sábado, 31 de julho de 2010
Os Efeitos Fisiológicos do Exercício na Gravidez
De acordo com AFAA,1995, Fitness Theory and Practice, diversas pesquisas apontam que o exercício físico na gravidez pode aumentar o consumo energético da mãe (controlando peso); melhorar sua auto-estima; o humor; reduzir certos desconfortos da gravidez e necessidade de medicamentos; permitir a ela um retorno mais rápido ao seu estado normal após o parto (em torno de 50% a mais do que as que não exercitam) e ainda que, mulheres preparadas fisicamente e que continuam com exercícios bem orientados durante a gravidez têm vantagens no parto, ou seja, o tempo de expulsão é mais curto (cerca de 1/3 mais rápido - quanto mais condicionada a mãe maior capacidade da expulsão ela terá) e as dores do parto menores; o exercício fortalece e torna o útero mais elástico. Além disso, mulheres que se exercitam na gravidez mostram-se mais equilibradas emocionalmente durante o momento do parto.
Resumindo algumas alterações:
* Melhora a redistribuição da circulação de sangue favorecendo a irrigação do útero;
* Com o crescimento do feto, há aumento do metabolismo basal da mãe, e melhor utilização do consumo de carboidratos, aumentando o consumo de energia;
* Com o crescimento do feto e seios , a mulher experimenta desvios posturais e desbalanceamento corporal podendo gerar problemas como lordose e cifose, assim, exercícios de fortalecimento e alongamentos vão preparar os músculos principalmente das costas, abdômem, parte interna da coxa , pélvis e pernas, para esta mudança do centro de gravidade.
* Exercícios leves a moderados podem melhorar o condicionamento cardio-respiratório da mãe,visto que nesta fase há uma maior pressão do diafrágma pelo útero, causando uma sensação de dispinéia, não sendo indicado exercícios intensos;
Com relação ao bebê, de acordo com recentes pesquisas desenvolvidas por Michelle Mottola, diretora do laboratório de pesquisas sobre gravidez em Ontário,Canadá, durante uma gravidez normal, nem a temperatura, nem a circulação dentro do útero são elevadas a níveis perigosos durante os exercícios físicos, como era antes alvo de grande preocupação. Embora alguns estudiosos aconselhem a mulher grávida exercitar-se a 60-70% de sua frequência cardíaca máxima e não excederem 144 batimentos cardíacos por minuto.
Ainda:
* evitarem exercícios vigorosos, dando prioridade a exercícios leves a moderados pelo menos 3 vezes por semana , sendo que para mulheres sedentárias deve ser recomendado apenas de 15-20 min de exercícios aeróbicos em uma sessão;
* Após o terceiro mês, evitar exercícios em posição em decúbito dorsal (de costas no chão), pois pode correr o risco de diminuição da irrigação uterina, assim como exercícios de força por muito tempo de pé;
* Obedecer a capacidade aeróbica da praticante, modificando a intensidade do exercício de acordo;
* Dar preferência para exercícios em situações mais cômodas como Hidroginástica, Natação e Ciclismo(ergométrica);
* Geralmente, a mulher precisa de um gasto adicional de 300 calorias por dia, sendo necessário manter uma dieta adequada para os exercícios;
* Manter uma hidratação adequada antes , durante e após os exercícios evitando ambientes muito quentes.
* Evitar exercícios que vão trazer demasiado estresse ao abdômem , mas continuar com os abdominais.
Devem evitar exercícios durante a gravidez, mulheres que apresentarem:
* Hipertensão arterial, problemas importantes de tireóide, anemia ou obesidade excessiva.
* Se durante o exercício sentir dor no baixo-ventre, contrações uterinas e/ou sangramento vaginal, náuseas,vômitos e edemas (até que seja detectado o problema pelo obstetra).
Exercícios recomendados:
* Alongamentos (pode optar pela yoga);
* Caminhada (evitar subidas e descidas muito íngremes);
* Ciclismo (ergométrica);
* Natação;
* Localizada (o trabalho é feito apenas para manutenção do equilíbrio de força corporal)
* Hidroginástica (tem sido o mais solicitado pela liberdade de execução do exercício pela baixa gravidade, e melhor desenvoltura em exercícios aeróbicos sem a hipertermia, principalmente na modalidade deep water (águas profundas); ainda permite um maior conforto e acomodação do bebê no útero da mulher e articulações da grávida, devido as forças contrárias gravidade (p/baixo) e flutuação (p/cima), certas grávidas relatam ser um momento mágico para elas e os bebês, uma grande interação entre ambos.
Finalizando, uma pesquisa feita por Clapp, M.D e diretor de pesquisas em obstetrícia e ginecologia em Ohio, onde acompanhou dois grupos de grávidas que exercitaram toda a gravidez e outro que optou por não exercitar , descobriu que ao fim de 15 semanas, as mulheres que se exercitaram apresentaram maior disposição, melhor postura, força muscular,apresentação física (mais bonitas) e estavam mais saudáveis que o outro grupo que mostrava ainda, indisposição para a atividade sexual.
Fonte: Equipe do CDOF
Site: http://www.cdof.com.br/fisio3.htm
Bursite
Cada uma delas poderá inflamar-se, porque você esteve usando o ombro de forma errada durante alguma atividade ou devido a uma lesão num tendão ou em alguma das outras estruturas articulares, que causou irritação.
Toda vez que você move o ombro de modo a contrair ou irritar a bolsa inflamada há uma reação de dor. No topo do ombro, a bursite provoca dor quando você estende o braço lateralmente ou quando o volta para frente com a palma da mão virada para baixo. Estando a bursite localizada na parte posterior do ombro, a dor se manifesta pela torção do braço em ambas as direções. Pode haver também uma sensação de “mordida” num determinado ponto do movimento do ombro.
É difícil distinguir a dor da bursite e a de um estiramento de músculo ou tendão. A principal diferença é que a Segunda se manifesta pelo acionamento ou alongamento do músculo, ao passo que a primeira está relacionada com o movimento do ombro, mesmo estando você completamente relaxado, por exemplo se deixa os braços oscilarem à deriva na superfície da água numa piscina. A bursite pode tornar-se mais dolorosa, se o problema se agravar, mas a dor será sentida sempre no mesmo lugar, toda vez que a bolsa é contraída numa posição que a irrite.
Fonte: www.digiprotector.com.br
Tendinite
É uma doença ocupacional surge usualmente através do excesso de repetições de um mesmo movimento (L.E.R. - Lesão por Esforço Repetitivo).
Em consequência, esta condição afeta pessoas que dispendem muito tempo realizando uma mesma tarefa, quer em trabalho quer em lazer. Os grupos mais afectados são operários de linhas de montagem, que têm uma única tarefa ao longo de uma carreira de trabalho, e pessoas que utilizam demais o mouse e teclado de um computador.
