dos exercícios existentes que produzem os maiores resultados; e até bem recentemente, eles eram o único exercício existente capaz de produzir resultados. Mas não é necessário fazer únicas tentativas pesadas de agachamento a fim de obter seus benefício; ao contrário, os maiores resultados serão produzidos se o agachamento for praticado em séries de quinze até vinte repetições -- com a prática ocasional de agachamentos ligeiramente mais pesados no sistema 10/8/6. Em tal sistema, você executa três séries de agachamento em cada treinamento; selecionando um peso que permitirá apenas dez repetições na primeira série, e então aumentando o peso em aproximadamente dez por cento e tentar oito repetições na segunda série, e então aumenta-lo outros dez por cento e tentar seis repetições na última série.

Se duas séries -- ou um máximo de três séries -- de agachamento forem praticadas duas vezes por semana, e se for usado um peso que permita apenas o desempenho de quinze a vinte repetições, então este trabalho estimulará um enorme crescimento global, enquanto aumenta a resistência, melhorando o condicionamento físico, e construindo grande força em ambas as pernas e bem como nos músculos lombares, bem como, construindo um grau menor de força ao longo do corpo todo, conforme previamente mencionado no capítulo "estímulo indireto."

Então, durante o terceiro treinamento semanal, se o sistema 10/8/6 de agachamento for usado, isto praticamente construirá completamente o grau máximo de força global que pode vir do agachamento -- e sem o perigo de agachar cargas extremamente pesadas.

Considerando a importância quanto a "profundidade do agachamento", o agachamento deveria prosseguir até o ponto onde as partes posteriores das coxas começam a entrar em contato com a parte posterior das panturrilhas, e naquele ponto o agachamento devia ser interrompido pela ação dos músculos -- em vez de usar as panturrilhas como molas para tomar impulso. Executado desta forma -- a forma correta indicada aqui -- não há o mais leve perigo no desempenho do agachamento -- pelo menos não para os joelhos -- e muito pouco perigo de qualquer tipo se as precauções de bom senso forem observadas. Pelo contrário, o agachamento possui mais méritos em prevenir lesões nos joelhos do que qualquer outro exercício -- ou qualquer outra combinação de exercícios.

A única maior desvantagem do agachamento vem do fato de que eles são brutalmente duros se eles forem praticado até o ponto onde a intenção é conseguir o máximo em termos de resultados; e muitos praticantes de exercícios com peso simplesmente não estão dispostos a trabalhar tão duro quanto o agachamento é capaz de força-los a trabalhar. Tais pessoas -- que existem aos milhares -- foram rápidos em espalhar rumores sobre o suposto perigo do agachamento para com os joelhos; porque assim, então, eles têm uma desculpa para não executá-los.

As articulações não são lesionadas durante movimentos naturais; ao contrário, tais movimentos são necessários para manter o funcionamento normal das articulações. Imobilizada em uma certa posição durante um período de vários dias, uma articulação torna-se literalmente incapaz de realizar movimento; imobilizada em uma certa posição durante um período de alguns meses, uma articulação bem pode tornar-se permanentemente incapaz de realizar movimento.

E enquanto o agachamento -- como uma forma de sentar - encontra-se no momento, fora de moda na maior parte deste país, e isto continua, através do mundo inteiro, sem dúvida, como o meio mais comum de sentar; isto demonstra que é literalmente impossível chegar a qualquer grau de precisão. Mas se tal demonstração precisa for disponível, eu estaria mais que disposto a apostar que lesões nos joelhos são muito mais comuns neste país -- onde o agachamento quase nunca é praticado -- do que nos locais onde o agachamento ainda é feito como uma rotina importante, é claro.

Então -- certamente -- incluir o agachamento em seu programa de treinamento, executando-o até a mais baixa posição segura possível, qualquer seja esta em qualquer caso em particular; execute-os suavemente, sob total controle o tempo todo, e pare na parte mais baixa pela ação dos músculos -- isto é tudo o que é necessário, e exatamente as mesmas regras se aplicam a todos os outros exercícios que você puder imaginar.
Se você ainda permanecer não convencido, então pergunte a sí mesmo simplesmente o por que de eu estar tão ansioso para convence-lo do valor do agachamento; afinal, para mim não faz a mínima diferença se você agacha ou não -- ou "como" você o faz, caso você o faça. O agachamento não é algo que eu possa vender para você, nem foi eu quem o inventou; eles simplesmente são uma forma muito boa de exercício, e que não pode ter os benefícios imitados por outro exercício -- até o ponto em que isto for de importância --, enquanto um exercício único.

Faça-os, ou não os faça; mas se você não os fizer, então você provavelmente sofrerá lesões nos joelhos, especialmente se você jogar futebol.


Fonte:http://sites.google.com/site/filosofiahit/agachamento-completo-pros-e-contras

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

CESAR CIELO mostra preparação física com levantamento de peso

Adaptações musculares ao treino aeróbico

Quando realizamos exercícios de endurance provocamos em nosso corpo o aumento do número de glóbulos vermelhos em nosso sangue facilitando o transporte de nutrientes e do oxigênio que respiramos. As nossas células musculares conseguem metabolizar o ácido lático que é uma substância responsável pela fadiga de uma maneira mais eficiente resultando em melhor aproveitamento muscular quando treinamos. Também nossos vasos sanguíneos em nossos pulmões aumentam sua capilarização, possibilitando uma redução do volume necessário de ligação desse grupo muscular envolvido no movimento. A nossa ventilação faz parte das funções que sofrem adaptações com o exercício. O sangue que passa pelos pulmões para receber oxigênio que será transportado para o organismo aumenta linearmente durante o exercício. Dessa forma, a fração de ar inspirado e expirado aumenta proporcionalmente com a demanda e conseqüentemente aumentamos o trabalho dos nossos pulmões.

Durante o seu treino aeróbico os músculos envolvidos trabalham de forma cadenciada, isso acontece pois o oxigênio alcança as células musculares em quantidade apropriada. Além do oxigênio, o músculo também recebe através da circulação sanguínea hormônios, glicose e retidos metabólicos. A manutenção deste treino só é possível através dessa constante troca. Caso você aumente a intensidade, você sai deste estado de equilíbrio máximo, e o preço a pagar será o comprometimento da sua performance. Esta velocidade é conhecida como velocidade de limiar anaeróbio e é muito importante conhecê-la para aproveitar o máximo o seu desempenho em função da programação de treinos realizado.

A definição de limiar anaeróbio está diretamente relacionada com a produção e remoção de ácido lático do nosso organismo, que é um resíduo de nosso metabolismo que causa a fadiga muscular e diminui a capacidade do corpo de absorver oxigênio do ar atmosférico. O limiar anaeróbio é o ponto em que a produção de ácido lático passa a ser maior do que a capacidade que o corpo possui em removê-lo, é uma intensidade que geralmente temos fadiga muscular. Já o limiar aeróbio é quando o corpo passa a usar o oxigênio do ambiente como combustível predominante, ao mesmo tempo em que remove o ácido lático que se armazena em alguns grupos musculares durante o exercício. Podemos dizer que é a fase auto limpante, sendo um ritmo confortável e pode ser mantido durante um longo período. Para melhorar sua performance, uma boa dica seria determinar as suas faixas de treinamento, e assim determinar seus ritmos em função dos seus limiares aeróbio e anaeróbio.

Treinar sempre no mesmo ritmo com certeza irá melhorar sua condição física, mas um treinamento mais elaborado otimiza e aproveita melhor o seu tempo disponível para treinar. Criar ritmos em função de testes diretos e indiretos de treino auxiliará bastante no desenvolvimento e evolução do seu condicionamento físico como ritmos leves, moderado e forte. Nunca esquecer que quanto mais intenso o ritmo de treino, menor é a duração do mesmo. Esta noção de esforço é muito importante, e um monitor cardíaco com um cronômetro ajuda bastante a realizar os ritmos de treino nas respectivas intensidades. Para você otimizar seus treinos dessa forma a primeira providencia seria um exame clínico completo, e uma orientação de um profissional de educação física, desta forma acredito que sua performance irá melhorar bastante.

As estruturas que compõem os músculos são denominadas fibras musculares, no entanto, a musculatura esquelética não possui apenas um tipo de fibra muscular. As fibras de contração lenta predominantes em maratonistas, denominadas vermelhas, são ricas em mioglobina que é um composto que armazena oxigênio entre outras funções. Já as fibras de contração rápida, são também denominadas fibras brancas e que predominam em indivíduos velocistas, pois essas são pobres em mioglobina. Portanto, você pode ser um velocista nato ou um fundista, e para melhorar sua performance são necessários alguns treinos específicos, principalmente em função de seus objetivos.


Por:Aulus Sellmer

Fonte:http://www.gssi.com.br/artigo/78/adaptacoes-musculares-ao-treino-aerobico

sábado, 27 de novembro de 2010

Baropodometria - Teste da Pisada

Tipos de Pisadas- Conesiologia

Tipos de pisadas

introdução

Conhecer os tipos de pisada, é um fator essencial para melhor escolha do calçado. É fundamental que as pessoas saibam que existem disponíveis no mercado, calçados os quais são fabricados com base em cada tipo de pisadas. Já que o uso do tênis inadequado para certas práticas de exercícios físicos pode ocasionar lesões e problemas na saúde do pé e da coluna.

Para indicar o calçado adequado a determinada tipo de pisada, é necessário que o fisioterapeuta tenha o conhecimento ideal da anatomia, e biomecânica do Tornozelo e Pé.

O uso do tênis inadequado, pode ocasionar lesões, dores, e até mesmo fazer com que a pessoa não consiga mais andar ou correr, nos casos mais graves.


Anatomia dos pés

O Pé é composto por 26 ossos. 7 ossos do tarso (tálus , calcâneo, cubóide, navicular e os três cuneiformes); 5 ossos do metatarso; 14 falanges (três para cada um dos dedos, exceto para o hálux , que tem apenas duas).

Os ossos unidos por ligamentos que totalizam número de 107, formando as articulações.


Tipos de pisadas

As pisadas são classificadas da seguinte maneira:

PRONADA NEUTRO SUPINADA

Pisada pronada

Mais de 75% da população mundial tem tipo de pisada pronada

A pronação acontece quando, durante a movimentação, a parte de fora do calcanhar toca o chão e o pé inicia a rotação para dentro e só depois se endireita, terminando a pisada no dedão.

A pronação é um problema de hipermobilidade.

Uma quantidade moderada de pronação é necessária para que o pé funcione apropriadamente, no entanto, lesões podem acontecer com a pronação excessiva. Quando isso acontece, o arco do pé se achata, alongando músculos, tendões e ligamentos que ficam na parte inferior do pé.


Pisada supinada

Supinação é o oposto de pronação. Ela acontece quando, durante a movimentação, o calcanhar toca o solo e o pé inicia uma rotação para fora até se endireitar e terminar a pisada no dedinho. Aumentando o impacto entre as articulações

Pé supinado é, em geral, muito rígido.

Uma quantidade normal de supinação acontece quando, durante a pisada, o calcanhar deixa o solo e os dedos são usados para a propulsão do corpo. No entanto, a supinação excessiva põe uma carga grande nos músculos e tendões que estabilizam o tornozelo, o que pode fazer com que o tornozelo rotacione totalmente para fora, resultado em torção ou até mesmo na ruptura total dos ligamentos.

Pisada neutra

A pisada neutra inicia no lado externo do calcanhar e movimenta o pé rapidamente direcionado para a área da planta do pé, terminando com a parte da frente do pé inteira tocando o solo.

A grande maioria dos corredores com pisada neutra usam tênis da categoria neutro-amortecimento. Mas dependendo do seu arco do pé, o tipo

CALÇADOS adequados

PISADA PRONADA: Uma pessoa com este tipo de pisada deverá escolher um tênis com ótimo controle de movimento (retropé), menos flexível e muita estabilidade.

PISADA SUPINADA: Uma pessoa com este tipo de pisada é indicado o uso de um tênis bastante flexível e que possua um ótimo sistema de amortecimento e distribuição de impacto.

A escolha do tênis ideal

Pronação e supinação são problemas biomecânicos. Usar um tênis de corrida apropriado para o seu tipo de pisada vai ajudá-lo a prevenir lesões.

Em primeiro lugar, é preciso entender que os tênis de corrida, em geral, são agrupados em sete categorias: estabilidade, amortecimento, durabilidade, flexibilidade, leveza, ajuste e tração. Essas categorias irão

Estabilidade: A estabilidade do calçado está
relacionada á neutralização do tipo de pisada de acordo com a atividade exercida, é responsável por manter o pé firme ao solo durante o deslocamento nas mais diversas situações e nos mais diversos tipos de terrenos.

Amortecimento : O sistema de
amortecimento auxilia na redução de impacto sobre as articulações ,evitando possíveis lesões articulares principalmente sobre tornozelos e joelhos.

Durabilidade: É praticamente o tempo
que o material resiste com a ação do tempo, bem como a depreciação durante a execução da pratica esportiva. É relacionada também a vida-útil do material para uma substituição.

Flexibilidade: Relacionado ao conforto
interno, e é utilizada comumente em atividades que requerem determinada elasticidade para a realização de deslocamentos. Os esportes que exigem um deslocamento de corrida explosiva

Leveza: É basicamente o peso do calçado, e de que forma esse peso pode influenciar no desempenho final.

Ajuste: Mensura o conforto de acordo com a estabilidade necessária para a prática desportiva de acordo com biomecânica da atividade em questão. Nesta característica é importante salientar que esta relacionado os aspectos do conforto e do desempenho, uma vez que um calçado

Levando em consideração essas características, pode-se fazer uma escolha do desempenho esportivo, e o mais importante que é minimizar o risco de lesões como :dores musculares, fascite plantar, tendinites ,canelites, dor na coluna e nas articulações do membro inferior , lesões na pele como bolhas ,calos etc.O importante é que o atleta consiga realizar seu trabalho com o maior conforto e melhor performance


Principais Lesões

Lesões por S upinação exces s iva - Entorses por inversão do tornozelo. - Síndrome do estresse tibial medial - Tendinite dos fibulares . - Síndrome do atrito no trato iliotibial. - Bursite trocantérica. - Fratura por estresse do 5º metatarso (fratura de Jones)


Diagnóstico da pisada

O modo mais exato de descobrir o tipo de pisada é fazendo o exame de barometria que dura em média 20 minutos e deve ser feito tanto por atletas quanto por pessoas sedentárias que costumam usar tênis no dia-a-dia. O teste consiste em uma fina palmilha que contém filetes computadorizados que identificam os pontos de maior tensão do pé durante a pisada. O exame deverá ser avaliado pelo


Lesões por Pronação exces s iva - Fratura por estresse do navicular. - Fratura por estresse do 2º metatarso ( fratura de March). - Joanete. - Fasciíte plantar. - Tendinite do tibial posterior . - Tendinite do tendão calcâneo (aquiles). - Síndrome do estresse tibial medial (sóleo e tibial posterior).


PREVENÇÃO DE LESÕES


Avaliação médica, física e postural . - Treinamento aeróbico e anaeróbico adequado e individualizado. - Reforço muscular. - Exercícios de alongamentos. - Alimentação adequada. - Uso de Calçados adequados à sua pisada.


Conclusão

Tendo em vista que o calçado é um instrumento favorável para minimizar patologias. Ele se torna indispensável no ato de uma correção postural. Evitando lesões, potencializando performance de atletas e garantindo conforto simultaneamente. Preservando da integridade física do atleta em questão. E dentro disso, é de fundamental importância saber qual é o tipo de calçado ideal para realizar


Fonte:http://www.ebah.com.br/tipos-de-pisadas-conesiologia-pptx-a59990.html

sábado, 20 de novembro de 2010

The Best Reasons for Building MUSCLE: Burn Fat and Get Stronger

The best way to burn fat (ABC Health)

Personal trainer: o profissional da boa forma

Os personal trainers chegaram para ficar. O que antes era considerado moda ou acessível apenas ao luxuoso mundo dos artistas está ganhando cada vez mais adeptos. Hoje, os amantes da boa forma já podem contar com o apoio desses profissionais que se dedicam a orientar e incentivar a prática de exercícios físicos.

