sábado, 25 de setembro de 2010

ENDORFINA

A endorfina é um neurotransmissor, assim como a noradrenalina, a acetilcolina e a dopamina, é uma substância química utilizada pelos neurônios na comunicação do sistema nervoso.

ENDORFINA é uma substância natural produzida pelo cérebro em resposta à atividade física, visando relaxar e preservar-nos da dor e que dá enorme prazer . Diferentemente de outras drogas, é produzida pelo próprio organismo e realmente dá prazer, despertando uma sensação de euforia,bem estar e é sinônimo de saúde.

As endorfinas foram descobertas em 1975. Foram encontradas 20 tipos diferentes de endorfinas no sistema nervoso, sendo a beta-Endorfina a mais eficiente pois é a qual dá o efeito mais eufórico ao cérebro. Ela é composta por 31 aminoácidos.

O que as Endorfinas fazem no nosso corpo?
• Melhoram a memória;
• Melhoram o estado de espírito (bom humor);
• Aumentam a resistência;
• Aumentam a disposição física e mental;
• Melhoram o nosso sistema imunológico;
• Bloqueiam as lesões dos vasos sanguíneos;
• Têm efeito antienvelhecimento, pois removem superóxidos;
• Aliviam as dores.

Atualmente sabemos que a endorfina é produzida na hipófise e liberada para o sangue juntamente com outros hormônios como o GH (hormônio do crescimento) e o ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) que estimula a produção de adrenalina e cortisol. Após uma maratona observou-se aumento nos níveis sanguíneos de ACTH e endorfina. Esse aumento ocorreu de forma muito semelhante nos dois hormônios, alcançando seu pico no final da corrida (cerca de 5 vezes maior do que no repouso) e retornando ao níveis de repouso após 24 horas.

O BARATO DA CORRIDA

Os adeptos das atividades físicas conhecem bem a sensação de, a certa altura do exercício, ter o cansaço e a dor muscular substituídos por um gostoso bem-estar, uma mistura de euforia e prazer.

Conhecida por alguns como “runner’s high” (algo como “barato dos corredores”), esta experiência, que pode proporcionar uma impressão de paz e tranqüilidade, muito provavelmente tem ligação com a liberação de endorfina pelo sistema nervoso central.

Benefícios ao organismo

Descoberta nos anos 70, quando foram identificados cerca de 20 tipos diferentes de endorfinas, a substância ainda não foi suficientemente estudada. “A endorfina é um assunto controverso por ainda causar muitas discussões e apresentar poucas comprovações científicas”, afirmam médicos como João Gilberto Carazzato, chefe do grupo de Medicina Esportiva do Hospital das Clínicas (SP).

Acredita-se, porém, que a endorfina traga uma série de benefícios ao organismo, ajudando a melhorar a memória e o estado de espírito, além de aliviar as dores e aumentar a resistência dos praticantes dos mais variados esportes. Parece ser tão benéfica à saúde que muitos médicos costumam receitar ginástica para quem sofre de depressão ou de insônia.

Efeito de curta duração

Para curtir os efeitos da endorfina, não é preciso se matar de treinar. “Pedalar meia-hora por dia já é suficiente para o indivíduo se sentir melhor”, explica Marco Aurélio Monteiro Peluso, médico-assistente do Grupo Interdisciplinar de Álcool e Drogas, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo (GREA). “Agora, o que não se tem certeza é se esta sensação de bem-estar está ligada à parte fisiológica – dos efeitos da endorfina -, à psicológica, à eficácia do exercício ou à interação social”, diz. “O mais provável é que o bom humor que se sente logo após os exercícios físicos seja mesmo causado pela liberação da endorfina.”

Mas não dá para estabelecer o momento exato em que acontece essa liberação muito menos a quantidade liberada, já que as substâncias que, como a endorfina, agem na corrente sangüínea, o fazem de maneira diferente em cada indivíduo.

Flutuações de glicemia, dor periférica e necessidade do ajuste do tônus muscular são algumas das conseqüências do estresse físico que colaboram diretamente para a liberação da endorfina. Segundo o professor da USP, a duração dos efeitos é curta, na faixa dos minutos.

Endorfina é droga?

Voltando ao começo deste texto, temos algumas descrições – “…bem-estar… mistura de euforia, prazer e satisfação… impressão de paz e tranqüilidade…” – que em muito se assemelham a um relato sobre o uso de drogas. Não é coincidência. O Dr. Peluso define a endorfina como “uma droga opióide, ou seja, uma substância, sintética ou não, que age como o ópio, mas não deriva dele, do mesmo grupo que a heroína”. O professor Costa Rosa completa: “É muito parecida com a morfina”, usada como sedativo para pacientes com dores crônicas.

“A semelhança com estas drogas é que ela funciona como uma substância inibitória, que promove as sensações de calma, tranqüilidade e relaxamento”, explica Dr. Peluso. Etimologicamente, a palavra é uma junção de “endo” e “morfina”. Vem daí a diferença fundamental entre a endorfina e as drogas cultivadas ou fabricadas pelo homem: ela é endógena, produzida pelo nosso próprio organismo, mais especificamente, dentro do sistema nervoso central de pessoas de todas as idades e ambos os sexos.

Endorfinômanos

Atividades físicas muito leves ou muito intensas não ajudam a melhorar o humor. “O ideal é a prática de uma atividade moderada e regular”, garante Peluso.

Isso significa que os chamados endorfinados, pessoas conhecidas por tornarem-se viciadas em atividades físicas com o intuito de sentir prazer, agem de forma errada e nada saudável.

Como ocorre na interrupção do uso de drogas por parte de um viciado, se um endorfinado parar de se exercitar pode sofrer a chamada crise de abstinência, em que a ausência da atividade física leva ao nervosismo e afeta o sono, entre outros sintomas.

E aí, cabe a pergunta: a endorfina causa dependência? Para uns, sim, já que sua ausência pode causar crises entre os que estão acostumados; para outros, não, por ser produzida pelo próprio corpo e não causar lesões hepáticas ou cerebrais.

A grande culpada

Longe desta discussão, Paulo Nogueira, técnico em atletismo e diretor da PN Assessoria Esportiva, conta ter alguns endorfinados entre seus alunos. Nogueira alerta que esse comportamento resulta em inflamações do tendão, do ligamento, entre outros problemas de articulação. “Já vi pessoas que, mesmo mancando ou com problemas de coluna, insistiram em correr. A endorfina é a grande culpada por um homem de 50 anos treinar como um de 20.”

Correndo seis vezes por semana há seis anos, o aposentado Ovídio Mariano Zanetti, de 60 anos, conta que a sensação de prazer sentida com o exercício é tanta que foi muito difícil ficar parado por quase dois meses após se submeter a uma pequena cirurgia. “Nada se compara ao prazer e ao bem-estar sentidos durante a corrida”, revela. Em relação ao vício aparentemente causado pela endorfina, Zanetti garante não ser um dependente. Mesmo assim, faz de tudo para não perder um único dia de treino. “Faça chuva ou faça sol, nunca desisto.”

E se de um lado há quem jure que a liberação da endorfina tenha efeitos maravilhosos sobre corpo e mente, há quem enxergue na substância mais mitos que realidades. Corredor há 10 anos, o jornalista Chico Barbosa, 36 anos, afirma não sentir nenhuma sensação de prazer exagerada com a corrida.

“Sinto-me bem por fazer o exercício e saber que ele é saudável. Nada além disso.”

Fonte: www.montanhasdorio.com.br

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