A tendinite provoca dores muito fortes e pode resultar em incapacidade física. Os sintomas de aviso incluem sensação de dormência nos dedos, mãos frias e dificuldade de realizar tarefas simples como apertar um botão.
Uma vez que a tendinite é uma condição de difícil tratamento, uma prevenção eficaz é a melhor solução. As medidas preventivas mais aconselhadas incluem a realização de pausas frequentes no trabalho e a diversificação de movimentos realizados.
Fonte: www.digiprotector.com.br
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Epicondilite
Epicondilite, significa inflamação do epicôndilo, que é uma saliência óssea de um dos ossos do cotovelo (úmero), aonde estão localizados os músculos do ante-braço, que terminam em tendão, por isso a epicondilite também é chamada de tendinite do cotovelo.
Epicondilite é um processo doloroso que atinge o cotovelo nas vizinhanças do epicôndilo, uma saliência óssea externa do úmero.
Os músculos traumatizados, na epicondilite, são os extensores do pulso e dos dedos. Apesar do nome (terminação em ite) dar uma idéia que trata-se de um processo inflamatório, não é. Trata-se de uma agressão mecânica e conseqüente a trauma único, ou a vários mini-traumas.
Fonte: www.digiprotector.com.br
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Coluna Vertebral
Traumatismo Raquimedular – Traumatismo de Coluna Vertebral
*Introdução
*Quadro Clínico
*Diagnóstico.
*Prevenção.
*Tratamento.
*Qual médico procurar?
*Prognóstico
Introdução
Mesmo com os recentes avanços da medicina, os traumas da coluna vertebral permanecem como uma das lesões traumáticas mais trágicas. O principal objetivo no atendimento às vítimas do trauma envolvendo a coluna vertebral e medula é reduzir a chance de haver déficits neurológicos e prevenir lesões adicionais que podem ocorrer no atendimento à vítima.
A medula espinhal é protegida pelos ossos da coluna vertebral, e leva os sinais nervosos do cérebro para o resto do corpo, distribuindo estes sinais aos nervos.
Extraído e modificado de http://www.healthscout.com/
O traumatismo de coluna vertebral (traumatismo raquimedular) pode ser o resultado de várias lesões, incluindo:
* Acidente automobilístico, motociclístico ou ciclístico,
* Quedas,
* Ferimentos por arma de fogo,
* Ferimentos por arma branca (ex. faca),
* Agressão física,
* Acidentes na prática desportiva, etc.
A maioria dos traumas raquimedulares acomete pessoas jovens e do sexo masculino. A maior parte das lesões acontece na região cervical (área do pescoço). O trauma pode ser o resultado de:
* Contusão da própria coluna vertebral (tanto por lesão direta como por mecanismo de chicote – pela ausência da proteção de cabeça no banco do carro),
* Perda do suprimento de sangue para a medula – Pode ocorrer tanto pela formação de um hematoma (coágulo de sangue) que comprime a medula espinhal e os vasos que a suprem, como por lesão direta desses vasos (ruptura),
* Secções da medula - A secção parcial ou total da medula é bastante rara. As lesões da medula são sérias e podem causar diminuição ou perda total da força motora, coordenação ou sensibilidade, ou ainda, de outras funções (como a perda do controle da bexiga e dos intestinos).
Extraído e modificado de http://www.healthscout.com/
Quadro Clínico
Os sintomas do trauma raquimedulares variam e dependem do local e da severidade da lesão. Os traumas completos da coluna vertebral - trauma que resulta em uma perda total de sensibilidade ou da motricidade (ex. andar) – são correspondentes à altura de onde ocorreu o dano. Por exemplo, uma pessoa que teve uma lesão no meio do pescoço perderá a sensibilidade e não poderá mover-se abaixo do meio do pescoço. Quase a metade dos casos de lesões da coluna vertebral é completa. Lesões completas que acontecem no pescoço superior podem chegar a comprometer a capacidade de respirar e podem determinar que a pessoa precise usar um ventilador mecânico.
Dor (ou pressão) no pescoço, nas costas e na cabeça ou ainda, hematomas, contusões e inchaço na pele da área afetada, podem ser outros sinais indiretos que acompanham as lesões da coluna vertebral.
As lesões de um lado específico da coluna vertebral ou de sua região central produzirão padrões característicos de sintomas, como fraqueza ou paralisia dos braços ou pernas, ou de um lado do corpo. Em uma pessoa ferida que está inconsciente, o grau de lesão neurológica pode ser muito mais difícil de avaliar. Dessa forma, quando os médicos têm um alto grau de suspeita de uma lesão da coluna vertebral, tomam os devidos cuidados para protegê-la. Isto é normalmente feito usando um colar cervical para imobilizar o pescoço, fixando a pessoa a uma prancha rígida para transportá-la.
Diagnóstico
A possibilidade de trauma da coluna vertebral deve ser considerada em qualquer um que esteve em um acidente de automóvel grave ou que experimentou uma lesão significativa da cabeça ou do pescoço. Quando a pessoa estiver consciente, ela será indagada se tem dor no pescoço e se ela pode sentir e mover seus braços e pernas. Também será avaliado o uso recente de drogas ou álcool, questionado se existem outras lesões dolorosas que possam desviar a atenção de um dano no pescoço, e quanto à presença de outros sinais de dano da coluna vertebral.
Radiografias, Tomografia Computadorizada (TC) e Imagem de Ressonância Magnética (IRM) são opções de exames a serem usados para avaliar a coluna vertebral.
Um colar cervical para manter o pescoço imobilizado será freqüentemente mantido imóvel até que os resultados dos exames estejam disponíveis. Se houver suspeita uma lesão da coluna cervical, o colar pode ser mantido por vários dias, até mesmo se os exames forem negativos, no caso de uma lesão existir, mas não ter sido descoberta por causa do inchaço ou do espasmo muscular.
As lesões completas da medula espinhal são diagnosticadas quando há perda total da sensibilidade e controle motor. Danos incompletos causam quantidades variáveis de perda sensitiva, fraqueza ou paralisia, dependendo do local do dano.
Prevenção
Prevenir uma lesão da coluna vertebral requer prevenção de dano traumático à coluna vertebral, especialmente do pescoço. As causas principais de dano da coluna vertebral incluem acidentes automobilísticos, quedas, jogo esportivos, mergulhos acidentais e armas de fogo.
Para prevenir estas lesões é importante:
Usar cintos de segurança,
Nunca beber antes ou enquanto dirige,
Não mergulhar em águas de profundidade desconhecida,
Só mergulhar pelo menos em águas com 1,5m ou mais de profundidade, com os braços sempre pra frente,
Usar equipamento protetor ao praticar esporte,
Proteger-se contra quedas,
Prevenir o acesso de crianças a armas.