Em Juiz de Fora, um dos pioneiros nesse ramo foi Eduardo Barbosa. Formado em Educação Física com especialização em atividades motoras em academias, há quatro anos se divide entre as aulas e o acompanhamento pessoal. Para ele, no início, a procura era tímida porque ainda não havia uma mentalidade voltada para este novo tipo de preparação física na região. Somente a partir do momento em que o treinamento personalizado começou a ganhar um destaque a nível nacional, a demanda disparou e o mercado local passou a crescer. Desde então, os personal trainers não têm do que se queixar. Com a hora/aula custando R$20, em média, o aluno que fizer três horas de exercícios semanais vai pagar R$240,00 por mês. Um preço bem maior que o cobrado pela matrícula comum nas academias, mas que pode valer à pena.

Eduardo acredita que uma das principais vantagens oferecidas por esta nova modalidade é a motivação. O fato de o aluno ter um acompanhamento completo de suas atividades físicas, orientação nutricional e um apoio emocional não o deixam desistir.

Além disso, há um maior envolvimento de ambas as partes e uma cobrança constante do professor, o que permite uma melhor avaliação do aluno e agiliza o aparecimento de resultados com total segurança.

O empresário Lawrence Mateus, há dois anos, optou pelo acompanhamento de um personal trainer e está satisfeito. Com três horas semanais de exercícios, ele confirma que a cobrança e a rigidez do professor realmente funcionam como um estímulo. De acordo com Lawrence, a principal vantagem de um trabalho personalizado é o direcionamento da atividade física e a mudança de objetivos a cada estágio. Quando contratou este tipo de serviço, ele pretendia queimar gorduras localizadas. Depois, procurou desenvolver atividades aeróbicas e, atualmente, trabalha na manutenção da atividade física. "Todo este acompanhamento cria uma dependência positiva entre professor e aluno", afirma.

Outra vantagem é quanto ao horário. Quem tem pouco tempo ou não gosta de freqüentar academias pode fazer os exercícios em casa e organizar as aulas da maneira que lhe convier. Para tanto, é preciso que se tenha alguns materiais básicos como colchonete, halteres, caneleira, aparelho de abdominal e, pelo menos, um equipamento de exercício aeróbico como bicicleta ergométrica ou esteira, além de espaço suficiente para que as atividades sejam desenvolvidas.

Márcio Lácio, proprietário de academia e com especialização em personal trainer para atividades aquáticas, lembra que o acompanhamento favorece a elaboração de exercícios específicos para pessoas com problemas cardíacos, diabetes, hipertensão e até mesmo gravidez.


Professores precisam ter pós-graduação

Apesar das diversas vantagens, o personal trainer Eduardo recomenda atenção na hora de contratar um profissional. "Quem quiser atuar na área deve fazer um curso de pós-graduação. Por se tratar de um trabalho personalizado e especializado, quanto maior o conhecimento e mais atualizado estiver o profissional, melhor será", diz.
Um curso de pós-graduação dura em torno de seis meses a um ano, com aulas práticas e teóricas. Eduardo alerta ainda para o perigo dos "atletas-professores", que não são habilitados, não tendo conhecimentos suficientes para atuarem como personal trainers. Por isso, ele comemora a criação do Conselho Federal de Educação Física, CONFEF -, a legalização da profissão e a conseqüente fiscalização que está sendo feita.

O professor da Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Juiz de Fora e personal trainer, Marcelo de Oliveira Matta, também é a favor do CONFEF. Contudo, ele acredita que apenas a graduação seja suficiente para habilitar o aluno a ser tanto professor de ginástica nas academias, clubes e escolas quanto personal trainer. "Na própria faculdade, os alunos têm disciplinas que dão embasamento teórico e que ensinam como prescrever atividades físicas. Por isso, uma especialização não é fundamental".

Os professores alertam: seja em casa, na rua ou na academia, acompanhado ou não por um personal trainer, é importante que se pratiquem exercícios regularmente. Além de proporcionar melhor condicionamento físico e perda de peso, as atividades melhoram a qualidade de vida e a saúde das pessoas. É fundamental, entretanto, procurar um médico para uma avaliação física antes de dar início às atividades.


Dançar também faz bem à saúde

É possível ainda variar ou conciliar os alongamentos e a malhação com outros tipos de atividade, como a dança, por exemplo. Basta apenas haver o interesse do aluno e a capacidade do personal trainer. A professora Magali Nazaro, especialista nas danças de salão e do ventre, dá aulas particulares, geralmente procuradas por mulheres entre 45 e 60, e coletivas, normalmente freqüentadas por alunas com menos de 30 anos. Ela acredita que a procura é grande em virtude de fatores como o modismo, muito incentivado pela televisão, e pelo fato de a dança propiciar prazer, condicionamento físico e sensualidade.


Fonte:http://www.acessa.com/arquivo/viver/vida_saudavel/2000/01/20-Personal_trainer/

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Nutritional Health : How to Eat a Heart-Healthy Diet

The Best Diet for Preventing Heart Disease

La dieta de un deportista: proteínas, carbohidratos, lípidos,

Sem proteínas, seu corpo vai à falência : Esse nutriente é indispensável à sua dieta, saiba onde encontrá-lo

Sem proteínas, seu corpo vai à falência

Elas estão presentes em três grupos da pirâmide alimentar: leite e derivados; carnes e ovos; leguminosas. Somando tudo isso, devem reunir de 15 a 20% das calorias totais do cardápio diário. (Conheça os segredos da pirâmide alimentar). Só por aí, já dá para notar a importância que as proteínas têm na alimentação. A responsável pela equipe nutricional do Minha Vida, Roberta Stella, ressalta o papel desse nutriente.

As proteínas obtidas através dos alimentos desempenham diversas funções no organismo. Elas estão envolvidas na reparação do tecido corporal, na formação de enzimas, hormônios, anticorpos, no transporte de triglicérides, colesterol e vitaminas pelo corpo , lista. Isso tudo sem falar da energia que elas oferecem para mantermos o esqueleto em pé. A cada grama de proteína, você pode contar com a energia de 4 calorias a mesma quantidade fornecida pelos carboidratos. (


Ou seja, cortando esse nutriente do cardápio, você vai causar um rebuliço no seu organismo. As proteínas participam de processos metabólicos importantes. Sem elas, as funções dos aminoácidos podem ficar comprometidas , alerta Roberta.

Por dentro das proteínas

A especialista explica que as proteínas são estruturas químicas que contêm carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio em sua composição. A mistura de tantos ingredientes garante o sucesso das atividades que elas desempenham no nosso corpo. Colágeno e queratina, responsáveis pela composição dos cabelos e das unhas, são exemplos de proteínas naturalmente presentes na nossa constituição física.

Já o time obtido pela alimentação é sintetizado de várias formas. Os vegetais produzem o nutriente a partir do nitrogênio encontrado em substâncias presentes no solo. As leguminosas extraem o gás do ar atmosférico, contando coma ajuda de bactérias presentes em suas raízes para que ele seja metabolizado. Os animais, por sua vez, obtêm as estruturas necessárias para formação das proteínas a partir de outros alimentos (tanto os de origem animal, quanto dos de origem vegetal).


O que são aminoácidos?

Quando ingeridas, as proteínas são quebradas em pequenas estruturas, que levam o nome de aminoácidos , esclarece a especialista do Minha Vida. Juntos no organismo, os aminoácidos formam outras proteínas, que farão parte das enzimas, dos hormônios, das hemoglobinas, das vitaminas, dos transportadores e de muitas outras substâncias.
Essenciais para a produção de novas proteínas, os aminoácidos se dividem em três tipos: indispensáveis, dispensáveis e condicionalmente indispensáveis.

Na lista dos indispensáveis, encontram-se treonina, triptofano, histidina, lisina, leucina, isoleucina, metionina, valina, fenilalanina. Todos eles já são produzidos pelo organismo, porém, em quantidade insuficiente. Para suprir essa necessidade, eles precisam ser obtidos pela alimentação. Já os dispensáveis são aqueles que somente o organismo se encarrega de produzir. Entre eles estão alanina, ácido aspártico, asparagina, ácido glutâmico e serina.

O time composto pela arginina, cisteína, glutamina, glicina, prolina e tirosina compõem os aminoácidos condicionalmente indispensáveis. Isso significa que, quando a síntese feita pelo organismo não é suficiente, eles precisam ser obtidos através dos alimentos, diariamente. Confira, a seguir, o desempenho de cada aminoácido no organismo.

Todos eles estão presentes em alimentos ricos em proteínas, como carnes, leite, abacate, abóbora, feijão e soja:

Triptofano: participante da produção da vitamina niacina e do neurotransmissor serotonina, responsável pela sensação de bem-estar.

Metionina: um dos responsáveis pela fabricação de compostos como colina e carnitina, esse aminoácido ajuda na formação de tecidos do corpo.

Fenilalanina: dá origem à tirosina e, juntas, produzem a tiroxina e a epinefrina.A tirosina está envolvida na formação do pigmento da pele e dos cabelos.

Arginina e citrulina: fazem parte da formação da uréia no fígado. Glicina: se alia a substâncias tóxicas transformando-as em substâncias não-prejudiciais à saúde e que, depois da união, são excretadas pelo organismo

Histidina: aminoácido formador da histamina, que causa a dilatação dos vasos sangüíneos.

Glutamina: o aminoácido mais abundante no plasma e nos músculos.

Fonte:http://www.minhavida.com.br/conteudo/10034-sem-proteinas-seu-corpo-vai-a-falencia.htm

sábado, 13 de novembro de 2010

Alimente seus músculos

Uma das mais recentes boas novas na área de nutrição, divulgadas pela Universidade de Connecticut, EUA, lista oito alimentos de peso para aumentar a massa muscular. A genética ajuda: "Quem tem uma combinação ideal de genes responsáveis pelo aumento das fibras musculares não precisa se esfalfar na academia", diz Tamara Mazaracki, especialista em medicina ortomolecular e nutrologia no Rio de Janeiro (RJ).

Para quem não tem essa vantagem, o conselho é buscar reforço numa dieta adequada. "Setenta por cento da massa muscular resulta da alimentação e do descanso, enquanto os outros 30% vêm dos exercícios de força", explica Júlio Neves, médico especializado em qualidade de vida, de Salvador (BA).

Proteínas são essenciais: "Quem faz atividade física regular mas não é atleta deve consumir 15% das calorias provenientes da proteína", diz o nutrólogo Alexandre Merheb, do Rio de Janeiro. "As iniciantes precisam ingerir 1,7 grama de proteína por quilo de peso corporal", completa Júlio Neves. Exemplo: se você pesa 55 quilos, precisa de 93 gramas de proteína por dia ou cerca de 400 gramas de carne vermelha.

Segundo a médica do esporte Fernanda Lima, chefe do Ambulatório de Medicina da Universidade de São Paulo, estudos mostram que acima de 1,78 grama de proteína não há aproveitamento do nutriente na formação da musculatura. Para um melhor aproveitamento dos nutrientes, Júlio Neves recomenda fazer a refeição no máximo 30 minutos após o treino.

"Nesse intervalo, existe a chamada janela de absorção, em que os nutrientes são usados para a reposição, no fígado e nos músculos, do glicogênio, um tipo de carboidrato usado como fonte de energia para o crescimento muscular, mas que não é depositado sob a forma de gordura." Isso significa que aquilo que você ingerir meia hora após os exercícios não vai se transformar em calorias extras.

A nutricionista Flávia Abdallah, de São Paulo (SP), destaca o papel dos carboidratos na formação muscular. "A proporção ideal é de 3 gramas de carboidratos para 1 grama de proteína." Para melhorar a absorção das proteínas, ela sugere acrescentar alimentos ricos nas vitaminas C e E, além de betacaroteno.

1 ovo (com gema): a proteína perfeita

Como forma músculos - O ovo é o alimento com o mais alto valor biológico - uma espécie de medida da quantidade de proteína que um alimento é capaz de fornecer ao corpo. É verdade que a proteína da carne é mais eficiente para a construção muscular. Mas a gema, além da proteína, contém a vitamina B12, necessária para diminuir os níveis de gordura e ajudar na contração muscular.

Quantidade ideal - Consuma ovos com gema, sem medo, mas não fritos, porque cada um tem 120 calorias. Embora a gema ainda tenha a má fama de aumentar o teor de colesterol do sangue, é a maior fonte conhecida de colina, substância que ajuda a dissolver essa gordura nas artérias", explica Tamara Mazaracki

2 iogurte: porção de ouro

Como forma músculos - "O iogurte tem aminoácidos essenciais em altas porcentagens", diz o clínico geral Júlio Neves. "Esse alimento é decisivo no crescimento muscular, porque combina proteína e carboidrato em doses ideais." Um copo fornece 10% da nossa necessidade diária de proteína. A versão com frutas é ainda melhor, porque aumenta os níveis de insulina, uma das chaves para reduzir a perda protéica que costuma acontecer após o exercício.

"É uma boa fonte de cálcio, mineral importante para a contração muscular", completa Tamara Mazaracki. Quantidade ideal - "Tome um ou dois potes de iogurte diariamente. "Sem açúcar ou adoçante é melhor, porque esses ingredientes diminuem a ação dos lactobacilos e também o teor de vitaminas do complexo B", explica a nutróloga.


3 salmão: combustível do crescimento

Como forma músculos - Altamente protéico, tem grandes quantidades de ômega-3, uma gordura que ajuda na recuperação da massa muscular. "Devido à ação antiinflamatória, permite a assimilação de novas proteínas pelas fibras", diz Tamara Mazaracki. Quantidade ideal - Consuma três vezes por semana, mas lembre-se: uma posta ou um filé médio de salmão tem 150 calorias. Para melhor aproveitar os nutrientes, prepare o peixe em baixa temperatura e evite cozinhar demais.

4 carne vermelha: rainha da creatina

Como forma músculos - Esse aminoácido é produzido no fígado e nos rins. Sem ele, não há energia. As carnes, principalmente a vermelha, é o alimento número 1 em quantidade de creatina, essencial para a construção muscular. Mais: contêm ferro, zinco, niacina (vitamina B3) e vitamina B12 - nutrientes cruciais para quem quer resultados. Quantidade ideal - A carne vermelha deve ser consumida de duas a três vezes por semana. Um bife médio de carne magra tem de 150 a 200 calorias e não compromete a dieta.

5 azeite de oliva: o líquido da energia

Como forma músculos - A gordura monoinsaturada ômega-9 tem ação anticatabólica, ou seja, age contra inflamações, que provocam o desgaste e a fraqueza muscular. Quantidade ideal - Use de uma a duas colheres de sopa por dia, em saladas e também para cozinhar. Lembre-se, porém, de que cada colher conta 110 calorias. Olho vivo!

6 amêndoas: remédio para a massa muscular

Como formam músculos - Elas são uma das maiores fontes da vitamina E alfatocoferol, a forma mais bem absorvida pelo corpo e um potente antioxidante, que pode ajudar a prevenir os danos provocados pelos radicais livres após o treino. E quanto menos agressões praticadas pelos radicais livres, mais rapidamente seus músculos vão se recuperar. Quantidade ideal - "Consuma 15 unidades por dia, no lanche ou na salada", sugere a nutróloga. "Já que dão saciedade, coma cinco amêndoas antes do almoço e outras cinco antes do jantar para aplacar a fome."

7 água: um banho de força

Como forma músculos - Oitenta por cento da massa muscular é composta de água. Mesmo uma diminuição tão pequena quanto 2%, por transpiração ou falta de ingestão, pode prejudicar a perfomance. Um estudo realizado na Alemanha dá conta de que quanto mais desidratado seu corpo estiver, mais lentamente ele vai utilizar a proteína para construir músculos.

"A perda excessiva de água reduz o consumo máximo de oxigênio, fator importante no desempenho físico", explica Tamara Mazara-cki. "Um músculo com apenas 3% de desidratação, por exemplo, tem uma perda de 10% na força de contração e de 8% na velocidade de reação. Quando o músculo está desidratado, o cansaço chega rápido." Mesmo em repouso durante 24 horas, você perde 1 litro de água - 400 ml pela respiração e 600 ml através da pele. Ao se exercitar, essa perda aumenta. Por isso, beba água antes, durante e depois do exercício.

