sábado, 10 de setembro de 2011

Potência aeróbia - Energia para atividades físicas

A gente sabe que a máquina humana para funcionar precisa de energia proveniente dos alimentos que ingerimos e do oxigênio extraído do ar que respiramos.

Os alimentos, através de uma série de reações químicas são convertidos em energia conhecida como Adenosina Trifosfato (ATP) e sua utilização depende do aporte de oxigênio. Como seres aeróbios que somos, compreende-se a importância da capacidade Máxima do corpo, captar, transportar e absorver esse oxigênio medida conhecida como VO² Máximo relacionando-se com potência aeróbia.

Mas não é só isso. Outros fatores também são importantes nesse contexto como por exemplo o Limiar Anaeróbio e o VO² Relativo. Ou seja, o percentual máximo que o corpo consegue utilizar do VO² Máximo e a relação desse percentual com o peso corporal do indivíduo. Como o oxigênio chega às células através da corrente sanguínea, não é difícil concluir-se que a capacidade cardiovascular é mais um fator importante nesse contexto.

Bom, partindo de todos esses princípios podemos então concluir que a potência aeróbia é importante não só para a "galera" da malhação mas também as atividades laborais do dia a dia, uma vez que, qualquer movimento ou ato motor gasta energia.

O custo energético pode ser descrito em (MET) e 1 MET corresponde a 3,5 ml/kg/min. Sendo assim, já é bem estabelecido na literatura uma classificação de medida em MET para as diversas atividades, uma delas proposta por Bromn e Crowden (1963) citado por Farinatti no III Seminário Internacional Sobre Atividades Físicas para a Terceira Idade - 2000, segundo a qual teríamos: trabalho sedentário leve 1 a 3 MET; Moderado 3 a 5 MET; Pesado 5 a 8 MET. Outras pesquisas mais atuais trazem revisões mas não muda muito.

Se toda atividade tem um custo energético, não é difícil entender a importância da atividade física na Qualidade Física iniciada muito

Astrand 1967, Bonjer 1968 e Hughes et Goldman 1970, também citado por Farinatti, sugerem que uma atividade laboral utilizando 33 a 50% do VO² Máximo, não pode ser suportada por mais de sete horas. Isso em condições favoráveis de temperatura ambiente, estações de trabalho adequadas e esforços repetitivos equilibrados.

Pois bem, num jovem sedentário é comum encontrarmos valores de VO² Máximo próximos de 48 ml/kg/min. aos 20 anos de idade. Sabe-se que o VO² Máximo dimimnui com o avançar da idade na ordem de 10% por década levando-nos a concluir que esse mesmo jovem, chegando aos 60 anos terá um VO² Máximo de 31 ml/kg/min. portanto, incapaz de realizar tarefas moderadas.

Ao contrário, um jovem ativo com VO² Máximo de 70 ml/kg/min aos 20 anos, dando continuidade ao treinamento chegará aos 60 anos com plena capacidade de realizar até tarefas pesadas mesmo considerando a perda natural. Os hábitos duradouros são normalmente adquiridos na infância e adolescência, tanto os ruins como os salutares.

Apesar da crescente onda pelo Fitness, parece que o bonde continua na contramão da história. A rotatividade nas academias constitui-se num problema real e coincide com os índices oficiais mostrando números ainda muito alto de sedentarismo na adolescência.

Entretanto, em qualquer idade pode-se ter um ganho aeróbio significativo com atividades específicas e bem orientadas por profissionais de Educação Física.

Pesquisas bem conduzidas mostram que uma atividade aeróbia (caminhada, corrida, ciclismo etc.) de 30 minutos, três vezes por semana durante 24 semanas a uma intensidade de 60 a 70% prescrita pela fórmula de Karvonen, pode-se obter um ganho de 3,5 a 7 ml/kg/min em qualquer idade.


Já tivemos oportunidade de comentar os benefícios também do treinamento de força e de flexibilidade que devem ser incluídos no programa.

É não podemos falar em programas voltados à terceira idade deixando de lado os problemas das raízes da Educação Física na escola. O Governo fez há bem pouco tempo uma ínfima parcela tornando obrigatória a Educação Física escolar fazendo uma emenda na lei 9394. Só isso não basta. É preciso rever o fundamento, a grade curricular das Universidades na formação dos professores, os programas de governo, dos clubes, das academias e principalmente aos profissionais de saúde, chamar para si a responsabilidade.

Isso, dá trabalho e todo mundo precisa sobreviver e ganhar dinheiro. Hoje o consumidor é mais crítico, exige mais qualidade, mais atenção e não dá mais para ficar "enrolando" o cliente. Partindo desse princípio, itens severos de controle de Qualidade teoricamente é mais fácil de ser conseguido em academias menores.


Por:

Luiz Carlos de Moraes CREF/1 RJ 3529 - E-mail: lcmoraes@compuland.com.br


Fonte:http://www.copacabanarunners.net/

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