Tratamento
A maior parte do tratamento das lesões da coluna vertebral envolve uma conduta expectante (esperar para ver a evolução). Se o dano for secundário, só o tempo revelará a duração da recuperação. Para aqueles que tiveram lesões graves uma recuperação completa é altamente improvável, e o tratamento consiste em encorajar, ensinar a adquirir novas habilidades e a desenvolver novas estratégias de vida. A cirurgia às vezes é necessária no trauma de coluna que danifica as estruturas ósseas que envolvem a medula espinhal, para ser estabilizada ou para a drenagem de um coágulo sanguíneo a ser removido. Áreas ativas de pesquisa incluem o transplante de células nervosas, a regeneração dos nervos e terapias com medicamentos para melhorar a recuperação da função neurológica.
Qual médico procurar?
Todos os casos de trauma de coluna vertebral real ou potencial precisam da avaliação médica imediata (no pronto socorro), inicialmente do emergencista e depois do neurocirurgião.
Prognóstico
A duração dos sintomas das lesões da coluna vertebral depende da natureza e extensão da lesão. Embora o trauma de coluna possa ter conseqüências terríveis, a história natural da maioria das lesões de medula é uma das que mais avançou. Os cuidados rápidos e apropriados dos pacientes com trauma espinhal agudo aumentarão as chances de recuperação neurológica, irão prevenir lesões adicionais, e reduzirão as complicações.
Pequenas contusões podem se resolver espontaneamente. A recuperação completa às vezes leva semanas ou meses. Lesões mais graves podem freqüentemente acarretar uma perda permanente da função neurológica.
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Publicado por
Informedicals Policlin
DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA MÉDICA – HOSPITAL POLICLIN
domingo, 25 de julho de 2010
Joelho: Lesões, principais formas de tratamento e prevenção
O joelho é uma das maiores articulações do corpo humano e também uma das que mais sofre lesões. Essa articulação é formada pela extremidade distal do fêmur, extremidade proximal da tíbia, patela, ligamentos, meniscos e tendões de músculos que o cruzam. O joelho pode ser lesionado de várias formas por ser muito vulnerável ao trauma direto (pancadas) ou indireto (entorse), além de ser lesionado principalmente pelo excesso de uso ou uso inadequado (regiões condrais e tendíneas são as mais acometidas).
Nos Estados Unidos e Canadá mais de 4 milhões de pessoas necessitam, anualmente, de tratamento médico para as patologias do joelho. As lesões no joelho são muito comuns no meio esportivo. Atletas das modalidades que possuem corridas e/ou saltos, geralmente se queixam de dores em algum estágio de suas vidas competitivas, muitas vezes tendo que abandonar o esporte. Os atletas recreativos ou mesmo praticantes de academias, também são acometidos a estas lesões. Praticamente todas as estruturas do joelho podem ser lesionadas, neste texto daremos enfoque às lesões mais comuns: Lesões ligamentares (distensões), tendinite patelar, condromalácia patelar e lesões dos meniscos.
Lesões ligamentares
Existem quatro grandes ligamentos no joelho: Ligamento Cruzado Anterior (LCA), Ligamento Cruzado Posterior (LCP), Ligamento Colateral Medial (LCM) e Ligamento Colateral Lateral (LCL). Dentre os quais a maior incidência de lesões ocorre no LCA e no LCM. O joelho é estável em extensão, passível de rotação axial (quando flexionado), fazendo com que essa articulação seja menos estável na flexão. Quanto às lesões, o estiramento dos ligamentos é uma das mais comuns nos tecidos moles do joelho, podendo ser classificado como:
1º Grau - Leve estiramento, com pequena tumefação e sem perda da estabilidade. Neste caso o ligamento permanece íntegro e após o trauma o indivíduo consegue andar. A dor acontece somente no movimento e, em alguns casos, ao toque.
2º Grau - Estiramento de cerca de 50% das fibras, presença de sinais flogísticos, com grande dificuldade de movimentos, sendo a estabilidade preservada na maioria dos casos.
3º Grau - Estiramento de cerca de 75% das fibras, com presença de hematoma acentuado e perda da estabilidade, com diástese de 10mm.
4º Grau - Ruptura ligamentar total ou avulsão, com rompimento da cápsula e possível ruptura meniscal que consiste em uma lesão grave.
Distensão do ligamento cruzado anterior (LCA)
A ruptura isolada do LCA pode acontecer, porém geralmente, é mais comum que esse ligamento seja danificado junto com outros ligamentos e/ou cornos posteriores de menisco. O mecanismo básico da lesão do LCA envolve a hiperextensão do joelho, como por exemplo, um golpe direto na parte frontal do fêmur com o pé fixo no chão. O LCA também se distende em atividades que exigem mudanças rápidas de direção como no futebol, handebol e basquete (momento da “finta” ou em freadas rápidas, arrancadas) e em esportes de salto quando não acontece uma aterrissagem firme. Durante a reabilitação deve-se evitar alongamentos agressivos dos isquiotibiais e os exercícios devem ser executados inicialmente com os joelhos ligeiramente flexionados.
Os exercícios de cadeia cinética fechada são mais indicados. O fortalecimento dos isquiotibias é de suma importância, uma vez que eles ajudam na estabilização do joelho. Atualmente a reabilitação desse tipo de lesão tem sido feita utilizando o agachamento como principal exercício, pois durante sua execução não existe forças tensionais significativas no LCA. Isso se deve em parte pela moderada ativação dos isquiotibiais que ajudam a aliviar a tensão no LCA devido ao mecanismo de co-contração (ESCAMILLA, 2001).
O interessante é que à medida que aumenta-se o ângulo de flexão de joelhos aumenta-se a contração dos isquiotibiais, fazendo com que o agachamento profundo possa ser utilizado em estágios mais avançados de recuperação. A frouxidão ligamentar do LCA lesionado pode ser controlado em exercício de cadeia cinética fechada (ECCF) mas, não em exercício de cadeia cinética aberta (ECCA) (KVIST & GILLQUIST, 2001). Durante o agachamento a maior compressão no LCA acorre nos ângulos menores que 50 graus (TOUTOUNGI et al, 2000).
Distensão do ligamento colateral medial (LCM)
Uma das lesões mais comuns no esporte. Geralmente é resultante de uma força externa direcionada ao aspecto lateral do joelho, ou seja, ocorre muitas vezes por trauma na face lateral (externa), sendo relacionada a esportes como o futebol, judô, karatê, etc. O tratamento consiste em fortalecer todos os músculos que cruzam a articulação dos joelhos (quadríceps, isquiotibiais, adutores e abdutores) isso após a interrupção do quadro álgico.
Distensão do ligamento cruzado posterior (LCP)
Distensões nesse ligamento são pouco comuns no meio esportivo e geralmente outras estruturas são afetadas. A hiperextensão do joelho é o mecanismo mais comum dessa lesão, geralmente é ocasionado por trauma direto na região anterior da parte superior da coxa. No tratamento deve-se focalizar o quadríceps, uma vez que esse músculo fortalecido tende a deslocar anteriormente a tíbia, revertendo assim o sinal de gaveta posterior. A força dos músculos posteriores da coxa deve ser estabelecida espontaneamente sem exercícios específicos.