"O ideal é beber pequenos goles a cada 10 minutos", aconselha a nutróloga. "Se você esperar ficar com a boca seca, seus músculos já estarão sofrendo com a falta de água", completa. Segundo Júlio Neves, a glicose (um derivado do carboidrato também necessário para o ganho de massa muscular) só é incorporada ao músculo na presença de água.

"Para cada grama de glicose armazenada no músculo e no fígado, são necessários 3 miligramas de água", explica. Quantidade ideal - Varia de acordo com o clima e o treino. "Para saber se você está ingerindo o necessário, observe a cor da urina. Quanto mais clara, mais bem hidratado está o organismo", ensina Júlio Neves.

8 café: estimulante imbatível

Como forma músculos - Para ter mais gás durante o exercício anaeróbico (que não usa o oxigênio), caso da musculação, o cafezinho é tiro e queda. "A cafeína é uma substância ergogênica, ou seja, melhora o desempenho, a concentração e a disposição para malhar", diz Júlio Neves. "Além disso, o café aumenta o uso de gordura corporal para gerar energia", completa Tamara Mazaracki. Beba de 30 a 60 minutos antes da atividade. Quantidade ideal - "Você pode tomar até dois cafés expressos ou, então, pedir ao seu médico que receite uma fórmula em cápsula", sugere Júlio Neves.

Para quem sofre de úlcera ou algum tipo de doença cardíaca, a bebida é desaconselhada. "Mesmo quem é saudável pode ter distúrbios como arritmias, gastrite, insônia e irritabilidade se ingerir a bebida em excesso", alerta Fernanda Lima. A médica Tamara Mazaracki lembra, ainda, que o excesso de cafeína do mate ou do chá verde pode alterar a absorção de minerais e vitaminas.


Por: Thais Cavalheiro

Fonte:http://www.sitemedico.com.br/sm/materias/index.php?mat=446

sábado, 6 de novembro de 2010

CUIDADOS COM A POSTURA - CORPO E SAÚDE - WWW.ARTEDEVIVER.COM

Esportes radicais nas férias

As férias de verão estão chegando e você pode ter momentos mais ativos e produtivos enquanto está afastado das salas de aula. Por isso, se você está de bobeira em casa, mesmo que apenas durante um final de semana, espante a preguiça e dê um pouco de aventura à sua vida praticando esportes...radicais. Os esportes radicais servem como verdadeiras "descargas de energia" ajudando você não só a relaxar, mas também, a queimar calorias. Ou seja, de quebra, você também pode ficar mais "leve" durante um final de semana de aventura.

O bom de tudo isso é que, se você curtiu a idéia, nem vai precisar se preocupar em gastar muito ou andar por aí atrás de agências que ofereçam roteiros descolados, basta dar uma olhada nos pacotes turísticos disponíveis nas agências experimentais de turismo, aquelas mantidas por algumas instituições de Ensino Superior que oferecem graduação em Turismo. (Saiba mais lendo a matéria Turismo bom e barato).

Para quem está em São Paulo, por exemplo, procurar a Universidade Metodista pode ser uma boa opção. Além de montar pacotes radicais em cidades como Brotas, Socorro e Analândia - famosas pelo turismo de aventura -, neste mês de julho, a instituição está oferecendo um final de semana no Petar - Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, em São Paulo. Nos dias 1º e 2 de julho os turistas poderão conhecer o local que abriga 215 cavernas, por meio da atividade chamada de "caving" - exploração de cavernas. Durante o circuito, os turistas passarão por trilhas e cachoeiras. As despesas com hospedagem e alimentação estão todas inclusas no pacote que, por pessoa, custa R$ 370,00. "Universitários chorões podem ter um desconto ou um parcelamento do valor", diz o coordenador da agência experimental de Turismo da Metodista, Thales Navarro Alves Monteiro.

Trekking: história e curiosidades

A palavra trek tem sua origem na língua africâner, da África do Sul. Passou a ser amplamente empregada no início do século XIX, pelos vortrekkers - primeiros trabalhadores holandeses que colonizaram a África do Sul.

O verbo trekken significava migrar e carregava uma conotação de sofrimento e resistência física, numa época em que a única forma de se locomover de um ponto a outro era caminhando.

Quando os britânicos invadiram a região e estabeleceram seu domínio político na África, a palavra foi absorvida pela língua inglesa e passou a designar as longas e difíceis caminhadas realizadas pelos exploradores em direção ao interior do continente, especialmente na busca de novos conhecimentos, como a nascente do rio Nilo e as neves do monte Kilimanjaro.


Origem dos esportes radicais

Mas o que são e de onde surgiram os esportes radicais? Tais esportes são assim considerados pois oferecem mais riscos do que os esportes em geral, o que os torna mais emocionantes, já que exigem um maior esforço físico e maior controle emocional. Eles também são assim chamados porque estão envolvidos em situações extremas de limite físico ou psicológico dos participantes. No início, eram considerados esportes radicais a prática do paraquedismo, snow board e vôo livre. Com o tempo, atividades como o rafting, trekking, cannoying, verticália, entre outras, foram incorporadas à lista dos esportes de aventura.

Segundo especialistas, estas atividades fazem muito bem à saúde, mas exigem um certo preparo físico. Por isso, antes de investir em qualquer uma destas práticas o "atleta de plantão" deve se informar do que é preciso saber ou fazer para exercitar-se com segurança. O professor de Educação Física e Turismo da São Judas, que ministra as disciplinas de Lazer e Recreação, Luiz Aurélio Sham Lian, reforça ainda que, antes de se infiltrar em uma das modalidades, o praticante deve se informar sobre a qualidade e a idoneidade da empresa que oferece este tipo de prática. "Isso ajuda não apenas a evitar acidentes, como também, a orientar os praticantes a se sair melhor durante a prática do exercício."

Além do cuidado excessivo com a segurança - pelo perfil destas práticas esportivas -, há algumas restrições quanto ao perfil dos praticantes dos esportes de aventura. Segundo o diretor-presidente da Águas Radicais, Antônio Robes Neto, graduado em Educação Física, embora a prática de atividades físicas seja bem-vinda a toda e qualquer pessoa, no caso dos esportes radicais, devem ser observados cuidados especiais com cardiopatas, hipertensos, grávidas, pessoas com distúrbios ou problemas de vertigens e desmaios freqüentes. "Há uma atenção especial a estes grupos de pessoas, mas todas as atividades são totalmente monitoradas por profissionais capacitados e responsáveis, prontos para atender as mais diversas eventualidades", diz.

Por que praticar?

Na maior parte dos casos, o principal motivo das pessoas abandonarem o conforto das grandes cidades para praticar esportes radicais é a fuga da monotonia do dia-a-dia de uma cidade grande. A prática destas atividades funciona como uma válvula de escape para o stress urbano, originado por excesso de trabalho, má alimentação, violência, trânsito. "Os benefícios do lazer proporcionado por tais práticas causam uma sensação de bem-estar momentâneo muito forte. É mais ou menos o que acontece quando se desce por um tobogã ou por uma montanha-russa", compara Sham Lian.

Tais práticas são consideradas ainda estimulantes graças ao excesso de adrenalina liberado pelo corpo. Além disso, proporcionam um aumento da autoconfiança dos praticantes que conseguem superar obstáculos impostos por estes esportes. "Tais esportes liberam uma dose elevada de adrenalina que, após o término da atividade, causa uma sensação de relaxamento", acrescenta Robes Neto.

Não é de se espantar que, depois do susto, o atleta fique calminho, calminho. Mas a "terapia de choque" contra o estresse não é o único benefício da prática dos esportes de aventura. Atividades como o trekking, o rapel e o cannoying, por exemplo, apresentam várias qualidades. Uma delas é indiscutível: essas atividades trabalham diversos músculos do corpo e é cientificamente provado que as atividades físicas diminuem o risco de algumas doenças, além de aumentar a longevidade das pessoas. "Os esportes radicais melhoram a condição motora, a destreza de movimentos, aumentam a força muscular, melhoram a flexibilidade, o eqüilíbrio e deixam a concentração aguçada", ressalta o diretor presidente da empresa Águas Radicais.

A prática dos esportes de aventura pode auxiliar ainda na perda de peso. Quem não se lembra da escalada? Uma prática pioneira entre os esportes radicais considerada inimiga do excesso de calorias. Chegando a queimar cerca de 12 calorias por minuto, ela foi incorporada aos exercícios físicos oferecidos nas academias. É claro que nem tudo é simples assim, um final de semana não vai ser o "fator x" de um regime milagroso, esportes radicais devem ser feitos regularmente para fazer "efeito". "Com uma freqüência de pelo menos três vezes na semana, aliada à uma dieta alimentar, com certeza o praticante terá uma perda de gordura corporal considerável", afirma Robes Neto.


Saiba de que forma cada um destes esportes atua no seu corpo:

Trekking

Para fazer o trekking, o atleta vai precisar de muito fôlego, disposição, resistência e pernas fortes. Do contrário, a caminhada pode ser um martírio. Isto porque o trekking não é nada simples. Em geral, as trilhas passam por pedras e rios, subidas e descidas dentro da mata. Neste caso, além do preparo físico, vale uma ajudinha de equipamentos importantes como tênis ou papete apropriados, repelente e protetor solar. São trabalhados os músculos inferiores (pernas, glúteos e panturrilhas).

Rafting

O rafting, famosa descida de corredeiras de rios com um bote, exige agilidade, concentração e uma força extra nos braços, uma vez que o praticante vai ter que remar muito, especialmente se as águas do rio estiverem mais tranqüilas, o que deixa o bote mais pesado e difícil de manejar. Nesta atividade, são trabalhados os músculos inferiores, superiores, a musculatura dorsal e lombar (pernas, bíceps, tríceps, trapézio, deltóides, rombóides).

Cannoying

Os leigos podem achar que cannoying nada mais é que um simples estrangeirismo dado à prática da canoagem. Mas não é nada disso. A atividade consiste na exploração de uma furna escavada por um curso d'água esculpindo no relevo cachoeiras, vales e montanhas. Para explorar o Canyon - daí o nome cannoying -, utiliza-se a técnica de rapel (descida feita por corda), pela qual os praticantes descem cachoeiras de várias alturas. A prática trabalha os músculos inferiores e superiores, basicamente: pernas, glúteos, panturrilhas, bíceps e tríceps.

Bóia-cross

Quem nunca desceu um rio ou conheceu alguém que já embarcou nesta aventura usando apenas uma simples câmara de pneu de caminhão? Pois é, desta brincadeira improvisada surgiu uma das atividades mais procuradas pelos turistas que visitam Brotas, ponto turísitico dos esportes radicais. Mais sofisticado do que a brincadeira do passado, hoje, o passeio é chamado de bóia-cross. As bóias são anatômicas, encapadas e com alças laterais para maior segurança aos adeptos da atividade. O bóia-cross trabalha os músculos inferiores, com enfâse nos músculos superiores (braços e peitorais).

Arvorismo

O arvorismo é um esporte recente, criado a partir das técnicas utilizadas por pesquisadores para se locomover em florestas na altura da copa das árvores. Plataformas com até 9 metros de altura, interligadas por cabos de aço, viram uma espécie de trilha nos ares para os praticantes do esporte. A dificuldade vai aumentando à medida que a pessoa avança de uma plataforma a outra. O equipamento utilizado é o mesmo do rapel: cadeirinha, mosquetões, roldana, capacete e luvas. A segurança é garantida pela chamada "solteira": uma corda que liga a cadeirinha do praticante a uma roldana presa num cabo de aço. Além de utilizar todos os músculos, a verticália exige equilíbrio e concentração do praticante.

Caso você ainda não tenha se convencido do benefício em praticar os esportes de aventura, saiba que por necessitarem de um trabalho conjunto e da confiança dos esportistas uns nos outros, trata-se de um excelente exercício para incentivar o trabalho em equipe. Por essa razão tem levado grandes empresas a promover tais práticas para seus funcionários. Além disso, por conta das belezas naturais que, neste caso, são vistas bem de perto, estes esportes despertam a consciência ambiental nos praticantes.

Onde praticar

Brotas, em São Paulo, é o mais conhecido destino para quem pretende praticar os esportes de aventura, seguido por Socorro e Analândia, também populares por oferecerem este tipo de atividade. Mas não é só em São Paulo que você encontra lugares interessantes para viver experiências radicais. No Paraná, por exemplo, Campos Gerais e Ribeirão Claro, são outros destinos muito explorados pelos turistas aventureiros. No estado de Minas Gerais, Três Rios é um dos locais mais procurados para a prática do rafting. Trekking e trilhas de moutain bike também são comuns em Petrópolis, no Rio de Janeiro. No fim das contas, são muitas as opções Brasil afora. Escolha o esporte e seu destino e divirta-se


Por: Lilian Burgardt

Fonte:http://www.universia.com.br/universitario/materia.jsp?materia=11248

sábado, 30 de outubro de 2010

A Educação Física como meio de inclusão social: mito ou verdade?

Introdução

Para que a criança com necessidades especiais seja verdadeiramente incluída na EF, não basta estar no mesmo espaço físico ou participar de algumas atividades, mas ela deve fazer parte do grupo e participar de todas as brincadeiras e atividades desenvolvidas durante a aula, mesmo que necessite de ajuda e apoio do professor e de outros colegas. Porém este apoio, não deve transformar-se em super proteção, pois esta ao invés de contribuir, tende a dificultar o processo de inclusão.

Entender como a criança com necessidades especiais elabora e estrutura seu conhecimento sobre o mundo facilitará a aquisição de sua autonomia e independência, necessárias à sua inclusão. Devemos oferecer à criança oportunidades de aprendizado individual e coletivo que lhe permitam, nas ações perceptivo-motoras, reconhecer a si próprio, os elementos constitutivos do seu corpo e quais são suas possibilidades de ação diante do meio.

A estimulação deve consistir de atividades que visem a intensificar a interação do ambiente com a criança de maneira que seu desenvolvimento ocorra o mais próximo possível da idade cronológica. A estimulação deve basear-se em ações perceptivo-motoras, propostas em forma de jogos e/ou atividades ginásticas, com caráter socializador e, sempre que possível, também lúdico, tendo em vista atingir os objetivos de formar um indivíduo participativo, autônomo, independente e crítico.

O desenvolvimento da criança começa pelo reconhecimento de sua própria corporeidade, pois é via organização corporal que todo ser humano estabelece relações com os objetos e os indivíduos que fazem parte de seu ambiente.

No processo de intervenção no campo da EF, primeiramente devem ser estimuladas as formas como as crianças podem agir sobre os objetos com a finalidade de aprender, reconhendo suas propriedades, identificando suas múltiplas possibilidades de utilização individuais e coletivas estabelecendo relações lógico-matemáticas, ao memso tempo que executam ações comunicativas para aperfeiçoar sua linguagem, à luz das reflexões em torno das atvidades executadas (Coletivo de autores,1992).

Alguns objetivos que podem ser alcançados nas aulas de Educação Física para crianças com necessidades especiais são mencionados na obra de Palafox (1998) :

Identificar, reconhecer, comparar, agrupar e/ou classificar os elementos constitutivos e as propriedades do corpo, dos materiais utilizados e das práticas sociais manifestadas na aula, com atividades que tenham sentido, sejam desafiadoras e enfatizem a superação do egocentrismo e/ou individualismo.

Socializar permanentemente em todas as experiências de aprendizagem, fomentando a autonomia, a capacidade criativa, a busca do prazer pelo que se faz e o acesso à possibilidade de mudança de regras, tendo a organização grupal como fonte de resolução de problemas.

Ainda esse mesmo autor se refere, como objetivos mais específicos, aos elementos psicomotores e cognitivos que são subjacentes ao desenvolvimento da criança:

Esquema corporal;

Noções espacial e temporal;

Habilidades motoras básicas;

Desenho e escrita;

Lateralidade;

Coordenação fina e grossa;

Atenção;

Expressão oral e estimulação para a leitura;

Percepção sensorial e memória;

Equilíbrio e controle muscular;

Criatividade.

Ao meu ver esses objetivos referidos serão mais bem alcançados se as atividades forem desenvolvidas, sempre que possível, em forma de jogos e de brincadeiras, pois eles são a melhor maneira da criança comunicar-se, questionar e explicar. São os instrumentos para relaciornar-se com o mundo, projetando seu universo interior e recriando as relações com os que convivem no grupo social. Por meio dos jogos e das brincadeiras, a criança tem a oportunidade de confrontar seu ponto de vista com os demais colegas. Nessa interação, começa a considerar a existência de diferentes pontos de vista, e isso favorece a construção de sua identidade, contribuindo também, para o seu processo de socialização.