É importante o alongamento dos isquiotibiais, mas sempre tendo os devidos cuidados para não hiperextender o joelho lesionado. O fortalecimento do quadríceps deve ser priorizado com exercícios de cadeia cinética aberta (ex: cadeira extensora), mas em fases posteriores da reabilitação os exercícios de cadeia cinética fechada como agachamentos podem ser introduzidos, porém deve-se ter cuidado com a angulação, pois à medida que aumenta-se o ângulo de flexão, aumenta-se à tensão neste ligamento, sendo seguro trabalhar em ângulos menores que 50 / 60º (ESCAMILLA, 2001).
Tendinite patelar (“joelho do saltador”)
A dor na região infrapatelar é mais comum nesse tipo de lesão, porém outros fatores podem ocasiona-la:
•Lesões da patela, como osteocondrite;
•Patela com fratura de esforço ou polo inferior alongado e proeminente;
•Hipertrofia do corpo adiposo infrapatelar;
•Bursite ou doença de Osgood-schlatter.
A tendinite patelar está associada com mais freqüência a atividades repetitivas, ela foi primeiramente descrita em atletas de salto em altura (daí o nome de joelho do saltador) mas é quase igualmente edêmica em jogadores de basquete e vôlei. Além de atividades que envolvam saltos, atividades de corrida também costumam exacerbar esse quadro. A dor da tendinite patelar normalmente é de fácil localização, e acomete geralmente o polo inferior da patela, ou mais raro, sua borda superior. No tratamento o primeiro passo é a diminuição dos sintomas, e isso deve ser feito interrompendo as atividades que causem dor.
Tratamento com gelo, medicamentos, antiinflamatórios e exercícios isométricos do quadríceps são iniciados imediatamente e continuados até que os sintomas desapareçam. Deve-se fortalecer e alongar o quadríceps e os alongamentos deve ser feito pelo menos 4 vezes por dia, ao acordar, antes e depois das atividades físicas e antes de dormir. Durante o alongamento recomenda-se um mínimo de 20 segundos de manutenção da posição por 2 ou 3 séries. Os exercícios isotônicos e com mais cargas podem ser realizados assim que os sintomas de dor tiverem cessado e não causarem dor durante a execução.
Condromalácia patelar (“joelho do corredor”)
A condromalácia patelar é uma lesão da cartilagem patelar devido a degeneração prematura com amolecimento, fibrilação e aspereza dessa estrutura, nas quais, são semelhantes às relacionadas com a osteoartrite. A condromalácia pode ocorrer devido a trauma direto com conseqüente dano condral, ou resulta de qualquer condição que interfira com os movimentos patelofemorais normais, tais como variações anatômicas anormais. Essas variações podem ser causadas pelo aumento do ângulo Q, patela alta, insuficiência do vasto medial, oblíquo e desequilíbrio articulares. Esta lesão é mais comum em mulheres (devido principalmente ao aumento do ângulo Q) e ocorre prioritariamente em atividades como balé, corridas, ciclismo, voleibol, etc.
A dor é descrita como profunda e localizada na região retropatelar e pode ser sentida ao subir e descer escadas, em atividades prolongadas, após ficar muito tempo com os joelhos flexionados e ao agachar-se para pegar um objeto no chão. Em movimentos de flexão dos joelhos a dor é acompanhado de crepitação retropatelar facilmente audível ou sentida com a mão por cima da patela. O principal sinal para um diagnóstico consiste em mover a superfície da patela contra o fêmur. O tratamento é conservador, muito parecido com o utilizado no procedimento da tendinite. Estimular o repouso evitando atividades que provoquem a dor patelar, como correr, saltar, andar em salto alto e exercícios que promovam a flexão do joelho (ex: ciclismo e subir escadas).
A base do tratamento é constituída de exercícios que fortaleçam o quadríceps, principalmente o vasto medial oblíquo. Apesar de ser necessário o fortalecimento prioritário do VMO (vasto medial oblíquo), dificilmente essa musculatura pode ser isolada e fortalecida individualmente. Um estudo conduzido por MIRZABEIGI et al, em 1999 comparou a ativação do vasto medial oblíquo com o vasto lateral, vasto intermédio e reto femoral em 9 exercícios diferentes, os pesquisadores demonstraram não haver diferenças significativas entre os músculos concluindo então que o VMO não pode ser isolado durante os exercícios.
É recomendado que se realize exercícios isométricos para o quadríceps, pois não exacerbam a dor, fortalecem e envolvem movimento mínimo da patela. Já os exercícios de flexão de joelhos, tais como agachamento são indicados, mas implicam em uma sobrecarga muito grande sobre a articulação patelofemoral e resultam em exarcebação dos sintomas (CORRIGAN & MAITLAND, 2000). Apesar da tensão patelofemoral aumentar concomitante à flexão do joelho no agachamento, devemos ter em mente que o agachamento profundo mesmo realizado com poucas repetições e muita carga é menos deletério que atividades cíclicas de longa duração, pois na verdade o maior problema da condromalácia está no alto volume dos treinos. Outro fator importante neste tipo de lesão é o fortalecimento e alongamento dos isquiotibiais, flexores do quadril e abdutores.
Lesões de meniscos
Cada um dos compartimentos laterais e mediais do joelho contém um menisco fibrocartilagíneo em forma de meia-lua e de consistência amolecida. Os meniscos ajudam a aumentar a congruência articular, estabiliza a articulação, absorve choques e limita movimentos anormais, além de ajudar na nutrição articular e na lubrificação da cartilagem. Os atletas de final de semana são os principais candidatos às lesões dos meniscos devido ao condicionamento físico inadequado. A cartilagem pode sofrer ruptura na direção horizontal ou longitudinal, sendo esta última mais comum. Quando a lesão é grande suficiente atingindo longitudinalmente desde o corno anterior até o posterior é denominada “alça de balde” e o fragmento interno pode deslocar-se e assim produzir um bloqueio articular.
Em pacientes com ampla ruptura de meniscos deve ser realizada a meniscectomia, mas quando ocorrida na inserção vascular periférica, o menisco pode ser recuperado. Geralmente o tratamento visa aumentar a força do quadríceps, dos flexores e abdutores do quadril e deve ser combinado com exercícios para alongar os isquiotibiais e panturrilhas. Existem especulações quanto à sobrecarga causada pelo agachamento a estas estruturas.
Estudos demonstram que o pico de força compressiva no agachamento profundo varia de 550 a 7928N, mas nenhum estudo consegue demonstrar o quanto às estruturas articulares e meniscos podem suportar (ESCAMILLA, 2001). A partir de observações empíricas podemos avaliar que provavelmente os meniscos suportam bem mais que isso, basta observarmos que os jogadores de voleibol (ou outros esportes de salto) dificilmente tem lesões nos meniscos mesmo tendo forças (durante os treinamentos / competições) compressivas atuando nessas estruturas bem acima das encontradas no agachamento profundo.
Terapia com frio e calor como forma de tratamento e prevenção de Lesões
Atualmente as terapias com frio e calor tem sido muito difundidas na reabilitação de lesões, sem contar que, e a terapia com frio ainda pode ser utilizada na prevenção.
Crioterapia (aplicação de gelo):
Crioterapia (crio = gelo, terapia = tratamento) é o nome que se dá ao tratamento à base de gelo, usado há muitos anos como agente terapêutico. Sua principal aplicação está no tratamento imediato de lesões no esporte, na qual serve para resfriar os tecidos profundos pela vasoconstrição, reduzindo assim as hemorragias. Atualmente a crioterapia tem sido utilizada como meio preventivo para lesões, sendo comumente usada pelos principais clubes e atletas competitivos. A somação do estresse nos tendões e estruturas articulares pode promover uma deficiência nutricional nessas regiões com conseqüente isquemia local, e a aplicação de gelo nessas regiões promove uma hipotermia, reduzindo assim os níveis metabólicos e evitando reações de hipoxia secundária, que com certeza levaria a dor e incapacidade funcional.
A hipotermia causada pelo resfriamento articular também favorece a agregação molecular de líquido sinovial aumentando assim a sua viscosidade, na qual é um dos fatores determinantes na proteção da cartilagem articular. Os principais efeitos fisiológicos da crioterapia são: Anestesia, redução da dor, redução do espasmo muscular, estimula o relaxamento, redução do metabolismo local, redução da inflamação, redução da circulação com posterior estimulação, redução do edema e quebra do ciclo dor-espasmo-dor.
Dicas para o uso do gelo:
1- Uso imediato nas contusões - reduz o edema e alivia a dor.
2- Aplicar gelo em qualquer traumatismo ou contusão. Ex: Lesões musculares (contraturas, distensões), lesões articulares (entorses, lesões nos ligamentos), tendinites, hematomas, etc.
3- É recomendado que a aplicação dure no máximo 30min, sendo que na maioria das regiões 20 min já são o suficiente.
4- Nas primeiras 24 horas das lesões mais importantes use gelo por meia hora a cada duas horas. LAING, DALLEY E KIRK (1973) relataram que uma aplicação de gelo durante 20 minutos teve um efeito de até duas horas no esfriamento de músculos profundos.
5- Evite pegar no sono enquanto aplica gelo.
Contra-indicações:
O gelo não deve ser usado em caso de redução do suprimento sanguíneo (ex: Doença vascular periférica), também é contra indicado no caso de artrite pois, aumenta a rigidez articular.
Termoterapia (aplicação de calor):
O calor terapêutico tem efeito trófico, promovendo a vasodilatação das arteríolas e capilares melhorando o metabolismo da nutrição dos tecidos, liviando a dor e aumentando a flexibilidade dos tecidos músculo-tendíneos, além de diminuir a rigidez da articulação, melhorar os espasmos musculares e aumentando a velocidade e volume circulatório do sangue. Geralmente a terapia com calor é utilizada em lesões crônicas, ao contrário do frio que é utilizado em lesões agudas.
Contra-indicações:
Não aquecer regiões do corpo que estiverem anestesiadas, edemaciadas, inflamadas, feridas com sangramento, áreas com tumores, sobre os testículos, e sobre o abdômen de gestantes.
Estalos
A articulação pode apresentar estalidos como de vácuo que, geralmente, não tem nenhum significado e são comuns em articulações com hipermobilidade. Estalidos podem ser ouvidos e sentidos em torno das articulações, conforme tendões ou ligamentos deslizam sobre proeminência óssea, mas geralmente ele não tem significado clínico. No caso de dor, os estalidos pode indicar lesão no menisco.
Considerações Importantes
•Durante o agachamento o estresse na articulação patelofemoral aumenta quando o ângulo de flexão aumenta (WALLACE et al, 2002).
•As forças compressivas são maiores no agachamento realizado com as pernas mais afastas (afastamento esse de 2 x a largura da espinha ilíaca) do que com as pernas mais próximas (pés da largura da espinha ilíaca).
•O agachamento deve ser feito de forma lenta e controlada na fase excêntrica, uma vez que esse movimento de descida feito de forma rápida e descontrolada aumenta muito as forças nas estruturas do joelho (ESCAMILLA, 2001).
•O pico de força e o estresse na articulação patelofemoral foi observada com 90 graus de flexão do joelho (WALLACE et al, 2002).
•O agachamento é considerado mais efetivo do que o leg press para o desenvolvimento muscular, porém deve ser usado cautelosamente em indivíduos com disfunções do LCP e patelofemoral, especialmente em ângulos acentuados de flexão (ESCAMILLA et al, 2001).
•A maior ativação dos músculos da coxa acontece no agachamento (KVIST & GILLQUIST, 2001).
•O vasto medial oblíquo não pode ser isolado de forma significativa durante os exercícios. (MIRZABEIGI et al, 1999). Um estudo feito por Escamilla e seus companheiros em 1998 no Instituto Americano de Medicina esportiva chegaram as seguintes conclusões:
•O agachamento gera 2 vezes mais atividade dos isquiotibiais do que o leg press e a cadeira extensora.
•A maior atividade do quadríceps acontece na máxima flexão dos joelhos em ECCF e na máxima extensão em ECCA.
•ECCA produziu maior ativação do reto femoral enquanto o ECCF produz maior ativação dos vastos.
•As forças compressivas tibiofemorais foram maiores na máxima flexão dos joelhos em ECCF e na máxima extensão em ECCA.
•As compressões patelofemorais foram maiores na máxima flexão dos joelhos em ECCF e na máxima flexão e na metade da extensão em ECCA.
Conclusões
•A maioria das lesões pode ser evitada apenas utilizando medidas preventivas.
•Uma musculatura forte e com boa flexibilidade ajudam na estabilização dos joelhos e outras estruturas em geral. - Aplicação de gelo nas articulações é mais utilizada após a sessão de treino.
•A crioterapia é uma medida preventiva de grande valia e tem sido indicada por grandes treinadores e profissionais de saúde.
•A partir do entendimento dos conteúdos listados acima, podemos sugerir que a utilização de exercícios de cadeia cinética fechada são os mais indicados, principalmente o agachamento.
Além de ter uma maior ativação muscular, ele também é um exercício extremamente funcional pois, utilizamos movimentos parecidos a todo instante, por exemplo no momento de pegar um objeto no chão. Infelizmente esse excelente exercício não é bem visto por muitos “profissionais”, mas isso se deve ao fato de estarem desatualizados ou mesmo não terem domínio dos princípios que norteiam o treinamento desportivo. Com um treinamento bem elaborado, utilizando devidamente a recuperação e principalmente uma boa técnica de execução, o agachamento pode favorecer indivíduos saudáveis ou mesmo com joelhos lesionados.