Brincar ou jogar para a criança com necessidades especiais é determinado por suas características peculiares. Por meio do jogo e da brincadeira pode ser estimulado o seu desenvolvimento nos aspectos socioafetivo, motor, sensorial e cognitivo. Salientando que os jogos para as crianças com necessidades especiais não irá diferir daqueles usados para crianças não 'deficientes', a diferença se encontra apenas nas estratégias metodológicas utilizadas, e estas deverão priorizar as características de desenvolvimento biológicas, afetivas e cognitivas, suas necessidades, interesses, capacidades e limitações individuais decorrentes também da deficiência.

Tendo em vista o processo de inclusão social no contexto da escola regular de ensino, poderão utilizar como conteúdo do jogo algumas sugestões do Coletivo de autores (1992):

Jogos que possibilitem o reconhecimento de si mesmo e de suas possiblidades de desenvolvimento;

Jogos que possibilitem a identificação da capacidade de movimento com os materiais para jogar, seja em ambiente natural, seja em ambiente construído pelo homem;

Jogos que explorem a motricidade fina e grossa por meio da expressão de desenho, mímica e pintura;

Dinâmicas em grupo que possibilitem a criação de jogos, definindo coletivamente os objetivos e as regras.

Ao escolher os jogos, o educador deve priorizar os mais atrativos, que estimulem a participação de todas as crianças e não ressaltem as diferenças individuais. Assim, nos jogos e nas atividades em grupo deve predominar o caráter de cooperação, de construção conjunta, em que cada um contribua, de acordo com sua capacidade, para o produto final do grupo, com ênfase no processo.


A pesquisa de campo

Este estudo se caracteriza como uma pesquisa exploratória no campo da Educação Física inclusiva, uma vez que realiza uma aproximação da temática com a realidade dos professores de Educação Física. O método utilizado foi o da pesquisa de levantamento, onde vinte professores que atuam no ensino fundamental, foram entrevistados através da técnica de entrevista, e esta se encontra anexada ao projeto. Esses professores pertencem a instituições públicas situadas nos bairros do Jequiezinho e do centro do município de Jequié- Bahia.


O discurso dos professores sobre a Educação Física como meio de inclusão social

Diante das informações coletadas nas entrevistas realizadas com os professores de EF, na sua grande maioria com experiência superior a três anos em Educação Física escolar, foi possível levantar alguns discursos. A maioria dos professores tem conhecimento das novas perspectivas da educação, afirmam 'trabalhar com a Educação inclusiva em suas aulas', e ratificam em suas falas que 'nenhum de seus alunos PNE's são dispensados das suas aulas'. Estes professores declaram que 'quando necessário eles também fazem adaptações para que esses alunos participem', sendo assim pensam que a participação deles é importante fazendo com que haja uma integração já que eles realizam atividades juntos com os outros alunos. Na questão que versava sobre' Há dificuldade em adaptar suas aulas?' todos responderam que sim e dezoito justificaram que era por causa da falta de materiais necessários e falta de local adequado para o desenvolvimento de um trabalho mais qualificado e apenas dois afirmaram não obter apoio da escola. Uma outra questão importante da pesquisa era ' o Para Pan influencia de que forma no ensino escolar com relação aos deficientes nas aulas de Educação Física? ' e todos os professores afirmaram que era um evento de suma importância pois favorecia o estímulo da prática desportiva pelas crianças PNE's, servindo de grande exemplo de vontade e superação. Mas em uma das questões, considerada chave nesta entrevista, que foi verificar se ' A EF para crianças PNE's deve continuar sendo "Educação Física adaptada?" para a surpresa dos pesquisadores diante de respostas tão otimistas no desenrolar das entrevistas, não se esperava que 90% dos informantes dissesem que "sim". Acreditamos então, que os professores não fizeram ainda a distinção entre os conceitos de Educação Física adaptada e Educação Física inclusiva, ou seja o debate e a continuidade dos trabalhos junto aos profissionais é muito importante para a conquista de uma nova mentalidade à escola brasileira do que seja a formação de jovens integrados e com seus preconceitos reconceituados.


Conclusão

A partir desses dados relevantes, investigamos que há possibilidade de se trabalhar a educação inclusiva nas aulas de EF, partindo do princípio que a escola deve estar disposta em receber e principalmente desenvolver esse novo sistema de inclusão. Cabe portanto a escola e ao professor de EF, que visa uma formação global de seu aluno (corpo e mente), proporcionar oportunidades a esses alunos para eles participarem das aulas, visto que para eles é importante para o seu desenvolvimento social, físico, motor e principalmente afetivo. A pesquisa empírica demonstrou que os professores tem um norteamento para esse tipo de trabalho, mas a questão que fica é: Será que eles têm realmente trabalhado os conceitos sobre crianças PNE's? Já que eles acham que a EF para esses alunos deve continuar sendo EF adaptada? Ou será que a Educação Inclusiva na representação destes professores ainda está centrada unicamente nos alunos deficientes? Devemos pensar que enquanto criamos adaptações na educação, sem saber se elas serão necessárias ou não, é importante verificarmos se o grupo que está envolvido quer mudança ou não, porque senão iremos cair na divisão dos grupos, o que acaba gerando privilégio para alguns, onde teria que haver inclusão acabará tendo exclusão.



Por:

Ramon Missias Moreira - Discente em formação do curso de Licenciatura Plena
em Educação Física, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, Campus Jequié.


Fonte:http://www.efdeportes.com/efd116/a-educacao-fisica-como-meio-de-inclusao-social.htm

sábado, 23 de outubro de 2010

Corrida

Como se manter motivado

Yoga na escola: a aprendizagem como uma dimensão interdisciplinar

Introdução

Na educação do ser humano todas as estruturas devem ser ativadas, e isso nos move a compreender o sujeito a partir de suas estruturas que são: corpo, organismo, estrutura lógica e estrutura simbólica. As duas primeiras estruturas dizem respeito à subjetividade e as últimas à objetividade na aprendizagem. Na educação do homem todas as estruturas devem ser ativadas, pois se apenas uma não for considerada ou omitida, a interação torna-se limitada e, portanto, fragmentada.

Segundo Pain (1985) o corpo é o órgão, o lugar onde ocorre a aprendizagem. Aprendemos porque possuímos um corpo. O corpo é o lugar de referência do eu, é o espaço da identificação do eu do sujeito. Portanto, sem corpo não há sujeito. O corpo é toda estrutura orgânica inteligente que serve de suporte para a aprendizagem, é um todo: membros inferiores e superiores, tórax, cabeça, etc.

O corpo é verdadeiramente o órgão da aprendizagem. Se há um automatismo, é porque o corpo chegou a uma coordenação boa o suficiente para que seja gravado. [...] Toda a aprendizagem deve passar pelo corpo porque toda a aprendizagem é um modo de coordenação entre o corpo e um sistema sensorial. [...] Porém, o corpo não é importante somente porque entra em jogo na relação sensório-motora, mas também, mas também porque é nele que se dá ao mesmo tempo uma ressonância emotiva do ato que se está realizando. Ao mesmo tempo em que se produz uma coordenação sensório-motora se produz uma ressonância da emoção que esse ato desperta e que é chamado de vida afetiva e emocional. Essa vida afetiva ou emocional acompanha todo o tipo de pensamento, de imagem porque é contemporânea à sua efetuação (PAIN, 1985, p.6).

O sujeito, ao incorporar os conhecimentos, também transforma todo o seu corpo para seguir naquela determinada direção. A aprendizagem por isso, também é uma metabolização em nível celular. Esse processo ocorre através de uma linguagem própria, pois o corpo é responsável pela captação das informações (assimilação) e pelo registro dessas informações (acomodação).

Conforme Souto (2009), o conteúdo histórico do yoga é o resultado do desenvolvimento de muitas épocas. Suas origens mais primitivas estão perdidas na obscuridade da história antiga. Existem provas decisivas de que o yoga não é apenas um produto do último período das Upanishad, mas remonta ao Rgveda. De acordo com os estudiosos contemporâneos, entre os quais o proeminente professor Mircea Eliade, traços de uma antiga forma de yoga podem ser percebidos já na civilização do Indu, que floresceu nos segundo e terceiro milênios anteriores à Era cristã. O mais significativo testemunho dessa civilização é, sem dúvida, o conjunto de livros denominado "Rgvda" (coleção com mais de 1000 hinos compostos há 2000 anos a.C. Através de estudos sabemos que Patanjali, que viveu 200 anos antes de cristo, é chamado de pai do yoga, por ter sido o primeiro a escrever o que antes era passado oralmente de mestre, guru, a discípulo, chela. Foi ele quem editou os aforismos do yoga, que constituem o manual do Raja yoga. A palavra yoga provém do sânscrito "YUG" e significa UNIÃO. Refere-se a união do corpo, da mente e das emoções, no sentido de obter um equilíbrio entre estes três aspectos.

O yoga é uma união do eu ou consciência individual com o espírito divino interior, a união entre corpo, mente e alma é o estado de hiper consciência que o ser humano atinge ao conseguir o objetivo final de uma aula.

Yoga é união do ser com o universo. Jamais será uma religião e sim uma filosofia de vida. A origem histórica do yoga se encontra tanto no SHRUTI ou naquilo que é ouvido, refere-se à transmissão oral, ou seja, aquilo que os mestres ouviam em seus estados profundos de consciência e então transmitiam para os seus discípulos. SMRITI - memória ou interpretação, mas como uma forma informal de doutrinas e métodos principalmente UPANISHADS (comentários sobre os vedas). Foi com a codificação de Patanjali que o yoga assumiu uma estrutura definida. Patanjali, mestre yogue que viveu na India, foi o primeiro sábio a deixar algum legado de yoga por escrito em seu livro Yoga Sutra, concebido por volta de três séculos antes de Cristo. Patanjali se manteve fiel à tradição, nada criou ele apenas reagrupou os conhecimentos já existentes dando ao yoga sua forma clássica, motivo pelo qual ao se referirem a essa escola, os estudiosos usam o termo Yoga Clássico.

Sete linhas ou ramos do clássico yoga: 1) Hatha-Yoga - significa força, usa o corpo como ponto de partida ativando os chacras e desobstruindo as nadis; 2) Karma-Yoga - é o yoga das ações desinteressadas, prega o desprendimento, o perdão e o amor; 3) Gnana-Yoga - sabedoria ou conhecimento; 4) Bhakti-Yoga - procura a união do ser ao seu ideal, através do amor intenso; 5) Mantra-Yoga - usa o domínio do som interno e externo, pode ser vocalizado, murmurado ou mentalizado.Se utiliza um japamala, um rosário de cento e oito contas; 6) Tantra-Yoga - emprega a prática das energias psíquicas e fisiológicas; e, 7) Raja-Yoga - estuda e desenvolve todas as potencialidades dos mecanismos da atividade mental, a palavra raja significa real.

O primeiro nível de yoga consiste nos princípios éticos e deve nortear a vida de todo praticante. Apenas treinar as posturas físicas sem respeitar esses princípios não é praticar yoga em sua verdadeira essência, é simplesmente fazer contorcionismo.

Em sua obra Yoga Sutra, Patanjali codificou o yoga em oito partes ou membros: 1º) Yama - como o yoga deve se relacionar com o mundo (Ahimsa - não violência, em atitudes, atos, palavras; Satya - verdade, não mentir; Asteya - integridade, não roubar nem bens matérias nem idéias; Brahmacharya - contensão de energia; Aparigraha - desapego, não acumular desnecessariamente); 2º) Niyama - é como o yoga deve se comportar consigo mesmo (Saocha - limpeza ou pureza, do corpo tanto externa quanto interna. A limpeza externa através de banhos e a limpeza interna através de posturas físicas "asanas"; Santosa - autocontentamento, o reconhecimento de tudo que se tem e a apreciação da abundância do universo; Tapah - autoesforço, disciplina, desejo ardente, é preciso aplicar toda a nossa força de vontade para conquistar os nossos objetivos; Svadhyaya - estudo de si mesmo que conduz ao autoconhecimento observar permanentemente seus atos, palavras, pensamentos, emoções e físico; Lishvara pranidhana - entrega, depois de observar todos os yamas e niyamas, o yoguim deve render-se a energia suprema e entregar-se completamente ao poder do universo); 3º) Asanas - significa literalmente: "postura confortavelmente mantida". A finalidade principal é sempre de natureza mental, vencendo a inquietude e a fragilidade da mente, facilitando a concentração. Agindo sobre a musculatura, interferindo no aparelho circulatório, no sistema nervoso, estimulando glândulas e ativando chacras; 4º) Pranayama - é o controle da bioenergia através da respiração, é a ponte entre o físico e o espiritual, os pranayamas acalmam, energizam, refrescam e promovem a limpeza dos canais energéticos estimulando o sistema endócrino; 5º) Pratyahara - introspecção, abstração do sentido, silenciar a mente, ficar imóvel, observar o lago como se fosse sua mente, as ondas que agitam as águas sem se deixar envolver pela tristeza ou alegria, pela ansiedade, pelas emoções. As águas se acalmam, é a união com o Divino; 6º) Daharana - concentração, controle da mente, é o requisito para a meditação, é necessário vivenciar o momento presente, o aqui e o agora; 7º) Dhyana - meditação "a parada gradativa das ondas mentais" a meditação é a interiorização da consciência. As disciplinas que "olham" para dentro podem ser encaradas como disciplinas de meditação; e, 8º) Samadhi - iluminação, quando a consciência se espande permeando todo o ser.

O processo de aprendizagem do conhecimento nunca está acabado, e pode enriquecer-se com qualquer experiência. A educação primária pode ser considerada bem sucedida se conseguir transmitir o impulso e as bases que façam com que continuem a aprender ao longo de toda a vida. Como bem diz Delors (2001, p.92) “Aprender para conhecer supõe, antes de tudo, aprender a aprender, exercitando a atenção, a memória e o pensamento”.

Com esse propósito utilizou-se como prática de aprendizagem interdisciplinar o yoga no Estágio Supervisionado III das Práticas Curriculares do Curso de Educação Física Licenciatura – UFSM, com Séries/Anos Iniciais do Ensino Fundamental, numa Escola Estadual no município de Santa Maria/RS, com vinte e três (23) alunos da terceira (3ª) série do ensino fundamental, aulas de Yoga como forma de consciência corporal, desenvolvimento de suas capacidades motoras, equilíbrio, lateralidade, sensações, emoções, maior concentração, reflexão, memorização, socialização, respeito, solidariedade. A partir do Projeto Político Pedagógico (PPP) da Escola que abrange a Educação Física para as séries iniciais, foi realizado fazer um planejamento e cronograma das aulas que seriam ofertadas para essa turma. Acredita-se que no momento que fosse incorporado o yoga nas Escolas este se tornaria interdisciplinar pela relação das práticas pedagógicas com as quais trabalha, principalmente com a memória, autocontrole, reflexão, socialização, paciência, ansiedade, respiração, relaxamento, postura, harmonia mental e física, beneficiando e impactando todas as disciplinas curriculares atuais.

O yoga reflexivo como forma de aprendizagem interdisciplinar

A interdisciplinaridade ampara uma visão de que o homem e o mundo são por princípios indivisíveis, contudo o homem não se percebe assim, e como ativar o que é por princípio indivisível, mas antropologicamente dividido. Portanto, o princípio interdisciplinar é a ação de conjunto que em seu efetivar se torna consciente.

O homem se percebe fragmentado, mas é por princípio interdisciplinar, da mesma forma que sustenta nas relações com o mundo, sendo a interdisciplinaridade uma estratégia de ação.

A interdisciplinaridade na educação objetiva-se pela formação integral do ser humano. Mas, como implementar na escola e no processo de ensino-aprendizagem práticas interdisciplinares?

Nesse estudo pretendeu-se efetivar o entendimento das relações interdisciplinares na Educação Física Escolar transversalmente ao ato pedagógico, e também estabelecer critérios de avaliação da dimensão interdisciplinar em práticas pedagógicas através do yoga como modo de introduzir relações das práticas pedagógicas reflexivas com a Educação Física Escolar.