Referências Bibliográficas
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•ESCAMILLA RF, FLEISIG GS, ZHENG N, LANDER JE, BARRENTINE SW, ANDREWS JR, BERGEMANN BW, MOORMAN CT 3RD. Effects of technique variations on knee biomechanics during the squat and leg press. Med Sci Sports Exerc. 2001 Sep;33(9):1552-66
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•YACK HJ, COLLINS CE, WHIELDON TJ Comparison of closed and open kinetic chain exercise in the anterior cruciate ligament-deficient knee. Am J Sports Med. 1993 Jan-Feb;21(1):49-54
Autor:
Prof. Bruno Fischer - Educador Físico
Membro do Gease
Fonte:
GEASE - Grupo de Estudos Avançados em Saúde e Exercício
www.gease.pro.br
Brasília / DF
Nutrição e esporte
Do lado tecnológico, tecidos inteligentes trazem maior conforto térmico aos esportistas, adequando seus trajes às variadas situações de clima e temperatura. Os tênis são projetados, muitas vezes, especificamente para os pés de um campeão, assim como acontece com as bolas utilizadas nas várias modalidades esportivas, entre outros apetrechos aprimorados após anos de pesquisas.
Na área da saúde, a medicina esportiva contribui para o aumento do rendimento, orientando os atletas com procedimentos corretos para evitar desgastes e auxiliando na prevenção de problemas que antigamente, deixavam esportistas valiosos fora das competições.
Aliada aos avanços da medicina está a nutrição esportiva que entra em campo com força total para que atletas possam extrair o máximo de suas potencialidades na prática de esporte e em competições.
Combustível adequado
A falta de atenção à alimentação pode interferir no rendimento durante uma competição e o que é mais grave, causar problemas de saúde decorrentes da prática esportiva. Treinos constantes e competições podem causar desgastes e estresse para os quais o corpo não está preparado.
“A alimentação deve ser equilibrada e diversificada, contendo todos os grupos alimentares, priorizando sempre os carboidratos” afirma Valéria Paschoal, diretora da VP Consultoria Nutricional.A dieta é feita, na medida do possível, respeitando os hábitos alimentares do atleta. Há necessidade de uma investigação, anamnese, avaliação corporal e exames laboratoriais e, se for preciso, pode ser aplicada uma dieta para tentar corrigir algum desvio alimentar existente ou que possa futuramente levar a alguma patologia. O objetivo primeiro deve ser a saúde do atleta e depois a performance”.
A alimentação está relacionada não somente ao tipo de esporte, mas também à intensidade e duração da atividade, levando em consideração variáveis como a necessidade nutricional do indivíduo, de acordo com composição corporal e com o gasto energético do esporte praticado.
O organismo utiliza diferentes fontes de energia – glicose, ácidos graxos e aminoácidos. Nos exercícios mais intensos e rápidos, como corrida de velocidade ou levantamento de peso, o organismo usa basicamente a glicose como combustível para os músculos, proveniente do armazenamento de glicogênio. Nos esportes intermitentes e de menor intensidade, como basquete, futebol e corrida, o organismo também solicita a glicose como fonte de energia, porém a gordura é predominantemente oxidada como fonte de energia.
Afirma a professora Tânia Rodrigues, da RG Nutri Consultoria Nutricional: “a dieta deve oferecer quantidades calóricas ideais para cada tipo de metabolismo utilizado no esforço e ainda distribuir carboidratos e proteínas de forma a garantir a produção de energia e a recuperação muscular”.
Nas práticas esportivas o organismo terá diferentes demandas por vitaminas e sais minerais que regulam o metabolismo. Assim, deve-se considerar a função antioxidante de alguns alimentos e também outras substâncias capazes de melhorar a performance – os ergogênicos pois, dependendo da atividade, o organismo vai exigir diferentes fontes de energia do alimento. “A gordura é mais utilizada como substrato energético em atividades de longa duração que priorizam o metabolismo aeróbico, porém com intensidade moderada. Já nas atividades de alta intensidade e curta duração predomina o metabolismo anaeróbico, o que demanda muito mais carboidrato como substrato energético, explica Glaucia Figueiredo Braggion, nutricionista do Celafiscs - Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul e assessora técnico-científica do Programa Agita São Paulo
Situações climáticas
Alguns itens da dieta alimentar sofrem alteração dependendo do clima onde acontecerá uma competição. Uma prova ou torneio em locais de clima quente, exige maior atenção na hidratação dos atletas, já que o consumo adequado de água impede a desidratação e a redução do desempenho. As exigências energéticas para trabalho no calor podem chegar a 0,5% para cada aumento de 0,02º C, a medida em que a temperatura ambiente cresça de 30º C para 40º C. Nesses casos, a suplementação vitamínica é desnecessária, com possíveis exceções. Alguns estudos indicam que a vitamina C facilita a aclimatação ao calor e as vitaminas B múltiplas reduzem a fadiga durante o trabalho em ambientes quentes.
Já no clima frio, as exigências energéticas ficam consideravelmente mais altas quando acompanhadas de esforço físico. Estudos que tratam especificamente de exigências nutricionais no frio sustentam o conceito de que baixas temperaturas não provocam uma demanda maior de quaisquer nutrientes, além das calorias. Segundo Tânia Rodrigues, não há confirmação de que dietas ricas em gordura sejam apropriadas para operações em clima frio, mas provavelmente não poderão ser tão pobres em gordura no período de preparação para impedir a redução excessiva da gordura corporal, o que pode gerar fadiga precoce devido à perda de calor.
Além de baixas temperaturas, alguns atletas precisam enfrentar também um aspecto um pouco pior – a altitude. Nesses locais, a capacidade de oxidação (diminuição de oxigênio) muscular requer maior cuidado nos treinos. Para isso deve-se garantir a adequação de treinos e dieta rica em proteínas, vitamina C, complexo B e, se necessário, ferro, aumentando os níveis de hemoglobina.
Fonte: http://www.nutrinews.com.br/edicoes/Mat03Ed186NutricEsport.html
Os riscos do uso de esteróides androgênicos anabólicos
Principal hormônio sexual masculino que se sintetiza fundamentalmente nas células do Leydig do testículo, e por outro lado, na casca suprarrenal e no ovário.
A gonadotrofina hipofisária LH, hormônio luteinizante, é o hormônio regulador específico da produção da testosterona.
Na realidade, poderíamos dizer que se trata de uma pro-hormona já que para realizar sua ação fisiológica ou farmacológica em alguns tecidos efetores, esta deve reduzir-se a dihidrotestosterona (DHT) por meio da enzima 5 alfa-redutase.