A reflexão como forma de aprendizado por meio do yoga nos induz a importância de construir um aluno reflexivo em todos os níveis da sua escolarização, pois ao se instruir esses alunos para o ensino reflexivo, contestador, argumentativo desde os primeiros anos da escolarização ter-se-á alunos mais críticos, conscientes, e como bem diz Freire (1996) que a consciência reflexiva deve ser estimulada, pois é uma maneira de o educando vir a refletir sobre sua própria realidade. Quando se compreende a realidade, pode-se levantar hipótese sobre o desafio dessa realidade e procurar soluções.

Referindo-se à Educação Física Escolar reflexiva, Krug (1996) salienta que partindo do pressuposto de que a qualidade do ensino depende da possibilidade da reflexão sistemática sobre a sua prática, o Professor precisa redimensionar seu pensamento e sua ação. Nesta perspectiva, acredita-se que o Professor que atua com reflexão sobre a sua ação pedagógica também poderá oportunizar ao seu aluno a possibilidade de vir a refletir sobre as atividades da Educação Física Escolar.

A partir da reflexão constata-se que o aprendizado com esses alunos se daria de uma forma gradativa, respeitando o limite de cada um e incluindo todos os alunos nas aulas de yoga, pois somos partidários do pensamento de Furter (1985, p.32):

A reflexão é um pensamento ao segundo grau, no qual o homem repensa o que está dizendo. Assim, refletir é olhar a própria ação de maneira particular e à distância, para melhor julgar o que está fazendo, ou o que se faz, ou ainda o que se fará. A distância é necessária, para se dar uma significação própria às ações, isto é, medir as dimensões e as conseqüências dos próprios atos, orientar-se neles. A reflexão é um esforço de autocrítica, que permite desfaze-se das falsas justificativas e representações. É, ainda, criativa porque dá segurança na escolha das opções, e consequentemente, maiores possibilidades de realizações. Assim, a reflexão é ao mesmo tempo crítica, dialética e inovadora.

Com a reflexão fica claro que a aprendizagem não se destina apenas a um só trabalho, mas tem como objetivo mais amplo preparar uma participação formal e informal no desenvolvimento do educando – educador. Essa visão abrangente conduz a perspectivada atitude da ação interdisciplinar que não é isolada, pois se refere a um contexto de relações abrangentes, e estas, se estabelecem entre parceiros, na sala de aula em uma disciplina, de um setor na escola, a escola como um todo ou até a escola com a comunidade. O mais importante é a superação da visão fragmentada dando à ação um sentido de conjunto. Assim é o movimento auto-reflexivo porque dele sai à força para estabelecer relações de conjunto, sendo que quanto mais avançado for à disciplina ou o indivíduo maior será seu benefício numa relação interdisciplinar, ou seja, quanto maior for à capacidade disciplinar maior será a capacidade de interdisciplinar.

Para Fazenda (1994), as práticas interdisciplinares têm como fundamentos: a) Ser um processo dialético de superação de paradoxos (novo torna-se velho e o velho torna-se novo), ou seja, a busca pelo saber e a sua reconstrução devem ser contínuas; b) A interdisciplinaridade é um processo de resgate da memória através da revisão dos registros das práticas docentes para que estes se tornem materiais de pesquisa, trata-se da ressignificação das práticas vivenciadas; c) A parceria, pois é através dela que se estabelece o diálogo permanente com os parceiros; esse processo de construção conjunta e contínua é que garante a instauração de práticas interdisciplinares; d) A interdisciplinaridade ocorre em sala de aula à medida que se ressignifica o instituído nas relações de ensino-aprendizagem (professor-aluno); e, e) A interdisciplinaridade é feita pelas pessoas e não pelas disciplinas através dos itinerários comuns entre parceiros, do movimento pelo resgate à totalidade do conhecimento, da revitalização e revisão contínua dos percursos através do questionar, pensar, construir e reconstruir.

A interdisciplinaridade nas práticas escolares depende da atitude ou comportamento interdisciplinar caracterizado pela ousadia do novo, responsabilidade, cooperação, flexibilidade. As práticas interdisciplinares são condição de transformação da visão de mundo na formação do educando. Através dela ele pode exercer sempre mais a ação humanizadora sobre o mundo em que vive.

Implantação de práticas interdisciplinares através do yoga

A interdisciplinaridade é princípio de ação, modo de ação, e não ação acabada ou definida. Produz uma formação menos fragmentada no processo de assimilação dos diversos saberes os quis os alunos devem dominar durante sua formação.

A interdisciplinaridade é um termo de múltiplos significados e interpretações, mas que certamente traz uma nova visão para a construção do conhecimento em busca da sua totalidade. Pode-se compreender, com base em Japiassu (1976), que a interdisciplinaridade em sua forma mais simples é a interação entre duas ou mais disciplinas caracterizando-se através das trocas entre os especialistas e especialidades (disciplinas, ciência, etc.), sendo, assim, a interdisciplinaridade uma colaboração, troca recíproca e mútua entre as disciplinas.

Conforme afirma Palmade (1979 apud Frieda, 2006, p.18):

Deve-se pensar na interdisciplinaridade como um processo de integração recíproca entre várias disciplinas e campos de conhecimento “capaz de romper as estruturas de cada uma delas para alcançar uma visão unitária e comum do saber trabalhando em parceria”.

Segundo Lenoir (1998 apud Pereira, 2007, p.51),

As opções epistemológicas para a interdisciplinaridade escolar têm-se caracterizado pelo estabelecimento de conexões entre duas ou mais disciplinas (abordagem relacional), ou pelo estudo de conceitos ou temas de aspecto amplo, valorizando a substituição do conhecimento dividido em disciplinas por uma unidade do saber, por um tema (abordagem radical). A concepção mais comum, encontrada na literatura, e entre professores, é de que a interdisciplinaridade se constitui de uma integração de conteúdos.

Os estudos desses autores vêm ao encontro do que pensam Scaglia e Medina (2008), que por sua vez dizem que na interdisciplinaridade duas ou mais disciplinas relacionam seus conteúdos para aprofundar determinados conhecimentos projetando condições para a melhoria da qualidade do ensino mediante a superação contínua de sua já clássica fragmentação, uma vez que orienta a formação global do ser. Essa formação integral ocorre na medida em que os educadores estabelecem o diálogo entre suas disciplinas.

Com isso, Fazenda (2001 apud Pereira, 2007, p.25) ressalta que:

“qualquer trabalho do gênero deve ir muito além de misturar intuitivamente geografia, química, matemática e português. O que é ser interdisciplinar então? "É tentar formar alguém a partir de tudo que você já estudou em sua vida", define. O objetivo dessa metodologia, em sua opinião, também é bem mais profundo do que procurar interconexões entre as diversas disciplinas. Ela serve para "dar visibilidade e movimento ao talento escondido que existe em cada um de nós".

Para os autores Scaglia e Medina (2008), os educadores exercem um papel de extrema importância dentro da perspectiva interdisciplinar onde o mesmo deve dominar diferentes conhecimentos bem como seus objetos, estratégias, métodos e conceitos.

A respeito da prática docente Pereira (2007, p.86):

Na prática docente percebemos a necessidade de fortalecer o entendimento da função social do educador, a partir da crença de que o sujeito muitas vezes não se percebe parte do processo educativo o que fortalece suas ações reprodutivas e recortadas do todo. Neste sentido percebemos a necessidade de estratégias que garantam o emparedamento do docente, assumindo-se e percebendo-se como ser interdisciplinar, o que permitiria reflexões teoricamente fundamentadas na sua prática docente.

Estudos desses autores correspondem uma aflição, no sentido de mostrar que a interdisciplinaridade acaba sendo o caminho mais correto para se atingir à transdisciplinaridade, é experimentar a realidade global inscritas no dia-a-dia do educando, do educador e do povo, que no conservadorismo escolar, é compartimentada e fragmentada.

Atingir à transdisciplinaridade, segundo Scaglia e Medina (2008), a transdisciplinaridade equivale um dos “estágios mais avançado entre os modos de produção do conhecimento.

Este é o objetivo de sair-se da zona de comodismo fragmentado das disciplinas partindo assim para um ensino interdisciplinar, falar de transdisciplinaridade nesta pesquisa com o yoga, quer dizer falar sobre os conceitos que regem esse sistema. Ainda com os mesmos autores a transdisciplinaridade corrobora com a interdisciplinaridade, dessa forma busca também compreender o conhecimento além das disciplinas fragmentadas por seus objetos, linguagens e métodos; mas superando a interdisciplinaridade, porque ultrapassa a união de diferentes linguagens inerentes às disciplinas, buscando uma linguagem própria e ainda por exigir posturas e atitudes abertas aos fenômenos, sendo eles culturais, étnicos, científicos ou religiosos.

Implementou-se práticas de aprendizagem interdisciplinares após ter o conhecimento/análise/diagnóstico da turma que foi executado através de observação, entrevistas com a Diretora, com a Professor titular da turma e conversa com os alunos.

Vasconcellos (1995, p.61), considera:

O ponto de partida da elaboração do plano de ensino - aprendizagem é a Análise da Realidade. Trata-se do esforço no sentido de captar e entender a realidade, tal qual se encontra no presente, sua articulação histórica, em vista de sua transformação. Envolve análise pedagógica, além da política, econômica, social e cultural. Aponta limites e possibilidades; ajuda a equacionar os problemas.

Após esses dados, efetuou-se um Cronograma de Atividades que estivessem contempladas no PPP da Escola. Como os seus objetivos e conteúdos estão “abertos” e abrangentes, teve-se a facilidade de adequar a realidade da turma com os conteúdos e maneiras que trabalharíamos no segundo semestre do ano letivo de 2009.

A operacionalização deu-se através dos Planos de Aula confeccionados sempre uma semana antes da aula, para que fossem discutidos com os alunos, quais sejam: 1) Objetivo da Aula; 2) Tempo de duração da Aula; 3) Dia da Aula; 4) Materiais; 5)Aula (Parte Inicial – Diálogo: Relacionar as atividades que serão trabalhadas e estabelecer relações com outras disciplinas; Primeira Atividade; Segunda Atividade; Terceira Atividade; Quarta Atividade); 6) Relato da Aula (Pontos Positivos; Pontos Negativos; Alternativas de Ação); 7) Reflexão.

Com esse processo de Planejamento os alunos estabelecem relações com outras disciplinas, fortalecem a memorização, fazem ligações de conteúdos, sendo possível desenvolver os conteúdos interdisciplinares porque são relativos a todas as disciplinas da formação curricular, por isso surgem por seu conceito um conjunto de saberes que são relevantes e integram o processo de ensino aprendizagem em todo o sistema educacional.

Vasconcellos (1995, p.63), propõe que:

O Planejamento deve partir da realidade concreta tanto dos sujeitos, quanto do objeto de conhecimento e do contexto em que se dá a ação pedagógica. O primeiro passo do educador, enquanto articulador do processo de ensino - aprendizagem deverá ser no sentido de conhecer a realidade com a qual vai trabalhar (alunos, escola, comunidade), além é claro do imprescindível autoconhecimento, do conhecimento do objeto de estudo e da realidade mais ampla que todo educador deve ter. Uma referência importante, especialmente quando se inicia o planejamento mais sistemático, é a avaliação do trabalho do ano existente.

As aulas são organizadas a partir das interações que os sujeitos estabelecem, com os outros e consigo mesmo, pois com as interações o sujeito vai adquirindo a capacidade de relacionar os fenômenos com maior amplitude e complexidade. Com isso, o sujeito visa o autoconhecimento construindo a sua identidade e comunicando-se com os outros.

Cada aluno possui um Diário de Educação Física onde relata as aulas, expõe se as atividades foram condizentes com as planejadas pelo grupo, descreve os pontos negativos, positivos, sugerem alternativas e fazem sua reflexão. Expressam os fatos e os dados da determinada relação. Expressam também a capacidade de saber fazer atuando de maneira eficaz ou não. Assim o aluno recebe estímulos para realizar atividades e colocar em prática os conteúdos aprendidos através dos três componentes: cognitivo (conhecimentos e crenças), afetivo (sentimentos e preferências) e de conduta (ações manifestadas e declarações das intenções).

A Educação Física como aprendizagem interdisciplinar pelo viés do yoga


No que se refere à Educação Física no Brasil, sabe-se que a sua prática pedagógica esteve desde cedo penetrada e influenciada pela ciência, mais especificamente pela ciência moderna do século XIX com a ginástica francesa de Demeny. Contudo, os marcos referenciais dos vínculos mais estritos que se estabelecem entre a comunidade acadêmica são muito recentes, no decorrer dos anos 1970.

Como salienta o Coletivo de Autores (1992), no século XVIII e início do século XIX a Educação Física desenvolvida na escola representou um espaço de construção de um homem mais forte, mais ágil e mais empreendedor. O foco era dado aos exercícios físicos, que eram entendidos como receita e remédio, de modo que, os hábitos de higiene difundiram-se na época, inicialmente na Europa, influenciando e conquistando espaço nas aulas de Educação Física. O cuidado com o corpo corresponde a uma necessidade a ser cumprida pela sociedade.

Nas palavras de Bracht (1999, p.75), “A pedagogia da Educação Física incorporou, sem necessidade de mudar seus princípios, essa ‘nova’ técnica corporal, o esporte”.

De acordo com Pinto et al. (2007), a Educação Física apresenta diversas áreas de atuação, mas ser professor de Educação Física na escola implica que o acadêmico em formação aprenda os conhecimentos inerentes à área, bem como técnicas; metodologias; estratégias; formas de trabalho que lhe permita exercer a profissão de professor com êxito.

Através das aulas de Educação Física, com o viés no planejamento, objetivado pelas aulas de yoga, estruturou-se a construção/reconstrução na prática da interação com os alunos, as crítica positivas e negativas, alternativas, constituindo assim um total engajamento professor-aluno.

Verifica-se que Oliveira (1999, p.62) assim se expressa em relação à participação e envolvimento do aluno:

Temos hoje na escola a presença maciça de alunos de todas as classes sociais, com toda a pluralidade de modos de viver e pensar, assim os desafios da escola se ampliam. Sua função não se limita a transmitir conhecimentos. A intenção educativa deve estar orientada para provocar a organização das informações que chegam fragmentadas e acríticas; deve estimular a participação ativa e crítica dos alunos, nas diferentes tarefas que se desenvolvem na sala de aula.

Hofmann (2000, p.34) também concorda com a importância de se conhecer melhor o aluno. Afirma isso quando diz:

O significado primeiro e essencial a ação avaliadora mediadora é o “prestar muita atenção” nas crianças, nos jovens, eu diria ”pegar no pé” desse aluno mesmo, insistindo em conhecê-lo melhor, em entender suas falas, seus argumentos, teimando em conversar com ele em todos os momentos, ouvindo todas as suas perguntas, fazendo-lhe novas e desafiadoras questões “implicantes” até na busca de alternativas para uma ação educativa voltada para a autonomia moral e intelectual.

Práticas educativas e reflexivas com o yoga na escola

A escola é o local apropriado para a reflexão sobre diversas questões, inclusive à questão ambiental tão debatida. Entretanto, essa temática acabou limitando-se a algumas áreas do conhecimento, como as Ciências Naturais, Geografia, História. A prática pedagógica na escola ainda se mantém conservadora e resistente a mudanças, predominando a reprodução do conhecimento científico nas dimensões físicas, químicas, como exemplo, de forma fragmentada, sem diálogo e análises aprofundadas das relações socioeconômicas, políticas e culturais que envolvem as questões ecológicas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) instrumentalizam a escola para estas reflexões: O yoga não se deve constituir numa disciplina engessada, e sim abrangendo todo o seu entorno, entende-se não apenas o entorno físico, mas também os aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos inter-relacionados.

Tricoli (1993) ao refletir sobre a questão da qualidade de ensino fundamental e médio, ou melhor, sobre a deterioração do mesmo, vincula esse problema à formação de professores, pois a universidade é instituição que inclui, entre os seus objetivos, o de formar professores. Matos (1994) parte da convicção de que o professor é fundamental para a melhoria do processo ensino-aprendizagem.