Como já se mencionou, a síntese desta substância ocorre principalmente no testículo e se sintetiza a partir da degradação oxidativa do colesterol, que depende do hormônio luteizante (no adulto), junto com o hormônio folículo estimulante (nos períodos de desenvolvimento).
A testosterona e os andróginos atravessam facilmente a membrana celular e se unem a receptores intracelulares específicos. O complexo receptor-esteroide se ativa e é transportado ao núcleo celular e se une em um sítio receptor do DNA, aumentando a atividade da ARN polimerase e a formação do ARN mensageiros estimulando a síntese de proteínas celulares responsáveis finais das ações fisiofarmacológicas. O músculo esquelético não possui receptores de testosterona ou a DHT pelo que os efeitos anabólicos não são ainda suficientemente explicados. Sugeriu-se que os andróginos poderiam bloquear no músculo os receptores citosólicos dos glucocorticoides inibindo as ações catabólicas destes agentes.
Efeitos
Alguns dos efeitos provocados pela testosterona além dos relacionados com os órgãos sexuais são:
1. Aumento da massa muscular (ação anabólica)
2. Aumenta a lipólisis.
3. Melhora a síntese protéica. (pela geração de um balanço de nitrogênio positivo)
4. Estimula a eritropoyesis (formação de glóbulos vermelhos).
5. Aumenta em número de proteínas contráteis o que implica uma melhora da capacidade contrátil do músculo.
6. Aumenta os níveis de fosfocreatina: energia imediata
7. Proliferação das glândulas sebáceas. A aparição de acne pode relacionar-se com este efeito.
8. Engrossamento da pele.
9. Hipertrofia da laringe e produção de uma voz grave permanente.
10. Distribuição do pêlo masculino em: púbis, tronco, extremidades e barba. A testosterona tem uma relação determinada geneticamente com a aparição de calvície no homem.
11. Aumento do ritmo de crescimento dos ossos largos na puberdade, e aumento da estatura.
12. Fechamento das placas epifisárias e cartilagem de conjunção.
13. Comportamento mais agressivo e maior vigor físico e muscular no homem que na mulher.
14. As ações anabólicas são também evidentes em outros órgãos e sistemas: fígado, rim, coração, medula óssea, etc.
Uso na atualidade
A testosterona é uma velha conhecida, nos ginásios principalmente.
Milhares de usuários, a maior parte das vezes sem um controle médico, decidem utilizar este hormônio ou seus derivados pelas propriedades anabólicas da mesma dando por certo que serão múltiplos os benefícios que obterão e mínimos os riscos que sofrerão.
A aceleração do crescimento muscular, o aumento da maturação óssea, a melhora da capacidade de recuperação entre sessões são alguns dos principais motivos que levam a estes usuários a utilizar este tipo de suplementação sem ser conscientes dos múltiplos problemas que do uso da mesma se pode derivar.
Nos ginásios se admite abertamente só o uso de compostos vitamínicos, substâncias medicinais naturais e inclusive de precursores da testosterona que supostamente estimulam a produção deste hormônio no organismo (são os atualmente chamados “culturistas naturais”, que usam produtos como o WPR10, WPP11, GP01, TEST RF 05. que como se tem dito, quão único fazem é aumentar a atividade de nossa própria testosterona sem introduzir mais quantidade em nosso organismo).
Apesar de tudo, todos sabem que por descuido também se utilizam anabólicos hormonais sem controle, fomentados por várias lojas especializadas e inclusive por internet através de algumas páginas que chegam a oferecer testosterona pura em 48 horas.
Quando um culturista ou usuário introduz em seu corpo pela primeira vez anabolizantes hormonais observa um notável progresso já que momentaneamente o organismo se encontra com um superávit desta substância. Entretanto, depois de um tempo de uso, elas deixam de atuar da mesma maneira, principalmente devido ao afastamento de produção dos próprios hormônios endógenos, que desaparecem de uma vez que pela regulação a faz diminuir nos receptores androgênicos.
A partir daí para seguir experimentando melhoras se verá obrigado a elevar continuamente a administração exógena de hormônios, com o risco que essa dinâmica comporta.
Além disso, terá que sublinhar o fato de que cada hormônio está interrelacionada com outras e um aumento ou diminuição em seus níveis sempre repercute no equilíbrio geral. Quando um hormônio aumenta sua presença no organismo de forma natural, esta ativa por sua vez certos mecanismos que regulam e equilibram os outros fatores envolvidos. Caso contrário, quando o aumento é de forma exógena esta escapa a seu controle e não pode de nenhuma forma ajustar e equilibrar os outros parâmetros relacionados.
A testosterona usada em ginásios de maneira clandestina quase nunca se encontra em forma pura, já que quase sempre esta mesclada com outros componentes. O propósito destes componentes chamados ésters, é evitar um súbito aumento do nível deste hormônio no organismo, os ésters permitem que a testosterona seja absorvida em lapsos de tempo e não de repente evitando assim o superávit exógeno já mencionado.
Encontramos no mercado várias formas de testosterona: testosterona propionato, Enanthate, Sustanon….. Que variam na velocidade de alcance do sistema, sustentando que quanto mais rápido atua uma testosterona, maiores efeitos se experimentarão. O objetivo é encontrar uma testosterona que não golpeie o sistema rápido, porque é rapidamente convertida em estrogênio, e não atua a tão longo prazo que séria difícil de controlar.
Os esteróides anabólicos se tomam por via oral ou se injetam, e os esportistas procuram tomá-los em ciclos de semanas ou meses, mas bem que continuamente, em padrões chamados de uso cíclico. Isto consiste em tomar várias doses de esteróides em um período determinado, descansar um tempo, e começar de novo.
A combinação de diferentes classes de esteróides por parte dos usuários é uma prática habitual que tem como objetivo maximizar sua eficácia e, ao mesmo tempo, minimizar seus efeitos desfavoráveis. Este processo se conhece como amontoamento (”stacking”).
Para um principiante utilizando testosterona, podem-se consumir 500 mg por semana.
Um exemplo de ciclo para a testosterona enanthate seria:
Consultando múltiplas revistas e paginas web, podemos constatar como são múltiplos os sites nos que se promove o uso de dita substância através de estudos minuciosos que combinam à perfeição de dose de uso, períodos de descanso, substâncias inibidoras de efeitos, tipos mais adequados… em definitivo, vemos como o uso de anabolizantes se converteu em um negócio “ilegal” que se aproveita das pessoas sem o adequado conhecimento e que as coloca em um caminho cheio de problemas futuros para sua saúde.
Na atualidade algumas estatísticas chegam a dizer que 65% dos esportistas de elite os utilizam unidos a produtos que os ocultam nas pertinentes provas de doping.
Riscos de sua utilização e a de seus derivados
Como todos os hormônios, a testosterona no organismo deve ser catabolizada. Será devido a este processo de catabolização que o organismo do usuário sofra certas alterações em seu equilíbrio interno.