Com isso, o caminho para se buscar melhores condições de ensino-aprendizagem, e fazer com que o professor reflita sua práxis, é melhorar a formação, bem como a prática pedagógica em situação de atuação.

Garcia (1992) destaca a necessidade de se conceber a formação de professores como um “continuum”, pois para manter a qualidade do ensino é preciso criar uma cadeia coerente de aperfeiçoamento, cujo primeiro nível é a formação inicial seguindo-se a formação continuada.

Segundo Krug (1996) a formação profissional, que perpassa pela reflexão, a partir de situações práticas reais, contribui para que o professor se sinta capaz de enfrentar situações novas e diferentes, de tomas decisões apropriadas e fundamentadas em um paradigma eficaz que interligue teoria e prática. Acrescenta ser indiscutível que apenas o professor que explicar e justificar a sua prática pode assumir com autonomia a sua docência.

Caminhos metodológicos

Conhecimento da realidade da Educação Física Escolar como suporte metodológico

Podemos pensar que a Educação Física tradicional (BRACHT, 1992; CASTELLANI FILHO, 1994) tinha em sua formação centrada não só das decisões sobre o que fazer, mas, também, a condução de um processo didático-metodológico onde a aprendizagem estava amparada nas crenças e valores do professor, o que, poderia não representar necessariamente a cultura (corporal) viva e dinâmica dos estudantes e da comunidade e seu entorno, identificando-se assim, mais como reprodutora do que crítica (BRACHT, 1992), na medida em que não havia promoção de um diálogo entre os participantes da ação.

Para a superação do modelo de educação bancária, Moreira (2004) enfatiza que a co-responsabilidade pela prática das atividades é uma possibilidade de ação nas aulas de Educação Física. Pires e Neves (2001) convergem com a idéia de Moreira (2004) quando sublinham a defesa do princípio de uma co-gestão em Educação Física como uma necessidade de abrir para os estudantes o processo de ensino-aprendizagem, percebendo-se, assim, “com vez e voz” (p.89).

Necessário se faz a promoção de uma prática compartilhada entre o Professor de Educação Física e seus alunos. Borges (1998) preceitua que os Professores de Educação Física descobrem uma relação existente entre sua formação inicial e a realidade de seu trabalho na sala de aula e na escola, porque estão diante das expectativas e necessidades de grupos de estudantes distintos, e são afrontados pelos conteúdos e normas que precisam seguir.

Suporte metodológico para a elaboração das aulas de yoga

Utilizou-se para essa realidade escolar como suporte metodológico para as aulas de yoga que é constituída pela tendência das Aulas Abertas segundo Hildebrand (1993), e pela Abordagem Crítico-emancipatória de Kunz (2001) as quais elucida-se.

A concepção de aulas abertas está em contraposição ao modelo de aulas fechadas, onde as decisões ficavam centradas no professor e seus interesses. Assim, Hildebrandt-Stramann (2001) enfatiza que a concepção de aulas fechadas é baseada nas concepções do professor e centrada no produto, nas “metas definidas e na intenção racionalista” (p.141) do planejamento, dos conteúdos e da avaliação do processo de ensino-aprendizagem, enquanto que a concepção de aulas abertas é orientada no processo, na problematização e na comunicação entre os sujeitos e o entorno. Parte, basicamente, da premissa de que a experiência dos estudantes é significativa para a construção de uma aula de Educação Física, exigindo uma participação maior de todos e não centrada nos interesses e nas decisões do professor.

Sob o ponto de vista crítico de educação voltada para o desenvolvimento da capacidade de ação, a aula de Educação Física deve configurar-se como um sistema de ação aberto. Nesse tipo de aula é importante que os professores e os alunos se entendam sobre o sentido das ações e, ao mesmo tempo, sobre os objetivos, conteúdos e métodos de aula e do esporte. (HILDEBRANDT-STRAMANN, 2001, p.142).

No contexto atual da educação física escolar, conforme Cardoso (2000), as aulas tratam do esporte competitivo de alto nível, considerando as crianças como objetos e não sujeitos da ação e ainda observa que a continuidade deste processo se dá pela falta de reflexão sobre suas conseqüências didático-pedagógicas e sociais. Essas premissas, portanto, ao falar-se de Educação Física e, neste contexto, se valeu das concepções criticas da Educação Física Escolar, se concentram justamente na possibilidade de legitimar a educação física e seus modelos renovadores, também nos espaços não-formais, inserindo-se aí, o trabalho com idosos em uma perspectiva de ensino.

As conseqüências se ilustram na redução da complexidade do sistema esportivo de acordo com duas regras: a de sobrepujar e a de comparar rendimentos objetivamente (HILDEBRANDT, 2003), assim os alunos sofrem um adestramento passando a reproduzir movimentos “corretos”, sendo obrigado, dessa maneira, a reprimir suas possibilidades criativas, culturais, expressivas e humanas de movimento.

Como forma de superação deste cenário “a concepção de aulas abertas em educação física considera a possibilidade de co-decisão nos níveis de planejamento objetivos, conteúdos e formas de transição e comunicação no ensino” (CARDOSO, 2000, p 123).

Nessa concepção a problematização, por parte dos professores, é freqüente a fim de que o aluno possa relacionar ao desafio proposto suas vivências anteriores e significativas, considerando as inúmeras formas em que este pode referir-se as especificidades da educação física, para que solucione (temporariamente, talvez) o problema.

Neste sentido, pensamos para as nossas aulas de Educação Física com o conteúdo yoga possibilitar a construção de diferentes maneiras de abordagens, dentre elas a de concepção aberta, pois com essa abordagem acontecem diferentes conseqüências sociais para os atores. Assim, a socialização e a interação assumem um caráter significativo na formação dos estudantes na medida em que há compreensão de que somos seres sociais e da dimensão do próprio processo de individualização, de desenvolvimento de cada indivíduo como ser único. Com isso, enfatizamos a idéia central de Hildebrandt-Stramann (2001) de que a prática educativa deve ser realizada considerando a experiência dos educandos e não somente a do professor, aproximando-se, assim, da compreensão do Coletivo de Autores (1992) sobre o entendimento de uma metodologia de ensino como forma de apreensão do conhecimento específico da Educação Física – a cultura corporal como linguagem social e historicamente construída.

Acredito que o movimento envolvendo a concepção de aulas abertas trouxe uma contribuição significativa ao pensar coletivo na Educação Física, pois neste estudo foi possível perceber a interação com os alunos e o corpo docente da instituição pesquisada.

A teoria crítico-emancipatória auxiliando a elaboração das aulas de yoga
A Teoria Crítico-emancipatória insere-se e opera em prol de um projeto histórico-social de emancipação humana e transformação social; o que requer que as práticas educativas em Educação Física Escolar ampliem as suas finalidades pedagógicas a escopos mais amplos a partir do seu elemento específico de intervenção que é o se-movimentar humano (KUNZ, 2003). Ainda para Kunz (2003, p.31):

O aluno enquanto sujeito do processo de ensino deve ser capacitado para sua participação na vida social, cultural e esportiva, o que significa não somente a aquisição de uma capacidade de ação funcional, mas a capacidade de conhecer, reconhecer e problematizar sentidos e significados nesta vida, através da reflexão crítica.

A Educação Física Escolar crítico-emancipatória – ao priorizar e possibilitar a problematização, a reflexão, a ação comunicativa associada ao movimento humano compreendido e realizada a partir de uma concepção dialógica – oportuniza aos educandos o desenvolvimento da capacidade de esclarecimento e da emancipação no sentido de que estes assumam maior liberdade e responsabilidade, além de tornarem-se sujeitos, de fato, de seus interesses e de suas ações no plano individual e coletivo, transcendendo a falsa consciência engendrada e difundida tacitamente no meio social (KUNZ, 2003).

As práticas educativas de cunho crítico-emancipatório, neste sentido, pressupõem o desenvolvimento proporcional de três categorias: trabalho, interação social e linguagem, as quais em um processo de ensino constituem as competências: objetiva, social e comunicativa, respectivamente; estas representando condições fundamentais à formação crítica e emancipada dos sujeitos (KUNZ, 2003). Para fins de compreensão e análise, tais competências são apresentadas separadamente, tendo em vista que na cotidianidade das práticas educativas estas se encontram mutuamente relacionadas.

Assim, os conteúdos da competência objetiva, referindo-se ao processo de ensino-aprendizagem da Educação Física Escolar, são tematizados pedagogicamente pautados em uma atuação bem-sucedida, competente e prazerosa em suas ações de movimento (KUNZ, 2003).

Tomando por base o ensino dos conteúdos propostos por Kunz (2001; 2003) o qual propõe que estes sejam ensinados por meio de uma seqüência de estratégias, denominadas de transcendência de limites, que considera várias etapas, tais como a encenação, problematização, ampliação e reconstrução coletiva do conhecimento, o autor propõe três etapas metodológicas pelas quais os sujeitos atribuem significados ao se-movimentar. Tais etapas são assim chamadas: “transcendência de limites”.

A Transcendência de Limites pela Experiência compreende a experimentação direta e não-problematizada do mundo em um processo pelo qual o sujeito atribui sentidos/significados ao seu se-movimentar a partir do seu mundo vivido, da situação colocada pela ação do movimento e pela proposição didática (KUNZ, 2001; 2003).

A Transcendência de Limites pela Aprendizagem referencia a aprendizagem dos elementos técnicos a partir da intencionalidade constituída pela idéia ou imagem do movimento. Nesta etapa, prescinde-se de um processo de ensino de destrezas impostas e padronizadas, possibilitando a problematização, a reflexão, a busca e a construção de possibilidades relacionadas ao se-movimentar humano; isto significa, para Kunz (2004, p.176), que: “[...] nesta forma de transcender limites, o aprender não consiste jamais pela ‘imitação da forma’ [...], mas um movimento deve ser aprendido por uma estratégia que TAMBOER denominou de ‘imitação de uma intenção”:

Acredita-se que o processo de ensino-aprendizagem dos gestos motores a partir da ‘imitação da intenção’ possibilita aos sujeitos um se-movimentar carregado de intencionalidade, de consciência, de individualidade e de subjetividade, tendo em vista que se trata de um movimento advindo da fusão das vivências anteriores do sujeito (mundo vivido) e das experiências oriundas desta ‘imitação da intenção’ (MORSCHBACHER, 2009, p. 27).

Já, a Transcendência de Limites pela Forma Criativa-inventiva abrange o processo de recriação/criação de movimentos e jogos em consonância com uma dada situação. Aqui, a partir das duas etapas da transcendência de limites anteriores, ressalta-se o sentido/significado atribuído autonomamente pelos sujeitos em um processo de “constituição e exploração de novos sentidos/significados” (MOLLENHAUER, 1972 apud KUNZ, 2003).

Esta etapa refere-se à construção criativa individual e coletiva de outras formas de aprendizado, leva-se em consideração a subjetividade dos sujeitos, propondo que o grupo explore e vivencie o aprendizado de diferentes formas.

Concluí-se, coadunando com a Teoria Crítico-emancipatória, que para uma Educação Física Escolar que visa propiciar condições à formação de sujeitos críticos, autônomos e emancipados, com capacidade de refletir e contextualizar seus conhecimentos, o educador necessita desenvolver, além da competência objetiva, as competências social e comunicativa.

A competência social refere-se às experiências em interações sociais baseadas no agir solidário, cooperativo e participativo (MAYER, 1987 apud KUNZ, 2003). Esta competência compreende um processo de problematização, de ressignificação das relações e dos papéis sociais matizados por aspectos relativos à discriminação e à sobrepujança.

A competência comunicativa, embora considere a linguagem verbal e o se-movimentar humano enquanto formas de comunicação dos seres humanos, atribui relevância, especialmente, à primeira. Assim, o diálogo suscitado pelos sujeitos com a finalidade de alcançar entendimentos relacionados às situações de aprendizagem, a ação de expressar-se, interpretar as suas experiências e as dos outros, além da compreensão do que os demais comunicam, no entendimento de Kunz (2003), desencadeiam iniciativas do pensamento crítico.

Pesquisa participante

A Pesquisa Participante é um tipo de investigação social pela qual se busca a plena participação da comunidade na análise de sua própria realidade com o objetivo de promover a participação social para benefício dos participantes da investigação (BRANDÃO, 1999).

É também diagnosticada por ser crítica à metodologia da pesquisa tradicional do campo científico das Ciências Sociais, especialmente no que se refere à neutralidade, a recusa de aceitação do postulado de distanciamento entre sujeito e objeto de pesquisa, o que remete à necessidade não só da inserção do pesquisador no meio, como de uma participação efetiva da população pesquisada no processo de geração de conhecimento, concebido fundamentalmente como um processo de educação coletiva. Outro item é o princípio ético de que a ciência não pode ser apropriada por grupos dominantes conforme tem ocorrido historicamente, mas deve ser socializada, não só em termos do seu próprio processo de produção como de seus usos, o que implica na necessidade de uma ação por parte daqueles envolvidos na investigação, no intuito de minimizar as desigualdades sociais nas suas mais variadas matizes.

A Pesquisa Participante envolve um processo de investigação, de educação e de ação. Alguns elementos podem ser utilizados para definir a pesquisa participante: a) A realização concomitante da investigação e da ação; b) A participação conjunta de pesquisadores e pesquisados; c) A proposta político-pedagógica a favor dos oprimidos (opção ideológica); e, d) O objetivo de mudança ou transformação social.

A Pesquisa Participante se apóia em três princípios fundamentais conforme Brandão (1999): 1) A possibilidade lógica e política de sujeitos e grupos populares serem produtores diretos, ou pelo menos, participantes do próprio saber orgânico da classe, um saber que nem por ser popular deixa de ser científico e crítico. Um saber que oriente a ação coletiva e que, justamente por refletir a prática do povo, seja plenamente crítico e científico, do seu ponto de vista; 2) O poder de determinação de uso e do destino político do saber produzido pela pesquisa, tenha ela tido ou não a participação de sujeitos populares em todas as etapas; e, 3) O lugar e as formas de participação do conhecimento científico erudito e de seu agente profissional do saber, no 'trabalho com o povo' que gera a necessidade da sua participação.

A metodologia da Pesquisa Participante difere em vários sentidos da pesquisa convencional, como elenca Haguette (2003), tendo em vista que o objeto de pesquisa deve ser definido pela população interessada, considerada "pesquisadora", mediante a assessoria de um ou vários investigadores profissionais de fora da área, comprometidos com a causa popular; Os pesquisadores profissionais devem tomar conhecimento da realidade na qual vão trabalhar através de estudos prévios, dados secundários e entrevistas com as lideranças locais; A equipe de pesquisa é composta dos pesquisadores profissionais e da população interessada ou seus representantes; O planejamento da pesquisa é elaborado pela equipe mista; Os objetivos da investigação são definidos pela população interessada a partir dos temas que são prioritários para ela.

O mesmo autor afirma que não existe uma fase de "trabalho de campo" como na pesquisa tradicional, mas uma geração de conhecimento dentro da ação da pesquisa onde pesquisadores profissionais e população interessada se beneficiam mutuamente da experiência uns dos outros; Em alguns casos são usadas as técnicas de coleta de dados da pesquisa convencional, como o questionário, a entrevista e a observação; A análise dos dados é feita através de técnicas "dialogais" com a participação de todos; Quando apenas alguns representantes da comunidade se incorporam à pesquisa, a equipe procede à "devolução" dos resultados através de reuniões amplas, pois se espera um efeito de feedback para validação dos dados; Propostas de ação são definidas em função das necessidades da população; A realidade pesquisada deve ser aquela identificada como de grupos oprimidos.

Em síntese, a pesquisa participante não provém de uma única teoria, não é um método único e, muito menos, não deve tender a substituir o que equivocamente tem sido chamada de pesquisa tradicional, seja a construir-se como uma escola própria (BRANDÃO, 1999).

Conforme acima expõe o autor, perpassou-se nesta pesquisa por algumas metodologias que dão o suporte para a efetivação do estudo.

Instrumentos de coleta das informações

O principal instrumento de coleta das informações se constituiu na pessoa do próprio investigador e do investigado, somado à sua capacidade de descrever, compreender, interpretar e explicar as informações do trabalho de campo, através das técnicas de coleta utilizadas, como a observação participante, o diário de campo e a análise de documentos. Inclui significativamente, a capacidade de escuta do investigador, que se traduz em procedimento metodológico (MOLINA; MOLINA NETO, 2002), no sentido de estar atento e aberto à comunicação entre os sujeitos e o contexto de pesquisa.

A opção por esses instrumentos de coleta de informações ocorreu em função de sua coerência ao delineamento da pesquisa e ao atendimento das características do problema de investigação.

O processo de investigação: a observação participante

A observação participante consiste na participação real do conhecimento na vida da comunidade (GIL, 1985). Será a obtenção das informações na perspectiva dos sujeitos investigados, das definições de realidade dos indivíduos e a organização do seu mundo particular. Essa inserção no mundo cotidiano dos sujeitos pesquisados é o que permite compreender o que fazem, os comportamentos, as expressões, os sentimentos, as crenças, as interações pessoais, as relações de poder e as concepções sobre o fenômeno estudado, pressupondo um grande envolvimento do pesquisador no cotidiano do investigado.

Essa relação do investigador e os sujeitos da pesquisa, Molina Neto (1999) afirma ser a observação participante uma técnica que demanda grande complexidade em seu entendimento, desenvolvimento e uso, pois se baseia no pressuposto reflexivo entre as subjetividades do investigador e dos informantes.

O trabalho de campo nesta escola teve início a partir dos primeiros contatos estabelecidos (09/09/2009), assim considero desde o primeiro dia em que fui até a escola realizar o diagnóstico tanto da Escola quanto da turma com a qual iria estagiar cumprindo a disciplina curricular de Estágio Curricular Supervisionado em Educação Física III – Séries/Anos Iniciais do Ensino Fundamental no 2º (segundo) semestre letivo de 2009 no Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Também me apropriar do Projeto Político Pedagógico (PPP) da Escola o qual elenca Educação Física no Ensino Fundamental – Séries Iniciais de 1ª a 4ª séries. As aulas de Educação Física foram realizadas no mesmo turno de aula à tarde, sempre nos dias da semana terça-feira e quinta-feira, e mesmos horários 16 horas e 25 minutos às 17 horas e 25 minutos com uma turma de 23 (vinte e três alunos), da respectiva 3ª (terceira) série, Turma 33 (trinta e três) com uma Professora Titular que não ministra aulas de Educação Física.

As observações foram realizadas de maneira mais aberta, focalizando no fenômeno do estudo que ocorreu de modo progressivo, conforme o andamento da investigação e a reflexão sobre as informações recolhidas. Nas observações abertas, considerei importante, para a compreensão do fenômeno de estudo, participar de todas as situações cotidianas dos desses alunos na escola, não me limitando às aulas, mas participando de reuniões, intervalos, recreios, conselhos de classe e demais atividades como festa do dia das bruxas, aniversários de alunos, festa de final de ano. Organizei-me para realizar as observações procurando chegar à escola no início do turno da tarde, sendo o turno de aula desses alunos, para que pudesse observar, desde o horário de entrada, os acontecimentos e as situações cotidianas dos alunos e da escola.

Esse processo de interação, ao usar a observação participante que se estabelece entre o investigador e o objeto de estudo, tem o investigador como principal instrumento de coleta das informações na pesquisa. Cabe ao pesquisador, além da condição do uso dos sentidos com vistas a perceber a realidade e as interações pessoais, ser o mediador entre as informações da coleta e o emprego dos instrumentos ao longo de todo o processo de investigação. O observador pode recorrer aos conhecimentos e experiências próprias como instrumento de compreensão e interpretação do fenômeno estudado.

Necessário colocar que essa turma se não fosse a minha intervenção como estagiária não teria aulas de Educação Física, pois a professora titular não ministra a disciplina, e sim, estagiárias da própria instituição escolar na modalidade Magistério, apesar de estar contemplando a disciplina de Educação Física no PPP da escola não é ofertado por um Professor Titular contratado pelo Estado do Rio Grande do Sul.

O período de observação se constituiu como um processo de aprendizagem. Ao mesmo tempo em que observava os alunos participantes do estudo, procurei compreender o fazer pedagógico da professora titular da turma, confrontando-a freqüentemente com minha própria prática educativa nas situações em que presenciava. Esse exercício reflexivo permitiu-me fazer uma releitura da minha própria prática educativa à medida que aprofundava a convivência com a turma, seus hábitos, suas convicções, suas dificuldades e suas expectativas.

A aceitação da convivência por parte dos alunos participantes ocorreu durante todo o trabalho de campo, fator de extrema importância para o processo de investigação. Do mesmo modo, a acolhida dos pais, da direção, coletivo docente e funcionários. O acesso aos mais diversos momentos e utilização de materiais e espaços sempre foi facilitado, não havendo constrangimentos ou qualquer manifestação de reprovação.

A observação participante como técnica de coleta das informações para este estudo, além de ser um procedimento que exigiu atenção, percepção e memória para observar as mais diversas situações da realidade da escola, proporcionou participação como observador de acontecimentos com a intencionalidade do olhar para que não ficasse observando qualquer coisa e sim, a problematização referente à pesquisa.

Planejamento das aulas

As observações foram importantes para a construção do Cronograma e Planos de Aula, para a reflexão, e para a elaboração de questionamentos específicos sobre acontecimentos registrados no diário de campo confrontando-o freqüentemente com minha própria prática educativa nas situações em que vivenciava.

Foram 26 (vinte e seis) aulas planejadas e ministradas com o início no dia 01/10/2009 e finalização no dia 17/12/2009.

Utilizamos para o planejamento dos encontros as Aulas Abertas segundo Hildebrand (1993), e pela Abordagem Crítico-emancipatória de Kunz (2001). O Cronograma foi dividido em Primeira Unidade e Segunda Unidade, o primeiro foi planejado para as 10 (dez) primeiras aulas contemplando os conteúdos do PPP da escola que são: conhecimento sobre o corpo, através de atividades lúdicas, como jogos, brincadeiras, rodas cantadas, danças que envolvem a coordenação motora, equilíbrio, lateralidade, percepções, sensações e emoções, ritmos e criatividade, cooperação e respeito.

A avaliação das unidades consta de um instrumento que é a observação das atitudes, conhecimentos e habilidades adquiridas pelo aluno durante a unidade, quando, então, realizou-se um parecer descritivo individual contendo, se o aluno atingiu ou não os seus objetivos propostos referentes à disciplina.

Adotou-se um diário de campo onde, após cada aula, foram feitas anotações quanto ao desempenho dos alunos, dificuldades, progressões, participação, interesse e atitudes. As anotações do diário de campo foram um dos suportes para a elaboração do parecer descritivo.

Importante destacar que a cada elaboração do Plano de Aula uma aula antes de ser ministrada era mostrada para a professora titular da turma para que fosse possível dialogar sobre as atividades que seriam propostas na aula vindoura.

Na segunda unidade foram as 16 (dezesseis) aulas e o assunto central foi Yoga.

Após elucidar as unidades, partimos para os Planos de Aula, onde iniciamos com a primeira aula no dia 01/10/2009 com duração de uma hora, tendo como objetivo da aula o trabalho Esquema Corporal – noções de corpo como um todo. E fomos desmembrando em itens como: Materiais; Parte inicial; Primeira atividade; Segunda atividade; Quarta atividade; Quinta atividade; Relato da aula; Pontos Positivos; Pontos Negativos; Alternativas; Reflexão.

Na 9ª (nona) aula dia 29/10/2009 é que introduzi o yoga para a turma.

Aula inaugural de yoga

Foi necessário romper paradigmas e práticas individualizadas centradas no professor e identificadas como limitação à construção de uma outra proposta a qual utilizamos com as aulas de yoga para pensar a aprendizagem amparada na inclusão de todos os alunos.

Depois de refletir muito a respeito da primeira e segunda unidade as quais estavam sendo postas em prática, no caso a primeira, dialoguei e argumentei com o Professor Orientador da disciplina em questão, pois estava vislumbrando uma proposta de “aulas de yoga” para a turma 33(trinta e três), pelo fato do yoga contemplar tudo o que está descrito nas unidades.

Pedi um voto de confiança, que para mim soa como uma construção diferenciada, um desafio, quebra de paradigmas, um estímulo a ser alcançado. E obtive!

Plano de Aula 9: Objetivo da Aula: trabalhar principalmente o equilíbrio, respiração, concentração; Materiais: colchonete, som, cd; Parte Inicial: Explicar o que é o Yoga, a meditação, a respiração, a concentração, e elucidar as posturas que faremos nesta primeira aula. Primeira atividade: o espaço que temos é a sala de aula, colocaremos os colchonetes no chão e iniciamos a prática do yoga deitados em posição ereta. Segunda atividade: iniciamos a respiração abdominal e alongamentos. Terceira atividade: asanas (posturas) do yoga: o gato, a cobra, o peixe, o macaco e finalizamos com a árvore. Quarta atividade: alongamento e relaxamento com diálogo e reflexão da primeira aula de yoga realizada.

Relato da Aula: Iniciei a aula com o diálogo, explicando para os alunos como seria a nossa aula. Segundo a Organização Mundial de Saúde, yoga aumenta o rendimento escolar e a produtividade mental. Mas os benefícios vão além do lado comportamental das crianças, o corpo e a mente também são favorecidos, pois ela induz a um profundo relaxamento, tranqüilidade mental, concentração, clareza de pensamento e percepção interior juntamente com o fortalecimento do corpo físico e o desenvolvimento da flexibilidade.

Alguns destes benefícios para as crianças: a) Consciência de si mesma e de seu potencial produtivo; b) Desenvolvimento através dos asanas, força física, flexibilidade, agilidade e consciência corporal; c) Desenvolvimento da memória, concentração, capacidade de abstração matemática, lógica e espacial; d) Desenvolvimento da coordenação motora fina (habilidade para desenho e caligrafia); e) Tranqüilidade física, mental, ensina a criança o hábito de relaxar melhorando a qualidade do sono; f) Desenvolve a auto-estima e auto-imagem positiva, o hábito do pensamento positivo, equilíbrio e inteligência emocional ajudando a controlar a ansiedade; g) Desenvolve a saúde de forma geral, através da prática de algumas técnicas que geram um estímulo ao correto funcionamento do sistema imunológico e do sistema glandular; h) Melhoria e manutenção de uma visão saudável através dos trátákas (exercícios de visão e foco); i) Estimula os processos digestivos, combatendo prisão de ventre, úlceras, azias e má digestão; k) Criação e melhora do hábito da postura correta; l) Melhora no humor: ajuda crianças "hiperativas" a desenvolverem controle e percepção de sua condição acelerada; e, m) Desperta para hábitos alimentares mais saudáveis.

A prática ajuda indiretamente no despertar da consciência não competitiva, pois não existe recompensa, nem vencedores nem perdedores. Através da prática dos asanas, pranayamas e meditação tudo o que se obtém, ajuda a criança no desenvolver de uma consciência livre de ilusão para a percepção do mundo, proporcionando um crescimento saudável e feliz.

Foi alcançado o objetivo da primeira atividade tendo em vista a aprovação de todos os alunos em vivenciarem uma “aula de yoga”. Neste dia estavam presentes 20 (vinte) alunos dos 23 (vinte e três), e na sala de aula arredamos as classes e cadeiras para que pudéssemos colocar os colchonetes emprestados da UFSM para a prática do yoga. Iniciamos com a respiração diafragmática ouvindo mantra e relaxando. Pedi para que colocassem uma das mãos sobre o umbigo (plexo solar) e a outra em cima do abdômen e respirassem pelo nariz. Foi executado com muita calma e a resposta foi positiva. Partimos para o alongamento e insisti na respiração, mas percebi que eles estavam mais agitados. Para motivá-los, fui de imediato para a segunda atividade do planejamento, que são os asanas e iniciamos com o gato que são quatro apoios, no momento que inspira sobe a coluna, tentando arredondar como um gato, e no momento que respira solta o corpo. Gostaram muito e se identificaram nesta postura. Ainda na mesma postura realizamos exercícios de alongamento de membro inferior, rotação de tornozelos.

A outra postura foi à cobra, os alunos adoraram, principalmente no momento do ataque onde eles puderem se expressar através do “guizo”, a técnica é: decúbito ventral, com as mãos ao lado do tórax com o queixo ou a testa apoiada; elevar lentamente o tronco até o umbigo; efetuar o guizo da cobra. A próxima postura foi a do peixe com a qual trabalhamos a lateralidade. Todas essas posturas foram trabalhadas no plano inferior – quatro apoios ou deitados no colchonete. Lentamente nos colocamos em dois apoios, com os pés em cima do colchonete para realizarmos a postura do macaco que caracterizasse pela soltura dos braços, o caminhar conforme um gorila e assim por toda a sala de aula.

A última postura desta aula foi a árvore onde foi solicitada muita concentração, equilíbrio, respiração. Iniciei com eles olhando para um ponto fixo, após ficamos na meia-ponta dos pés, só depois disso, partimos para a postura (em pé, pés unidos; o pé direito com a planta apoiada na parte interna da coxa esquerda; mãos no peito). Todos tiveram muita dificuldade para realizar a postura. Finalizamos com a borboleta para após em posição de meditação (joelho cruzado) iniciar a meditação. Guardamos os colchonetes e o tempo já estava esgotado.

Aspectos positivos: Essa foi a melhor aula desde que eu iniciei a ministrar aulas para eles. Todos sentimos prazer na aula. Chamou a atenção “o novo”, e todos experenciaram. Ao término da aula, para a minha surpresa, todos pediram para que iniciássemos todas as aulas com yoga, e se fosse o caso partiríamos para outras atividades, se não, eles gostariam de terem só aulas de yoga. Foi muito gratificante ouvir de todos o pedido, e também visualizar a satisfação do “novo”, da “ruptura”. Aspecto negativo: O aluno 20 mesmo realizando a aula na minha frente, incomodou as colegas 21 e 22, tive que chamar a atenção dele, pois não estava deixando as colegas se concentrarem nem ele próprio.

Continuação das aulas de yoga

O Plano de Aula 10 (dez) do dia 03/11/2009 finalizou a Primeira Unidade, então planejei com os alunos uma forma que eles pudessem expressar por um desenho as nossas aulas de Educação Física que foram oportunizadas, e que também neste desenho fosse elaborado uma frase explicando as nossas aulas. O planejamento seguiu com a finalização do desenho de todos. Iniciamos a movimentação de arrumar a sala de aula e organizar os colchonetes no chão da sala. Devido ao tempo de utilização para expressar as aulas pelo desenho, realizamos a aula de yoga em poucos minutos, mas conseguimos meditar e realizar duas posturas, a do gato e a do macaco. Finalizamos com a borboleta e a organização da sala de aula.

Relato da aula: Estou iniciando o trabalho com esses alunos com o Yoga Clássico, pois eu realizo aulas de Yoga Clássico com o Mestre que possui mais de 30 (trinta) anos de yoga e é filiado à 1º Associação Brasileira de Profissionais de Yoga. O Yoga Clássico enfatiza respiração, meditação, mantras, e pretendo desenvolver essas aulas com os alunos, tendo em vista a aceitação unânime, na verdade, é uma exigência por parte deles. Como o dia estava chuvoso 5 (cinco) alunos faltaram a aula e uma aluna não entregou o desenho e a frase. A partir dos desenhos e das frases que estão documentados no Diário de Campo pôde-se fazer uma análise quantitativa da aprovação ou rejeição da “aula de yoga”, sempre enfatizando que os alunos só haviam realizado uma aula de yoga. Foram 19 (dezenove) desenhos e frases sendo 4 (quatro) não expressaram nem por frase e nem pelo desenho a aula de yoga, e 15 (quinze) expressaram a satisfação da aula de yoga pelo desenho ou pela frase. Destaco algumas frases: “Fazendo yoga e futebol na Educação Física” (Aluno 1); “Eu gosto da Educação Física por causa do yoga” (Aluno 2); “Eu gosto da Educação Física por que tem yoga e a gente descansa” (Aluno 3); “Eu gosto de yoga porque me causa paz” (Aluno 4); “Adoro Educação Física, e gosto de jogar vôlei” (Aluno 5); “Aula de yoga é o máximo” (Aluno 6); “Yoga me traz paz” (Aluno 7); e, “Eu gosto de fazer Educação Física por que a gente se diverte e ao mesmo tempo a gente ganha saúde” (Aluno 8).