Duas formas principais de catabolização apresenta a testosterona:
1. Aromatização: converte a testosterona e seus metabolitos em estradiol (estrogênio: hormônio sexual feminino).
2. Redução: conversão a dihidrotestosterona DHT, já mencionada.
Normalmente, ao aumentar nossos níveis de testosterona bem em forma pura ou por derivados, estamos aumentando nossa taxa de catabolização e como conseqüência, o aumento de seus produtos (estradiol e DHT).
O aumento da concentração de estrogênios implica:
- Despertar de receptores femininos em homens que não devem ativar-se. (cresce as mamas, ginecomastia, irreversível na maioria dos casos).
- Aumenta a retenção de água: formação de edemas. Como conseqüência, aumenta o volume intra e extracapilar (aumento do volume plasmático) com o conseguinte aumento da pressão arterial que pode desencadear em uma insuficiência cardíaca.
O aumento da DHT implica:
- Alteram-se os receptores do DHT nos folículos pilosos e na próstata que darão lugar a: alopecia (o usuário fica calvo) e a possíveis cânceres de próstata (por apoptoses celular).
- No fígado se produz colestase hepática (entupimento das vias biliares).
Outros efeitos pelo consumo de anabolizantes esteróides seriam:
- Em pessoas que não estão fisicamente amadurecidas pode provocar o fechamento prematuro das epífises dos ossos largos, por isso a estatura final pode reduzir-se.
- Suprimem a secreção de hormônios gonadotróficos, que controlam o desenvolvimento e a função das gônadas (testículo e ovários). Nos varões, a redução de gonadotrofina pode produzir atrofia testicular, redução da secreção de testosterona e menor quantidade de esperma
- Nas mulheres as gonadotrofinas são necessárias para a ovulação e secreção de estrogênios, por isso uma diminuição destes hormônios transtorna estes processos e a menstruação
- Também em mulheres podem produzir a masculinização, regressão dos peitos, ampliação do clitóris, a voz mais grave e crescimento do cabelo facial.
- O colesterol total tende a aumentar. Enquanto que o colesterol HDL mostra uma marcada redução, bem por debaixo da fila normal o colesterol LDL mostra uma resposta variável: um rápido aumento ou sem mudanças.
- Afetação do sistema imune, o que deriva na redução da efetividade do sistema de defesa.
- O uso de esteróides diminui a tolerância à glicose, enquanto que há um aumento na resistência à insulina. Estas mudanças imitam a diabetes Tipo II.
- Mudanças da personalidade, condutas agressivas e euforia
- Outros efeitos secundários dos AE são euforia, confusão, desordens do sono, ansiedade patológica, paranóia e alucinações.
Conclusão
Deixando de um lado o esporte de elite no qual os esportistas se encontram enormemente pressionados ante a consecução da vitória (mesmo assim sem estar justificado), considero que a verdadeira insistência que devemos fazer é no usuário habitual “da rua” que sem nenhum controle (ou com o controle não idôneo) decide-se pela utilização destas substâncias com o objetivo de melhorar sua aparência física de uma maneira rápida e passando por cima de qualquer recomendação saudável.
Como já se tem dito são múltiplos os interesses econômicos que algumas das empresas dedicadas a este mundo têm neste mercado, o qual, às vezes, leva-lhes a ultrapassar a linha da ética social incitando às pessoas à utilização de produtos em quantidades nada recomendáveis e sem nenhuma supervisão médica.
Por isso, creio fundamentalmente que ao menos, se o usuário decide “se meter em algo” o faça tendo em consideração ao que se a tem já que a maioria das vezes lhe contam os milagrosos benefícios, mas nunca os inumeráveis transtornos futuros.
Daqui, simplesmente dizer que o que rapidamente se consegue, rapidamente se vai, que deixamos de nos interessar pelas substâncias “milagrosas”, e que confiemos mais nos devidos profissionais do esporte e da saúde (fisios,educadores físicos,médicos…) para que através de seus conselhos e de nossa firmeza consigamos nossos desejados resultados que embora talvez cheguem mais tarde, serão mais gratificantes.
Fonte: http://www.aptavs.com/articulos/riesgos-en-el-uso-de-anabolizantes-la-testosterona.asp
Treinamento intervalado e redução de gordura localizada em mulheres
O treinamento intervalado consiste na aplicação repetida de exercícios e períodos de descanso de modo alternado (Brooks, 2000). Sua prescrição fundamenta-se na intensidade e tempo de duração dos exercícios, menor volume e maior intensidade, nos respectivos intervalos de recuperação, na quantidade de repetições do intervalo exercício-recuperação e freqüência de treinamento por semana (Fox, 1992). Foram avaliadas vinte e duas (22) mulheres adultas na faixa etária de 18 a 40 anos, freqüentadoras dos programas de atividades físicas em academia. As voluntárias são todas alunas da Academia Nova Geração/CREF0001-DF, localizada na cidade de Ceilândia, Distrito Federal.Todas as participantes deram seu consentimento por escrito para participarem do estudo, após receberem todas as informações sobre o trabalho. As vinte e duas alunas foram submetidas a uma avaliação antropométrica inicial onde foram registradas as dobras cutâneas, medidas através de um adipômetro (CESCORF), conhecendo assim, seus respectivos percentuais de gordura (POLLOCK - 3 DOBRAS). A freqüência de trabalho foi estipulada em cinco sessões de treinamento por semana, onde foram realizados trabalhos aeróbios. O trabalho aeróbio foi estipulado no sistema de treinamento intervalado, proposto por uma atividade de 40 minutos em esteira (Yozda 9500), devendo ser atingido 90% de sua freqüência cardíaca máxima, estipulada pela equação de JONES em cada estímulo de trabalho, sendo, que ao chegar na freqüência de trabalho estipulada, a intensidade diminuiria até se obter uma freqüência cardíaca (POLAR) entre 120 e 130 bpm (faixa de recuperação).
Após 12 semanas de treinamento as alunas foram submetidas a uma nova avaliação antropométrica (POLLOCK - 3 DOBRAS) e tiveram seus percentuais de gordura comparados, analisando os resultados obtidos no início do estudo com os resultados obtidos em seu final. A amostra apresentou uma média de idade de 32,11 + 6,61. Na avaliação antropométrica inicial a média encontrada para o percentual de gordura das alunas avaliadas foi de 30,94 + 5,91. Nas avaliações finais as medidas encontradas após um novo teste antropométrico foram de 27,21+ 4,55 referente ao percentual de gordura após 12 semanas. A análise estatística do resultado do grupo avaliado observou-se uma diferença significativa (p<0,05),onde a diferença entre as médias foi de 3,73% de gordura.
Fonte: Michel Santos Silva - Especialista em Fisiologia do Exercício e Avaliação Morfofuncional
http://www.efdeportes.com/