Nessa mesma aula do dia 03/11/2009 a Professora titular da turma escreveu no meu Diário de Campo o que está observando das aulas de Educação Física, assim descrevo: “Ana Paula. É possível observar em teu trabalho uma preocupação com a qualidade do planejamento. Tens nos brindado a cada aula, com propostas de trabalho criativas, diversificadas e principalmente significativas. Todas as terças e quintas-feiras as crianças te esperam ansiosas e isto é a prova de que tuas aulas vêm ao encontro de suas expectativas. Espero que continues empenhada, em apresentar bons resultados, pois é de educadores assim que a “escola brasileira” precisa: Os que colocam a serviço das crianças, as mãos, o cérebro e o coração”.

E assim nossas aulas foram seguindo, e como bem coloca Giovanni (2005, p.48):

Ser professor, assim como ser aluno, implica uma relação de cumplicidade no que se refere ao compromisso com o ato de buscar conhecimento a respeito do conteúdo a ser ensinado, a respeito dos seres humanos envolvidos nessa relação, seu espaço e momento históricos e a respeito de como realizar e aperfeiçoar, teórica e tecnicamente, tanto o trabalho de ensinar, quanto o trabalho de aprender.

As mudanças foram acontecendo e aparecendo, claro que em alguns alunos se acentuava mais e outros menos, mas mudanças estavam acontecendo e as aulas prosseguiram.

Aula no centro de yoga

Essa aula aconteceu no dia 10/12/2009 sendo o 23º (vigésimo terceiro) Plano de Aula e a 15ª (décima quinta) aula de yoga. Foi uma aula inusitada, pois nos deslocamos da escola até o Centro de Yoga para a execução da aula conjuntamente com o meu Mestre que ministra aulas de Yoga Clássico, que nos induz a um profundo relaxamento, tranqüilidade mental, concentração, clareza de pensamento e autoconhecimento, juntamente com o fortalecimento do corpo físico e o desenvolvimento da flexibilidade.

Passo a relatar a aula conforme consta no Diário de Campo: Relato da Aula: Sem palavras! Maravilhosa! Gratificante! Hoje foi uma aula atípica, inédita e espero que todos levem e guardem para sempre esse momento, pois foi marcante! Foi um tumulto para levá-los até o Centro de Yoga que fica próximo à escola, mas tivemos que atravessar duas ruas, e na ida foi mais tumultuada, mas a volta à escola foi ótima, eles estavam relaxados.

Nunca vi a turma tão bem comportada, silenciosa, concentrada, relaxada, encantada com tanta harmonia. Todos ficaram maravilhados com o ambiente, pois é um Centro de Yoga nos padrões indianos pelo fato do Mestre ter feito alguns cursos na Índia. O Mestre foi maravilhoso como sempre e a “nossa” aula foi uma completa harmonia e entrosamento. Ele não é especialista em ministrar aulas para crianças, mas ficou encantado com todos e elogiou o nosso trabalho, as aulas que estamos realizando, porque quando iniciou os asanas e falou que iríamos iniciar com a postura do gato e após a do cachorro, os alunos disseram que sabiam como fazer a postura, com isso, ele questionou outras, como: o macaco, peixe, árvore... E também disseram que sabiam! Foi muito gratificante! Na execução da aula, fotografamos para esse momento ficar registrado para sempre na memória e documentalmente, no caso das fotos. Todos os alunos fizeram questão de participar/vivenciar essa aula, até mesmo a aluna 25 que estava com dor de cabeça, quis participar. Estavam presentes 22 (vinte e dois) alunos, sendo que a aluna 26 não compareceu na escola nesse dia. Após o término da aula no Centro de Yoga, os alunos eram só elogios, e pediram para o Mestre dar aulas para eles também, mas com uma condição, eu teria que estar presente e todas as aulas teriam que ser realizadas no Centro de Yoga, e mais, disseram que se fosse preciso todos pagariam para ter aulas nesse ambiente. Naquele momento, percebi o quão importante foi essa aula, e também a clareza com que argumentaram sobre as aulas foi encantador, pelo fato da valoração e resultado de uma proposta inovadora que estão sendo contemplados. Ao retornarmos para a escola, a aluna 25 que estava com dor de cabeça relatou que a dor tinha passado com a aula de yoga, e que ela estava muito feliz por ter conhecido um lugar com muitas histórias e tão agradável.

Aspectos Positivos: Inúmeros... União da turma, socialização, respeito, silêncio, concentração, corporeidade, respiração, postura, eliminação de pensamentos negativos, eliminação de toxinas. Todos os alunos expressaram o contentamento pela aula, e tenho certeza que vi ficar registrada na memória de todos, pois ainda hoje eles pedem para que façamos outra aula no Centro. Foi um momento único! Um momento mágico!

Aspectos Negativos: Atravessar duas ruas com (22) vinte e dois alunos, mas percebo que não foi tão difícil. Foi até mesmo instrutivo, pois foi preciso coleguismo, ajuda entre eles.

Alternativas: Possibilitar mais aulas nesse ambiente próprio para a prática do yoga.

E assim, continuamos com as aulas na escola, sendo a última do ano letivo de 2009 no dia 17/12/2009.

Diálogos

Neste período que estive na escola foram construídos diálogos com diferentes pessoas. O diálogo, entendido como conversa entre duas ou mais pessoas, pode ser traduzido pela informalidade da situação do contato com pessoas que tem algum envolvimento com o que é investigado (SILVA, 2000).

Deste modo, ao longo do trabalho de campo, estabeleceram-se contatos e construções de diálogos com a supervisão pedagógica, com outros professores, pais, outros alunos da escola. Entende-se que estes diálogos, talvez em função da informalidade ou da espontaneidade dos momentos em que ocorreram, constituem-se em importantes instrumentos de coleta, na medida em que são registrados em diário de campo e permitem interpretar a própria “tradução” que fazemos de alguns aspectos daquela cultura, considerando-se que o que é dito, o lugar, a hora e o momento apropriado articulam-se de maneira indissociável (SILVA, 2000, p.60). Estes registros dos diálogos se constituíram como fragmentos importantes ao longo do processo de análise e no processo de construção do texto para a compreensão dos significados atribuídos sobre as aulas de yoga.

Assim transcrevem-se algumas conversas: “Acho as aulas de yoga bem legal, nós meditamos e temos pensamentos bons” (Aluno 10); “O aluno 10 não era interessado, era muito desatento, brigão e vejo a melhora dele a cada aula que tu oferece para a turma. O desempenho nas matérias melhorou e em casa ele também tem feito yoga. A nossa relação também melhorou, ele tem me respeitado mais” (Mãe do Aluno 10). Vários fatores concorrem para a melhora interpessoal como sentimentos e valores, convívio e espaço que ocupam na sociedade, mas, sobretudo percebeu-se que o ponto fundamental está intimamente condicionado ao “gostar do que se faz e com quem faz”, como demonstra esse relato.

“Com as aulas de yoga eu tenho mais concentração e me sinto mais calma depois de da aula de yoga, e vou para casa mais calma, porque eu não sou tão calma” (Aluna 11); “O aluno 11 chega em casa e vai para a minha cama fazer aula de yoga, ele ensina o irmão que é mais velho e se divertem. Esses dias ele colocou todos nós (pai, mãe e irmão) a fazerem uma aula de yoga que ele era professor. Percebemos que ele está mais calmo, mais paciente, mais envolvido com a família. Ele adora as aulas de yoga” (Mãe do Aluno 11). Na educação fundamental há sempre uma grande preocupação com o desenvolvimento da sua identidade, e esse desenvolvimento exige uma conduta explorativa e de sincronia com a família que é a base, por isso nos reportamos a De Marco (2006, p. 108):

Nesse contexto, torna-se importante submeter os conhecimentos e vivências na natureza à análises criteriosas e, nos limites do ensino formal, partir em busca de sentido que vislumbre a formação de praticantes mais conscientes de sua história na direção de sua emancipação, superando as perspectivas tradicionais que lhes atribuem funções de meros executores de atividades escolhidas e planejadas previamente.

“Professora, eu gostava de Educação Física, só que era dado pelas alunas do magistério, e quando a gente teve aula com a senhora foi muito melhor. Hoje eu valorizo muito as tuas aulas porque aprendemos e tu sabe dar uma aula ótima, inclusive aula de yoga que eu gosto muito” (Aluno 12); Por meio desse relato destaco o objetivo dessa pesquisa e elenco FREIRE (1996, p.24):

(...) quando vivemos a autenticidade exigida pela prática de ensinar-aprender participamos de uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, estética e ética, em que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a decência e com a seriedade.

“Estou perplexa e muito feliz com a mudança que tu proporcionaste para o Aluno 13, pois é visível o envolvimento de vocês, desde a primeira aula, foi uma troca incrível. Com as tuas aulas, a tua atenção, hoje ele é um ótimo aluno. Antes era o último a ler o que estava no quadro e passar para o caderno, as notas principalmente em matemática não eram boas, estava sempre no mundo da lua. Ele foi o aluno que mais percebi a diferença a partir da tua intervenção, claro que tiveram outros como o 14, 15, mas percebo a diferença em toda a turma” (Professora da turma). Através desse relato, constatou-se um maior interesse dos alunos, inclusive em relação a outras áreas do ensino. Os alunos passaram a atuar de maneira mais concentrada, muito mais interessados acerca dos assuntos enfocados em sala de aula, e isso foi proporcionado pela prática do yoga. Também foi um trabalho colaborativo, como bem diz TERRA (2004, p. 158):

Desenvolver um trabalho colaborativo que se propõe desde uma dimensão coletiva, onde o diálogo irrestrito entre os participantes é uma das principais diretrizes para uma prática crítica comprometida com a melhora do ensino e da formação profissional, representa ter presente os conflitos e os elementos de orientação na construção do saber no coletivo.

“A turma toda está falando aos quatro ventos das maravilhosas aulas de yoga que eles têm, a professora regente é só elogios para o teu trabalho. Eu vou querer participar de uma aula um dia desses” (Diretora da escola); “A minha amiga me perguntou se eu tinha aula de inglês, espanhol na terceira série aqui na escola, eu disse que não, perguntou também se tínhamos laboratórios para as aulas de ciências, e disse que não, sabe professora ela estuda em uma escola particular aqui em Santa Maria, e eu disse que sabia uma disciplina que tínhamos e nenhuma outra escola aqui tem que é o yoga e ela ficou bem interessada e disse que iria perguntar para a professora dela o porquê nessa escola particular não se tem aulas de yoga” (Aluno 16).

Através das falas dos alunos, pais e professores denota-se a mudança de atitude desta turma neste processo de aprendizagem interdisciplinar com as aulas de yoga, e corroborando com esse pensamento Serrão (2006, p.126) escreve que a atividade principal do professor é ensinar e promover o desenvolvimento dos seus alunos com os quais interage. Isso pode ser estimulado pelo ensino organizado com ações direcionadas a aprendizagem de conceitos pelos alunos, “colocando-os em movimento, em uma posição ativa diante do conhecimento que se convencionou culturalmente relevante para a compreensão e transformação da realidade objetiva”.

Considerações finais

No decorrer deste trabalho, observou-se o desenvolvimento de uma proposta de aprendizagem interdisciplinar estimulada pelo yoga que abarcou dimensões física, mental e emocional com uma turma de alunos numa escola estadual. Com esses alunos pôde-se observar a mudança de atitude, no caso o pensar crítico e reflexivo sobre o que se faz e o porquê se age de determinada maneira tendo o como viés as aulas de yoga.

Observou-se com esta turma, também, que as aulas de yoga fortaleceram-se através da dimensão mental e física, onde as emoções, concentrações, reflexões estão em evidência, tendo em vista que o conhecimento se instaura como um aprender mediante movimentos internos e externos do nosso corpo. Para além de ser, é preciso experimentar, e este estudo focaliza a aprendizagem como uma experimentação de saberes conjuntamente com a emoção que influencia a razão.

As dimensões do processo de aprendizagem foram adequadamente levadas em conta neste Diário de Campo para o planejamento e execução das aulas de yoga, bem como a efetivação do processo de consciência corporal considerando o biótipo e as diferenças individuais dos alunos.

Percebeu-se que a negligência das dimensões física, mental e emocional como um todo representou para o aluno insegurança física e psicológica como era o caso de muitos alunos neste estudo. Mudanças aconteceram através da verbalização, diálogos, reflexão, conhecimento gerado de forma multidisciplinar nas aulas de yoga, como no caso o yoga tem sua raiz na Índia, onde fica a Índia? É um país da Ásia Meridional, banhado pelo Oceano Índico, é o segundo país mais populoso do mundo, a atração turística mais visitada é o Thaj Mahal, o Rio Ganges é um dos principais rios do subcontinente Indiano, e assim sucessivamente.

Destaca-se que no momento de execução dessa pesquisa estava em rede nacional a novela “Caminhos da Índia” e que por ser uma questão midiática percebeu-se como favorável para o interesse dos alunos e também como elucidação de fatos.

A partir dessa proposta metodológica implantada nessa escola, onde se buscou um espaço para a multidisciplinaridade com as aulas de yoga, conseguiu-se de forma plena e valiosa o destaque para o “novo”, tanto o é, que a Direção pediu a continuidade no próximo ano letivo das aulas de yoga, tendo em vista que já possuímos um espaço onde conquistamos na escola, e seria uma perda para a instituição, bem como para os alunos.

Com esse pedido da Direção da Escola, da professora da turma e dos alunos, estou na instituição até o dia de hoje ministrando aulas de yoga como voluntária, e a cada dia percebo o quão gratificante é estar próximo a escola e aos alunos interagindo com um objetivo de maturidade e de resignificação de muitos conceitos.

Constatou-se com este estudo que a aprendizagem através das aulas de yoga expressa uma interação de saberes, pois as mudanças são visíveis, e toda a experiência, especialmente em relação a nós mesmos é modificadora, pelo fato de toda a interação interferir na alteração das atitudes de agir, pensar, e assim, a aprendizagem ocorre a partir de uma história particular de interações.

Infelizmente não contamos com a disciplina de yoga no nosso currículo de Graduação em Educação Física Licenciatura – CEFD/UFSM, pois como colocado anteriormente, é mais um campo de atuação para os licenciados e que hoje temos que buscar em cursos de formação fora da instituição, acarretando assim, menos uma proposta de trabalho multidisciplinar nas nossas escolas. Por outro lado, os governantes devem também possibilitar melhores condições de trabalho nas diversas instituições de educação, para que essas possam estar mais motivadas na busca de padrões de excelência educacional.

Verifica-se que o perfil que se exige para a atuação em escolas não tem sofrido mutações, continuamos com a educação bancária e retrógrada. Pelo que foi exposto, entende-se que as mudanças devem ocorrer exigindo superação do paradigma das qualificações limitadas às exigências mínimas da escola e determinando a emergência de um modelo de educação concebido com ampla flexibilidade.

Em síntese, espera-se poder dar continuidade a esta pesquisa, investigando processos de desenvolvimento para o aprendizado multidisciplinar com o yoga na escola. Nesse sentido, deseja-se prosseguir na busca de um caminho mais reflexivo, humano e saudável para o aprender, tendo conseqüências no processo de aprendizagem como um todo.

A experiência vivenciada foi muito proveitosa com os alunos da 3ª série do ensino fundamental, demonstrando o quanto é importante um enfoque mais aberto da disciplina de Educação Física, pois esta se mostra muitas vezes presa à exigência de se ter sempre aulas com uso de materiais como a “bola” e jogos institucionalizados. Os alunos aprovaram a nova abordagem, aprimorando, a mente, o físico a partir de alongamentos e exercícios respiratórios. Enfim, sentiram-se satisfeitos, deixando passar um enorme contentamento e uma imensa gratidão pela introdução da prática do yoga na escola.

Por:

Ana Paula Facco Mazzocato- Acadêmica da Licenciatura em Educação Física (CEFD/UFSM)

Hugo Norberto Krug- **Doutor em Educação. Doutor em Ciência do Movimento Humano Professor Associado do Departamento de Metodologia do Ensino (UFSM)
(Brasil)

Fonte:http://www.efdeportes.com/efd149/yoga-na-escola-aprendizagem-interdisciplinar.htm